Três prostitutas, duas camisinhas: o problema matemático com mais sacanagem

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“Um homem contrata três prostitutas e quer fazer sexo com todas. Todos os envolvidos podem ter doenças sexualmente transmissíveis, e todos querem usar preservativos. Infelizmente, só há duas camisinhas. Pior ainda, estão no meio do nada e não podem comprar mais camisinhas. Poderá o homem fazer sexo com todas as três mulheres sem risco para qualquer um dos quatro?”

Atenção: se você tem menos de 18 anos, leia esta versão – que também é de certa forma uma dica:

“Uma médica precisa examinar três pacientes. Todos os envolvidos podem ter doenças contagiosas, e todos querem que sejam usadas luvas cirúrgicas para proteção. Infelizmente, só há duas luvas. Pior ainda, é um hospital público sem recursos e não podem comprar mais luvas. Poderá a médica examinar todos os três pacientes sem risco para qualquer um dos quatro?”

A resposta é sim, é possível, embora a versão com sacanagem não seja lá tão segura assim. O problema com luvas é um desafio matemático divulgado por Martin Gardner (em inglês, com a resposta), e a versão com sacanagem é comentada por Tanya Khovanova em seu blog, que apresenta ainda uma variação que pode envolver tanta ou mais sacanagem:

“Suponha que três homens gays queiram fazer sexo uns com os outros, e cada par queira realizar dois atos sexuais envolvendo penetração, trocando de papéis. Eles querem evitar contaminar uns aos outros, e ainda querem que cada homem não contamine a si mesmo de uma região a outra. Como podem fazer isso usando exatamente três camisinhas?”.

Khovanova não detalhou a resposta, “mas claro, você pode dizer que este é um problema de luvas com três cirurgiões operando uns aos outros”.

Ainda não sabe como resolver o problema? Selecione o texto ao lado para uma dica reveladora: quantas superfícies tem uma luva ou camisinha? [via cgr v2.0]

* Este post faria parte da Blogagem Coletiva Caça Paraquedista, não estivesse uma semana atrasado

Um Novo CeticismoAberto

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Preciso me desculpar com os leitores pela ausência de novos posts nas últimas semanas, mas eu posso explicar! Estive dedicado à reformulação de um projeto paralelo e convido todos a conferir o novo CeticismoAberto.

Há muito material, desde curiosidades científicas até uma série de artigos mais detalhados analisando de forma crítica as alegações do paranormal. Você pode ter ouvido falar que a idéia de “Deuses Astronautas” não se sustenta, mas caso se interesse também por arqueologia, astronomia e antropologia, que tal conhecer em detalhes como o mapa de Piri Reis não foi criado por imagens de satélites ou a tribo Dogon não conhecia anões brancas, em um caso comentado por Carl Sagan, que, surpresa, ao final errou em sua explicação sugerida?

O novo CeticismoAberto foi lançado como um “beta”, e ainda há vários detalhes a corrigir – incluindo uma lentidão no site – bem como há pretensões ainda maiores, como a formalização da iniciativa como uma associação educacional promovendo a ciência e o pensamento crítico. Se você aprecia o 100nexos, ele é de certa forma uma extensão do trabalho que iniciei há oito anos lá no CA. Que tal envolver-se e participar de tudo isto?

Agora que a fase mais trabalhosa na reformulação do CA já foi encaminhada, voltamos à programação normal no 100nexos!

Greatest Hits: Mitosis y Meiosis

“Vídeos didáticos para ensino e aprendizagem de biologia mediante tecnologias de informação”, oferecidos pelo professor Tomas Perez da Venezuela.

Não esqueça também da meiose!

“Ai, ai, aaaaai, la mitosis…!”

Bella Gaia: Imersão no Ponto Azul

“‘Bella Gaia’ é uma jornada audiovisual por um ‘Atlas Vivo’ de nosso mundo, expressando a profunda beleza em movimento do planeta Terra como visto pelos olhos dos astronautas. De queimadas na bacia do Amazonas a imagens de longa duração do derretimento do gelo no ártico, a visão de Bella Gaia é unir o poder da arte, tecnologia, ciência espacial e visualizações científicas reais de dados com o objetivo comum de aumentar o conhecimento e apreciação de nosso planeta natal”.

O diretor e compositor Kenji Williams vem apresentando o show desde o ano passado pela Europa, EUA e Japão. A amostra de pouco mais de cinco minutos acima dá apenas uma vaga idéia do que deve ser a experiência completa: 45 minutos projetados em gigantescos cinemas imersivos.

