“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (19/02/09)
(São dois boletins do ISNS, mais ou menos sobre o mesmo tema, publicados em 19/02/09).
19 de fevereiro de 2009
Energia “Verde” e “Limpa” Ganha Bilhões no Pacote de Estímulo (da Economia)
Por Jim Dawson
ISNS
Dinheiro para a climatização das residências para famílias de baixa renda, garantias para financiamento para projetos de energia eólica e solar, fundos para programas estaduais e locais de “energia limpa”, e recursos para pesquisas para energia de biomassa e geotérmica respondem por alguns dos bilhões de dólares do pacote de recuperação da economia que caem na categoria genérica de “energia verde”.
Os investimentos e benefícios fiscais contidos no pacote de estímulo de US$787,2 bilhões envolve tantos programas, em tantas áreas diferentes, que é difícil definir claramente quais são somente “verdes”, mas é possível dar uma visão geral.
Os investimentos em “energia verde” mais imediatos incluem mais de US$ 6 bilhões em fundos para os estados investirem em eficiência energética e conservação de energia, mas os detalhes sobre exatamente como os estados vão investir esse dinheiro ainda estão por ser definidos.
Uma análise dos números, vinda de diversas fontes que incluem os membros da Câmara e do Senado, organizações envolvidas com energia e meio ambiente, e organizações científicas, tais como a Associação Ameriacana para o Progresso da Ciência (AAAS), indicam que mais de US$ 4o bilhões vão para a “energia verde” de uma forma ou de outra.
Essa cifra não inclui os cerca de US$11 bilhões para a melhoria da rede nacional de eletricidade (vide o outro boletim do ISNS desta data), mas inclui US$ 9,3 bilhões para o desenvolvimento de sistemas ferroviários de alta velocidade intermunicipais e o melhoramento da eiciência da Amtrak. Sem contar os trens, os recursos para energia limpa montam a pouco mais de US$ 30 bilhões.
Os número se subdividem assim:
- US$6,3 bilhões para fundos de eficiência energética e conservação de energia dos estados. De acordo com o Senador Jeff Bingaman, (Democrata -Novo México), presidente da Comissão de Energia e Recursos Naturais, mutios estados e governos locais desenvolveram programas de energia limpa, porém, por causa da crescente crise econômica, agora carecem dos recursos financeiros para desenvolver e por para funcionar esses projetos. Os US$ 6,3 bilhões devem permitir que os estados e governos locais “acelerem rapidamente o desenvolvimento [dos programas] de energia limpa”, declarou Bingaman.
- US$6 bilhões para novas garantias de financiamentos para projetos de energia renovável, tais como os de energia eólica e solar. Os recursos também incluerm dinheiro para projetos de linhas de transmissão de eletricidade que permitirão que a energia gerada por usinas eólicas e solares se conectem à rede.
- US$5 bilhões para ampliar os fundos de financiamento para climatização de residências de famílias de baixa renda. O fundo de financiamento tem como meta tornar mais de um milhão de residências mais energeticamente eficientes, mediante melhor isolamento térmico, portas e janelas melhores e outros melhoramentos para maior eficiência. A climatização porde diminuir as contas de energia em até US 350 por ano por residência e, provavelmente, se constitui no retorno mais rápido de qualquer investimento em energia, dizem os experts.
- US$4,5 bilhões para aumento da eficiência energética em prédios do governo federal. De acordo com a Comissão, “o governo federal é o maior consumidor de energia do mundo” e realizar melhoramentos da eficiência energética dos prédios federais pode reduzir a conta de energia do governo em 25%.
- US$2,5 bilhões para pesquisas sobre eficiência energética e energia renovável para os programas do Departamento de Energia (DOE). Isso se subdivide em US$800 milhões para biomassa, US$400 milhões para energia geotérmica e US$1 bilhão para programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados com tecnologias mais limpas para carvão, petróleo e gás, inclusive pesquisas sobre sequestro de carbono.
- US$400 milhões para estabelecer a Agência de Projetos de Pesquisa Avançada sobre Energia (Advanced Research Projects Agency-Energy = ARPA-E) no Departamento de Energia. A ARPA-E tem como missão reunir equipes de cientistas de vários campos para, de acordo com sua regulamentação de criação, resolver “as necessidades mais urgentes da nação em energia, através de pesquisa de alto risco e o rápido desenvolvimento de tecnologias de transformação para energias limpas”.
