Um Novo CeticismoAberto
Preciso me desculpar com os leitores pela ausência de novos posts nas últimas semanas, mas eu posso explicar! Estive dedicado à reformulação de um projeto paralelo e convido todos a conferir o novo CeticismoAberto.
Há muito material, desde curiosidades científicas até uma série de artigos mais detalhados analisando de forma crítica as alegações do paranormal. Você pode ter ouvido falar que a idéia de “Deuses Astronautas” não se sustenta, mas caso se interesse também por arqueologia, astronomia e antropologia, que tal conhecer em detalhes como o mapa de Piri Reis não foi criado por imagens de satélites ou a tribo Dogon não conhecia anões brancas, em um caso comentado por Carl Sagan, que, surpresa, ao final errou em sua explicação sugerida?
O novo CeticismoAberto foi lançado como um “beta”, e ainda há vários detalhes a corrigir – incluindo uma lentidão no site – bem como há pretensões ainda maiores, como a formalização da iniciativa como uma associação educacional promovendo a ciência e o pensamento crítico. Se você aprecia o 100nexos, ele é de certa forma uma extensão do trabalho que iniciei há oito anos lá no CA. Que tal envolver-se e participar de tudo isto?
Agora que a fase mais trabalhosa na reformulação do CA já foi encaminhada, voltamos à programação normal no 100nexos!
Um pixel, da Terra à Lua, ao infinito e além
Um pedaço de rocha de pouco mais de 1.700 km de tamanho, a 400.000 km de distância da Terra. São números muito grandes, de difícil compreensão, mas é a nossa Lua. Saber que é a nossa Lua, contudo, não deve ajudar muito a capturar suas dimensões e distâncias, até porque nossos sentidos nos enganam. Tente representar com a mão, ou mesmo os braços, o tamanho com que a Lua aparece no céu, por exemplo. Fez o círculo? Muito provavelmente representou algo muito maior do que enxerga.
Pois o tamanho angular da lua no céu é de apenas meio grau. Para ter uma idéia do que isto representa, estenda o braço à sua frente e levante seu polegar: sua largura deve ter de um a dois graus. Isto é, a largura de seu dedão pode cobrir a Lua, de 1.700 km de tamanho, até quatro vezes. É quão pequena a Lua realmente surge no céu. Levante-se e vá conferir! Praticamente todos nós tendemos a estimar o tamanho da Lua no céu como muito, muito maior do que isso (às vezes até usando os braços!) devido à ilusão da Lua. É por isso que a Lua sempre aparece “tão pequena” quando a fotografamos, a câmera não mente, nossa percepção sim.
Felizmente, já há milhares de anos observamos o céu, há alguns séculos passamos a compreender os mecanismos celestes, e há quatro décadas, representantes de nossa espécie, a não mais do que seis graus de separação de você ou eu, pisaram na Lua. Lá já não era mais possível cobrir todo o satélite com o polegar. A menos, é claro, que o polegar ficasse imediatamente à frente dos olhos. Mas então não se enxergaria nada.
Há muitas formas de expressar como esta conquista foi fantástica, mas já que falamos de tamanho, continue lendo para a imagem que é a inspiração para este post, e ir ao infinito – e além.
O Paradoxo de Braess e a Ampliação da Marginal
Ampliação da marginal em São Paulo. Um paradoxo matemático de resultado dos mais curiosos, abrangendo desde o congestionamento de carros até a lentidão de sua internet. E uma Mente Brilhante? Todos estes nexos arrematados neste post. Na continuação, claro, clique na imagem e read on.
Curso “O que é a Vida?” de Marcelo Gleiser
“Em dois encontros especiais, o físico Marcelo Gleiser conduzirá um percurso de investigação e reflexão sobre um tema fundamental: a vida. No primeiro encontro, analisará o que é a vida sob o ponto de vista da Biologia moderna – e como é difícil defini-la. Explicará ainda o que sabemos e o que não sabemos da história da vida na Terra, desde as suas origens até a incrível diversidade de hoje. No segundo encontro, o destino é o espaço, quando se discutirá a possibilidade de vida extraterrestre e a diferenciação de vida não inteligente e inteligente. Em seguida, ganham lugar as reflexões sobre as implicações filosóficas da possibilidade de vida extraterrestre e como a sua descoberta mudaria profundamente a História da humanidade.
Início: 03 AGO
Duração: 2 encontros
Dias/horários: Segundas-Feiras, Quartas-Feiras, às 20h (03/08, 05/08)
Valor: R$ 90,00 na inscrição + 1 parcela de R$ 100,00”
Os encontros acontecem na Casa do Saber na Lagoa, RJ. Mais informações no website.
Uma erupção observada do espaço faz barulho?
A resposta é sim, ainda que os astronautas não possam ouvir. As imagens mais do que devem compensar, capturadas em plena órbita a 350km de altitude. Foi assim que no último dia 12 de junho registraram os primeiros estágios da erupção do vulcão Sarychev em uma desabitada ilha russa próxima da fronteira com o Japão.
No quadro abaixo, vêem-se os diversos fenômenos empolgando meteorologistas, geocientistas e vulcanologistas. A gigantesca coluna de fumaça é a primeira das plumas lançadas pelo vulcão, em uma combinação de cinza marrom e vapor branco. Enquanto a mistura aquecida se eleva rapidamente pela atmosfera, a umidade acaba se condensando e formando a peculiar nuvem branca em forma de domo: é uma nuvem pileus, cuja aparência inusitada já foi motivo de confusão com discos voadores.