Se você ficou, como eu, ansioso por mais, muito mais, a plataforma utilizada por Williams para gerar as belas imagens é o Uniview, que oferece esta galeria de imagens e mesmo papéis de parede para seu desktop:

Hindu-Kush-Uniview_100nexos 

Ainda mais? Fique com este vídeo em que James May, do programa de TV Top Gear, voa até os limites da atmosfera em um avião espião U2. Esta não é uma simulação:

Estes vídeos e imagens caíram hoje em meu Reader e Twitter, oferecendo uma perspectiva que à primeira vista pode contrastar com o texto anterior sobre o Pálido Pixel Azul. Não há contradição: toda esta complexidade, toda esta escala insanamente fantástica de detalhes é ainda assim “apenas” um pixel. Não significa que este pixel seja um ponto insignificante, e sim que as minúcias deste ponto, das quais somos uma, são uma fração ínfima de um palco incomensuravelmente maior.

Ou, em outras palavras, wow. Simplesmente, wow. [via infosthetics, Flávio Gomes via Lazzeri]

Um pixel, da Terra à Lua, ao infinito e além

mooncloud

Um pedaço de rocha de pouco mais de 1.700 km de tamanho, a 400.000 km de distância da Terra. São números muito grandes, de difícil compreensão, mas é a nossa Lua. Saber que é a nossa Lua, contudo, não deve ajudar muito a capturar suas dimensões e distâncias, até porque nossos sentidos nos enganam. Tente representar com a mão, ou mesmo os braços, o tamanho com que a Lua aparece no céu, por exemplo. Fez o círculo? Muito provavelmente representou algo muito maior do que enxerga.

Pois o tamanho angular da lua no céu é de apenas meio grau. Para ter uma idéia do que isto representa, estenda o braço à sua frente e levante seu polegar: sua largura deve ter de um a dois graus. Isto é, a largura de seu dedão pode cobrir a Lua, de 1.700 km de tamanho, até quatro vezes. É quão pequena a Lua realmente surge no céu. Levante-se e vá conferir! Praticamente todos nós tendemos a estimar o tamanho da Lua no céu como muito, muito maior do que isso (às vezes até usando os braços!) devido à ilusão da Lua. É por isso que a Lua sempre aparece “tão pequena” quando a fotografamos, a câmera não mente, nossa percepção sim.

Felizmente, já há milhares de anos observamos o céu, há alguns séculos passamos a compreender os mecanismos celestes, e há quatro décadas, representantes de nossa espécie, a não mais do que seis graus de separação de você ou eu, pisaram na Lua. Lá já não era mais possível cobrir todo o satélite com o polegar. A menos, é claro, que o polegar ficasse imediatamente à frente dos olhos. Mas então não se enxergaria nada.

Há muitas formas de expressar como esta conquista foi fantástica, mas já que falamos de tamanho, continue lendo para a imagem que é a inspiração para este post, e ir ao infinito – e além.

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O Paradoxo de Braess e a Ampliação da Marginal

 escheraudi

Ampliação da marginal em São Paulo. Um paradoxo matemático de resultado dos mais curiosos, abrangendo desde o congestionamento de carros até a lentidão de sua internet. E uma Mente Brilhante? Todos estes nexos arrematados neste post. Na continuação, claro, clique na imagem e read on.

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Curso “O que é a Vida?” de Marcelo Gleiser

 gleiserlagoa

“Em dois encontros especiais, o físico Marcelo Gleiser conduzirá um percurso de investigação e reflexão sobre um tema fundamental: a vida. No primeiro encontro, analisará o que é a vida sob o ponto de vista da Biologia moderna – e como é difícil defini-la. Explicará ainda o que sabemos e o que não sabemos da história da vida na Terra, desde as suas origens até a incrível diversidade de hoje. No segundo encontro, o destino é o espaço, quando se discutirá a possibilidade de vida extraterrestre e a diferenciação de vida não inteligente e inteligente. Em seguida, ganham lugar as reflexões sobre as implicações filosóficas da possibilidade de vida extraterrestre e como a sua descoberta mudaria profundamente a História da humanidade.
Início: 03 AGO
Duração: 2 encontros
Dias/horários: Segundas-Feiras, Quartas-Feiras, às 20h (03/08, 05/08)
Valor: R$ 90,00 na inscrição + 1 parcela de R$ 100,00”

Os encontros acontecem na Casa do Saber na Lagoa, RJ. Mais informações no website.

Força da mente provada em vídeos?

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É honestamente um dos vídeos mais curiosos demonstrando supostos poderes paranormais a que já assisti. Não é um feito em si extraordinário como a multiplicação de pães, afinal é apenas um pedaço de papel girando. Tão útil quanto entortar talheres. Mas as inúmeras formas pelas quais o autor do vídeo busca deixar claro que não há nenhum truque envolvido elevam o efeito banal a algo genuinamente intrigante.

Antes de abordar em detalhe o vídeo, gostaria de pedir que você anote em um papel, no bloco de notas ou aonde for, exatamente como responderia sucintamente a duas perguntas: 1-“Este vídeo prova o paranormal?” e 2- “Como ele foi feito?”. É importante que deixe anotadas suas respostas, porque elas podem surpreendê-lo logo mais.