- US$300 milhões para pesquisa relacionada com energia no Departamento de Defesa. Esses recursos são destinados a projetos de geração, transmissão, regulação, armazenagem e uso de energia renovável em instalações militares.
- US$500 milhões para a preparação de trabalhadores para carreiras nos campos de eficiência energética e energias renováveis. O Presidente Obama declarou que o pacote de estímulo, no todo, deve empregar 460.000 pessoas em programas relacionados com a energia e dobrar a quantidade de energia produzida por fontes alternativas nos próximos três anos.
- US$2 bilhões em financiamentos para a manufatura de sistemas de baterias avançados. Um dos problemas críticos no desenvolvimento de automóveis elétricos comercialmente viáveis é a eficiência das baterias. O melhor que a ciência e a indústria automobilística podem prometer, no momento, é um veículo elétrico com uma autonomia de menos de 80 km e, mesmo isso, para daqui a um mínimo de um ou dois anos. A indústria automobilística gastou milhões com a pesquisa sobre baterias, mas o progresso tem sido lento.
- US$1 bilhão para programas de eficiência energética que financiem combustíveis alternativos para caminhões e ônibus, e dêm início a uma infraestrutura de transportes que abranja automóveis elétricos e outros veículos. Cerca de Us$300 milhões desse total iriam para a repotencialização de velhos caminhões com a atualização de seus motores a diesel, enquanto outros US$300 milhões iriam para a aquisição pelos governos estaduais e locais de ônibus e caminhões acionados por gás natural comprimido. Cerca de US$300 milhões dos recursos proveriam compensações fiscais para consumidores que comprassem eletrodomésticos com maior eficiência energética.
- US$8 bilhões para o desenvolvimento de ferrovias de alta velocidade para promover o transporte ferroviário intermunicipal por toda a nação. Outros US$1,3 bilhões serão alocados para o sistema Amtrakde transporte de passageiros.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
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“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (18/02/09)
18 de fevereiro de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Uma Possível Ligação entre Enxaquecas, Derrames e Ataques Cardíacos
Mulheres que relataram sofrer de “enxaquecas com auras”, o que significa que elas vias luzes brilhantes ou padrões geométricos, e que também portavam certos genótipos (variações genéticas), tinham o dobro do risco de derrames e ataques cardíacos. A pesquisa, pubicada na última edição de Neurology, envolveu 4.577 mulheres que relatavam um histórico de enxaqueca e, desse grupo, 1.275 relatavam sofrer de enxaqueca com aura. As mulheres foram examinadas em busca de uma variante genética específica, chamada ACE, e não foi encontrada uma ligação entre as dores de cabeça das enxaquecas e um risco aumentado de derrames e ataques cardíacos. No entanto, os pesquisadores descobriram que as portadoras dos genótipos DD e DI tinham um risco significativamente maior. As que tinham um terceiro genótipo, chamado II, não corriam um maior risco. “A complexa relação entre essa variante genética, enxaqueca, derrame e doenças cardíacas tem sido o foco de vários estudos e os resultados tem sido controversos”, declara Markus Schurks, um pesquisador da Divisão de Medicina Preventiva do Brigham and Women’s Hospital em Boston. “Chegar ao fundo da questão de se há uma conexão e por que, pode auxiliar a desenolver meios para prevenir efeitos tais como derrames e doenças cardíacas, que são as principais causas de mortes nos Estados Unidos”.