Também há cinzas mais densas estendendo-se pela terra, em um fluxo piroclástico, do qual distância é mais do que recomendada. Finalmente, a cobertura de nuvens ao redor da ilha está aberta em um círculo, com centro aparentemente no ponto de erupção. Cientistas discordam sobre o que pode ter causado este “furo” que permitiu uma visão tão clara. Vários indicam que seria a estrondosa onda de choque da explosão, enquanto outros sugerem ser o ar quente da pluma retornando ao solo ou simplesmente uma disposição natural das nuvens ao redor da ilha, sem relação com a erupção.
Fato é que são imagens fenomenais, motivando muito mais reflexão do que se a erupção fez ou não barulho – tanto fez que, repetindo, a onda de choque pode ter aberto o furo quilométrico da cobertura de nuvens, o que significaria que os astronautas podem ter “visto o som”.
O vídeo que inicia esta nota, por exemplo, é uma composição da série de fotografias capturadas a bordo da Estação Espacial Internacional. Note como entre a primeira e a última imagem os astronautas deslocaram-se bastante em relação à erupção, capturando-a primeiro de um lado e depois de outro. Natural, pois estão a quase 30.000km/h, completando uma volta ao planeta a cada 91 minutos. Lembrando que estão a 350 km de altitude e que a distância ao vulcão deveria ser uma diagonal muito mais longa, as imagens são uma façanha.
Falando em quilômetros, escalas são necessárias. O pico Sarychev alcança pouco menos de 1,5km de altura, mas a pluma que lançou ultrapassou 8km de altitude, podendo ter chegado aos 16km. Mais do que o dobro do Everest em questão de horas. Ela não se estendeu apenas verticalmente, e na imagem acima, capturada dois dias depois, as cinzas marrons se estendem por toda a região. As várias erupções levaram cinzas do Sarychev a mais de 2.400km de distância, e a enorme extensão destas cinzas ressalta o impacto em escala planetária que erupções podem ter.
Somando tudo, é algo fabuloso em escala incomensurável. Uma erupção ocorrida há menos de um mês em uma ilha desabitada é observada do espaço por astronautas em órbita, fotografada em câmeras digitais cujos arquivos foram enviados à Terra muito antes que os astronautas retornem. Seis astronautas, a propósito, lotação recorde nesta vigésima expedição, com americanos, russos, um canadense e o engenheiro de vôo japonês Koichi Wakata, que andou com um tapete voador. Arquivos digitais, a propósito, divulgados pela NASA em seus sítios, discutidos por especialistas e apreciados por leigos, partilhados no Twitter e Youtube até chegar a este blog.
“Apesar de todos os nossos fracassos, a despeito de nossas limitações e falibilidades, somos capazes de grandeza”. Só posso esperar que Carl Sagan perdoe o abuso de suas palavras para definir a maravilha que é o registro e a forma de divulgação dessas Manchas Marrons vistas do espaço em nosso Pálido Ponto Azul. [dica do Atila]
Curso gratuito do Observatório Nacional
O Observatório Nacional abriu inscrições para o curso a distância de Astrofísica do Sistema Solar. Completamente gratuito, realizado online e com duração até agosto de 2010 (carga horária de 120 horas), o curso ainda fornece um certificado àqueles que o completarem com nota mínima 7,0.
Clique para maiores informações e inscreva-se! [dica do RicBit]
Azul mental
Exercício de meditação: contemple as espirais, em sua bela disposição lembrando uma mandala. Aprecie suas cores chamativas, e concentre-se nas espirais verde e azul. Medite e contemple bem, porque as espirais verde-limão e azul-bebê são na verdade exatamente da mesma cor.
Não acredita? Tire a teima na continuação.
Um tapete voador no espaço
Tapetes voadores existem. Pelo menos em microgravidade, como o astronauta japonês Koichi Wakata, a bordo da Estação Espacial Internacional desde março, demonstra no vídeo acima. É apenas um de 16 exercícios malucos sugeridos pelo público no Japão, indo de dobrar roupas e nadar pelo ar a pingar colírio nos olhos.
Continue lendo para a lista completa traduzida, essencial para apreciar o vídeo em toda sua glória.
A Esponja Mágica de Menger
“Pronto, agora resolva”, desafia Petter Duvander, criador do pesadelo acima. Porque não é apenas um “cubo mágico“, é a representação de cubos mágicos em uma esponja de Menger, um fractal. A cada iteração o objeto se torna mais complexo, e na imagem acima, temos apenas três iterações.
Continue lendo para uma visão do inferno de Mengerubik.
Na Rússia, Plasma rádio VOCÊ !!
“Este vídeo de um ‘rádio de plasma‘ tem sido popular em blogs russos nos últimos dias. O efeito exibido é muito interessante, e aqui está uma breve história para entendê-lo:
Local: cidade de Brovary, Rússia
Potência do transmissor: 150 KW
Outros ingredientes: antenas soviéticas antigas, cabo de 90 metros de comprimento
Isso é todo o necessário para experimentos PERIGOSOS para receber ondas de rádio. Na área sob efeito das ondas de rádio uma grande diferença de potencial emerge. Por causa da modulação do sinal de rádio o arco elétrico começa a vibrar com a voz humana e começa a ‘falar’. A intensidade da corrente em tal ‘rádio’ pode chegar a centenas de Amperes e pode facilmente derreter metais. Tal eletricidade não tem barreiras e pode passar por um galho.
Não tente isso em casa!” [English Russia, via Mundo Gump]
Será mesmo verdade? Uma fraude elaborada? Uma lenda urbana? Aqui em 100nexos, as respostas lêem VOCÊ!! Read on.