Senta que lá vem a história.

Argumentando com Deus

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Uma adaptação do original de Michael Anissimov, que indica ensaios ótimos de Eliezer Yudkowsky como Semantic Stopsigns e "Science" as Curiosity-Stopper para maior reflexão. Antes de criticar a imagem por sua caricaturização ou mesmo por algum tropeço epistemológico fatal, confira os ensaios indicados.

“Porque sim” não é resposta. “Porque Deus quis” também não. Se descobrir os infinitos mecanismos e fenômenos interligados que explicam o funcionamento de algo ainda não nos levou à “resposta”, e talvez nunca leve, o ponto é que não nos leva a falsas respostas. É preciso evitar os pontos finais semânticos do questionamento. [montagem sobre imagem via sxc.hu]

Uma erupção observada do espaço faz barulho?

A resposta é sim, ainda que os astronautas não possam ouvir. As imagens mais do que devem compensar, capturadas em plena órbita a 350km de altitude. Foi assim que no último dia 12 de junho registraram os primeiros estágios da erupção do vulcão Sarychev em uma desabitada ilha russa próxima da fronteira com o Japão.

No quadro abaixo, vêem-se os diversos fenômenos empolgando meteorologistas, geocientistas e vulcanologistas. A gigantesca coluna de fumaça é a primeira das plumas lançadas pelo vulcão, em uma combinação de cinza marrom e vapor branco. Enquanto a mistura aquecida se eleva rapidamente pela atmosfera, a umidade acaba se condensando e formando a peculiar nuvem branca em forma de domo: é uma nuvem pileus, cuja aparência inusitada já foi motivo de confusão com discos voadores.

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Também há cinzas mais densas estendendo-se pela terra, em um fluxo piroclástico, do qual distância é mais do que recomendada. Finalmente, a cobertura de nuvens ao redor da ilha está aberta em um círculo, com centro aparentemente no ponto de erupção. Cientistas discordam sobre o que pode ter causado este “furo” que permitiu uma visão tão clara. Vários indicam que seria a estrondosa onda de choque da explosão, enquanto outros sugerem ser o ar quente da pluma retornando ao solo ou simplesmente uma disposição natural das nuvens ao redor da ilha, sem relação com a erupção.

Fato é que são imagens fenomenais, motivando muito mais reflexão do que se a erupção fez ou não barulho – tanto fez que, repetindo, a onda de choque pode ter aberto o furo quilométrico da cobertura de nuvens, o que significaria que os astronautas podem ter “visto o som”.

O vídeo que inicia esta nota, por exemplo, é uma composição da série de fotografias capturadas a bordo da Estação Espacial Internacional. Note como entre a primeira e a última imagem os astronautas deslocaram-se bastante em relação à erupção, capturando-a primeiro de um lado e depois de outro. Natural, pois estão a quase 30.000km/h, completando uma volta ao planeta a cada 91 minutos. Lembrando que estão a 350 km de altitude e que a distância ao vulcão deveria ser uma diagonal muito mais longa, as imagens são uma façanha.

sarychev_pluma

Falando em quilômetros, escalas são necessárias. O pico Sarychev alcança pouco menos de 1,5km de altura, mas a pluma que lançou ultrapassou 8km de altitude, podendo ter chegado aos 16km. Mais do que o dobro do Everest em questão de horas. Ela não se estendeu apenas verticalmente, e na imagem acima, capturada dois dias depois, as cinzas marrons se estendem por toda a região. As várias erupções levaram cinzas do Sarychev a mais de 2.400km de distância, e a enorme extensão destas cinzas ressalta o impacto em escala planetária que erupções podem ter.

Sarychev_Eruption_Generates_Large_Cloud_of_Sulfur_Dioxide

Somando tudo, é algo fabuloso em escala incomensurável. Uma erupção ocorrida há menos de um mês em uma ilha desabitada é observada do espaço por astronautas em órbita, fotografada em câmeras digitais cujos arquivos foram enviados à Terra muito antes que os astronautas retornem. Seis astronautas, a propósito, lotação recorde nesta vigésima expedição, com americanos, russos, um canadense e o engenheiro de vôo japonês Koichi Wakata, que andou com um tapete voador. Arquivos digitais, a propósito, divulgados pela NASA em seus sítios, discutidos por especialistas e apreciados por leigos, partilhados no Twitter e Youtube até chegar a este blog.

“Apesar de todos os nossos fracassos, a despeito de nossas limitações e falibilidades, somos capazes de grandeza”. Só posso esperar que Carl Sagan perdoe o abuso de suas palavras para definir a maravilha que é o registro e a forma de divulgação dessas Manchas Marrons vistas do espaço em nosso Pálido Ponto Azul. [dica do Atila]

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