Os Traços de Vida Mais Antigos na Terra são Contestados
Em uma discussão que está esquentando no mundo das ciências da Terra, os cientistas do Museu Sueco de História Natural e Centro Nórdico para a Evolução da Terra contestaram a afirmação de que os mais antigos traços da vida sobre a Terra têm 3,85 bilhões de anos e foram encontrados em um pequeno afloramento rochoso no Sudoeste da Groenlândia. Pela datação de rochas que contém grafite — os indícios de vida primitiva na forma de certo tipo de carbono — o novo artigo declara que “não há provas” que as rochas e o carbono sejam “mais antigos do que 3,76 bilhões de anos”. Embora haja pouca discordância sobre ser o carbono o indício de vida extremamente primitiva sobre nosso planeta, a dicussão é sobre a natureza das rochas intrusivas que permeiam a formação rochosa que contém o carbono. Essas rochas intrusivas foram datadas como tendo 3,85 bilhões de anos em 2006 por uma equipe internacional de cientistas, que alegaram que, porque as rochas carboníferas têm que ser mais velhas do que as rochas que, mais tarde, se intrudiram nelas, o carbono tinha que ser mais velho do que os 3,85 bilhões de anos.
Isso é importante porque se acredita que a Terra tenha sido extremamente hostil à vida entre 3,8 e 4,5 bilhões de anos passados, quando o planeta começou a se formar. A equipe sueca diz que as rochas intrusivas não são vulcânicas, como a equipe internacional afirmou, mas, em lugar disto, causadas pela atividade tectônica (movimento das Placas da Terra).
A “atividade tectônica” significaria que “a idade das rochas intrusivas é irrelevante para a datação do grafite”, argumentam os cientistas em seu artigo, publicado na revista da Geological Society. O mundo das Ciências da Terra espera por uma resposta da equipe internacional.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (12/02/09)
200 Anos de Darwin: A Luta Contra a Evolução Continua
Por Jim Dawson
ISNS
Hoje (12/02) é 200º aniversário do nascimento do biólogo evolucionista Charles Darwin, cujo livro, publicado em 1859, “Da Origem das Espécie” mudou profundamente a natureza da ciência biológica e nossa compreensão sobre de onde viemos e quem somos. A Teoria da Evolução de Darwin, reforçada pela atual pesquisa genética, é tida por virtualmente todos os biólogos como o princípio básico, ou “conceito central”, da moderna biologia.
No entanto — fundamental como é para a ciência moderna — a evolução permanece sob ataque organizado e difundido por parte de grupos religiosos e outros que insistem em tentar diminuir sua importância no ensino de ciências nas escolas públicas dos Estados Unidos.
A guerra contra a evolução é focalizada nos conselhos estaduais de educação e alguns dos 15.000 distritos escolares dos EUA. O esforço para fazer cessar o ensino daquilo que Darwin dscobriu quando estudou a estranha mistura de espécies nas Ilhas Galápagos em 1835, começou com toda a força no “Julgamento dos Macacos” (“Scopes Monkey Trial”) em 1926.
O resultado do julgamento foi a primeira e última vitória dos criacionistas. “Nós perdemos o caso Scopes, mas, desde então, não perdemos uma”, declarou Glenn Branch, subdiretor do Centro Nacional para Educação em Ciências (National Center for Science Education = NCSE) em Oakland, Califórnia. O centro que descreve sua missão como “defender o ensino da evolução nas escolas públicas”, monitora os esforços dos anti-evolucionistas para inserir alguma forma de criacionismo nos padrões de ciências para as escolas públicas e nos livros-texto de biologia.
A grande preocupação atual do NCSE e outros que defendem o ensino da evolução nas aulas de ciências, é uma lei, aprovada no verão passado pelo legislativo do Estado de Louisiana, chamado de “Lei de Educação em Ciências da Louisiana” (Louisiana Science Education Act). A lei cujo propósito ostensivo é apoiar a liberdade acadêmica, permite aos professores utilizar “material suplementar” quando forem ensinar “evolução biológica, as origens químicas da vida, aquecimento global e clonagem de seres humanos”.
“Essa lei foi criada por conservadores com o auxílio do Instituto Discovery Institute”, declarou Barbara Forrest, professora de filosofia na Universidade Estadual do Sudeste da Louisiana, em Hammond,. (O Instituto Discovery, com base em Seattle, Estado de Washington, tem estado na vanguarda do movimento anti-evolucionista desde sua fundação em 1990). Forrest, que lidera a luta contra os esforços para incluir o material criacionista nas aulas de ciencias, explica que o governador sancionou a lei e os que tentam defender o ensino científico da evolução estão “perdendo a cada rodada” no estado.
“Nesta semana a linha de ataque é contra os padrões de ensino de ciências usados pelas escolas do estado”, diz ela. “Eu acredito que os livros-texto de biologia sejam o alvo do ano que vem. Eles (os anti-evolucionistas) estão estendendo seus tentáculos por todas as partes”. Organizações científicas no estado, assim como cientistas de várias universidades da Louisiana, estão finalmente ficando alarmados, diz ela, “e eu estou recebendo ofertas de assistência”.
Mas existe pouco que Forrest ou o NCSE possam fazer, a menos que um pai em um dos distritos escolares registre uma queixa contra o que está sendo ensinado. “A carga de fazer alguma coisa recai sobre os pais”, diz ela, mas a legislação também tornou o processo de registrar uma queixa difícil e demorado.
Embora a Louisiana esteja atraindo a maior parte da atenção no momento, as tentativas sempre mais elaboradas dos criacionistas para intrometer suas idéias nos currículos de ciências, continuam em diversos legislativos e conselhos de educação em vários outros estados:
- No Mississippi, uma lei que teria determinado que o conselho de educação exigisse que todo livro texto que discutisse a evolução, incluísse uma ressalva que descrevesse a evolução como uma “teoria controversa”, foi rejeitada em uma Comissão. A ressalva, que teria a forma de um adesivo colado aos livros, seria similar àquela atualmente obrigatória no Alabama. Embora a lei do Mississippi tenha sido rejeitada, sua autor, Gary Chism, declarou que ele pensa em apresentar novo projeto no ano que vem. “Ou você acredita na história do Gênesis, ou você acredita que um peixe andou para a terra”, ele declarou.
- Um projeto de lei, apresentado em 3 de fevereiro na Câmara de Deputados de Iowa, intitulado de “Lei da Liberdade Acadêmica sobre a Evolução” (“Evolution Academic Freedom Act”), permitiria que os professores apresentassem “um completo espectro de pontos de vista cinetíficos” quando fossem ensinar a evolução. Apesar de parecer inócuo, esses “pontos de vista científicos” incluem o “intelligent design”, que aponta de maneira bem anti-científica para um criador sobrenatural.
- Um projeto de lei similar sobre “liberdade acadêmica” foi apresentado no legislativo do Alabama em 3 de fevereiro, com a intenção de minar o ensino da evolução, de acordo com o NCSE.
- No Novo México foi apresentado recentemente um projeto de lei que exige que as escolas permitam aos professores informar aos estudantes “acerca de informações científicas relevantes com respeito à solidez científica ou às fraquezas científicas a respeito da evolução biológica ou evolução química”. Segundo Branch do NCSE, essa discussão sobre “solidez e fraquezas”, assim como a “liberdade acadêmica”, nas leis propostas pelos anti-evolucionistas, são fórmulas casuísticas para criar leis que não mencionem “Deus” ou “Religião” e, assim, possam sobreviver ao questionamento no judiciário.
- No Texas uma votação recente no Conselho Estadual de Educação aprovou uma revisão dos padrões de ensino de ciências estaduais que removeu o dispositivo que falava da “solidez e fraquezas”, introduzido pelos criacionistas nos padrões. Enquanto o jornal Dallas Morning News descreveu como “uma grande derrota para os conservadores”, o Conselho não adotou o que o NCSE descreve como “revisões cientificamente indefensáveis” para outros padrões para o ensino de ciências.
Branch se delarou encorajado pela declaração do Presidente Barack Obama, durante a campanha presidencial, de que: “Eu penso que é um erro tentar obnubliar o ensino de ciências com teorias que — francamente — não se mantém frente a uma análise científica”.
“O governo federal não está diretamente envolvido nisto porque é uma tarefa atribuída aos estados e aos conselhos de educação”, exlica Branch. “Porém [Obama] pode estabelecer o tom, usando de seu púpito agressivamente”.
Nota de pé de página: O Julgamento Scopes e Além
John Scopes, um professor de ciências da escola secundária no Tennessee, foi acusado, em 1926, de ensinar o evolucionismo, em violação à Lei Butler, que declarava ilegal “ensinar qualquer teoria que negue a estória da Criação Divina do homem, tal como ensinada na Bíblia, e ensinar, em lugar disso, que o homem descende de uma forma inferior de animais”.
Depos de oito dias de debates entre o promotor Williams Jennings Bryant e o advogado de defesa Clarence Darrow, o juri deliberou por apenas nove minutos, até decidir que Scopes era culpado. O tribunal o multou em US$ 100. O julgamento foi retratado em uma peça,“ Inherit the Wind” (“Herdará o vento”), em 1955 e, cinco anos depois, um filme com o mesmo título recebeu quatro indicações para o Oscar.
Os ataques de hoje em dia vêm ostensivamente de grupos religiosos tais como o “Respostas no Gênesis” (com base no Kentucky) e organizações quse-científicas, tais como o Instituto Discovery em Seattle, Washington. A preocupação fundamental das organizaçõesanti-evolucionismo é que o ensino da evolução nas escolas mine a autoridade do criacionismo bíblico.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
Nematóides da Antártica e Mudanças Climáticas
Como um verme da Antárctica fabrica seu próprio anti-congelante e o que isso tem a ver com mudanças climáticas
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Dois pesquisadores da Universidade Brigham Young que acabaram de voltar da Antártica, estão relatando a descoberta de um resistente verme que suporta o ambiente gelado, fabricando seu próprio anti-congelante. E quando sua terra natal, notoriamente seca, fica sem água, ele simplesmente desidrata e fica em animação suspensa, até que água líquida o traga de volta à vida.
Identificar os genes que o verme usa para disparar a produção de anti-congelante pode ser uma informação útil — genes semelhantes, encontrados em outros organismos antárticos, estão sendo usados atualmente para criar plantas de cultivo resistentes ao congelamento.
Porém o professor associado de biologia molecular Byron Adams e seu estudante de doutorado Bishwo Adhikari, da UBY continuam seu namoro com nematóides microscópicos por outro motivo.
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Eles passaram o Natal perto do Polo Sul tentando estabelecer como o destino de um verme de meio milímetro pode causar impacto sobre todo um ecossistema e como essa informação pode servir como uma importante base de cálculo para a compreensão do impacto das mudanças climáticas sobre sistemas mais complexos, tais como a plantação de um fazendeiro nos Estados Unidos.
Seu mais recente estudo, publicado na segunda feira na revista BMC Genomics, utilizou amostras coletadas por Adams durante viagens anteriores ao continente mais inóspito do mundo. Ele morou na Estação McMurdo por sete vezes e pegou carona em helicópteros para coletar amostras do solo congelado e seco dos vales antárticos, onde só um punhado de animais microscópicos consegue sobreviver. Os que conseguem servem como um conveniente laboratório para o estudo de como pequenas mudanças no ambiente podem ter um grande impacto em um ecossistema.
Uma pesquisa anterior, tendo Adams como co-autor, mostrou que outra espécie de nematóide desempenha um grande papel na quantidade de carbono reciclado através do solo, um processo que é um dos principais “tijolos” que constroem a vida na Terra. Ao mesmo tempo, flutuações na temperatura estão diminuindo a população de vermes. Este é o tipo de impacto de mudança climática que os pesquisadores querem compreender melhor, de forma a poderem prever o que se segue.
Adams e Adhikari estão dando esse passo adiante com sua análise dos genes de seu mais recente objeto: uma espécie de nematóide que vive nas áreas mais úmidas do interior de Antártica.
Até que Adhikari seqüenciasse seus genes, ninguém sabia que ele tinha desenvolvido um sistema de anti-congelante.
“Eu realmente fiquei surpreso — o gene do anti–congelante não se parece com qualquer coisa em outros nematóides”, ele disse.
Quando a água contida em um ser vivo se congela, cristais de gelo perfuram as paredes das células e o mata. Isso é o que causa o congelamento (“frostbite”). Acontece que o verme cria uma proteína que, provavelmente, impede que o gelo forme cristais aguçados ou os encapsula, de forma a que eles não perfurem coisa alguma.
O novo artigo também revela os genes usados pelo verme para colocar sua vida em “pausa” quando a água do solo seca.
Essa resposta genética, peculiar a essa espécie, a seu ambiente significa que é provável que ela continue a florescer, à medida em que a Antártica se torna mais úmida, explica Adams, enquanto outras espécies de nematóides encolhem. É assim que essa pesquisa a nível molecular traça a ligação com a previsão de como a composição e a distribuição das espécies no solo mudarão em resposta às mudanças climáticas.
“Compreender como o solo funciona, independentemente das plantas, nos fornece uma linha de base à qual podemos, posteriormente, acrescentar as plantas”, explicou Adams. “Esses são os primeiros passos rudimentares — a meta a longo prazo é sermos capazes de estender nossas descobertas a ecossistemas mais complexos, em particular aos ecossistemas gerenciados. Os agricultores querem saber como as mudanças climáticas vão afetar sua capacidade de cultivar colheitas. No momento, não fazemos a menor idéia. Compreender como isso funciona em um ecossistema simples é o primeiro passo para nos tornar capazes de fazer essas previsões”.
Essa pesquisa é financiada pela National Science Foundation. Diana H. Wall da Universidade do Estado do Colorado é também uma co-autora do artigo.
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (9/2/09)
9 de fevereiro de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Telefones Celulares como Computadores para Sala de Aula
Enquanto alguns professores confiscam telefones celulares, se estes tocarem durante a aula, e outros se oponham a permitir o uso das funções e programas de calculadora existentes nos iPhones e outros “smart phones”, em lugar das calculadoras tradicionais, nas aulas de matemática, um projeto no Texas tem uma abordagem diametralmente oposta e fornece aos estudantes telefones celulares carregados com “software” educacional. Um projeto na Escola Intermediária Trinity Meadows, em Keller, Texas, equipou 53 estudantes do 5º ano com telefones que contém um “software” chamado “Mobile Learning Environment” (“Ambiente de Aprendizado Móvel”) desenvolvido pelo cientista Elliot Soloway da Universidade de Michigan. O “software” basicamente transforma os telefones em computadores que, de acordo com Soloway, permitem fazer quase tudo que um “laptop” pode fazer, por uma fração do preço. Os estudantes podem usar os telefones para traçar fluxogramas, animar ilustrações, navegar por “locais relevantes” da Internet e integrar material a suas lições. Tendo verificado que vários estudantes já portavam celulares sofisticados, Soloway descreveu os telefones celulares como “os novos papel e lápis”. Matt Cook, o professor do 5° ano que criou o projeto piloto com o emprego de telefones celulares e “software”, declarou que os telefones “serão absolutamente integrados em minhas lições”. Ele prossegue: os estudantes terão um interesse maior pelas lições “porque vamos estar falando a linguagem dos estudantes. Sempre que se pode fazer isso, há uma chance muito maior deles prestarem atenção”.
Criaturas Antigas aos Baldes
A paleontologia é uma ciência que é notável pelo seu tédio, envolvendo caracteristicamente pesquisadores e suas equipes em semanas de sofridas buscas por terrenos que são freqüentemente remotos e hostis, á procura de um fragmento de osso fossilizado que indique a descoberta de uma nova criatura antiga. Aí aparece Steve Sweetman, um paleontologista da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, que, nos quatro últimos anos, descobriu 48 novas espécies da época dos dinossauros. Sweetman descobriu as novas espécies em valhos depósitos sedimentares fluviais na Ilha de Wight, que é conhecida entre os caçadores de ossos como a “Ilha dos Dinossauros”, por ser uma rica fonte de ossos de dinossauros. Porém, em lugar de percorrer a ilha procurando por fragmentos de ossos indicativos, Sweetman coletou, balde a balde, cerca de três toneladas e meia de lama para análise. Ele levou a lama para um laboratório que ele montou em sua fazenda na ilha e secou e peneirou a lama, até que essa virasse areia. Aí, ele examinou a areia com microscópio e descobriu uma variedade de pequenos ossos e dentes fósseis. “Logo na primeira amostra, eu descobri uma pequena mandíbula de um tritão, já extinto, e, a partir disso, novas espécies continuaram aparecendo”, declarou ele. Sweetman publicou artigos sobre dois dos mamíferos que ele descobriu na resvista Palaeontology. A pesquisa-aos-baldes continua.
Vida em Marte, Poluição na Terra
Um dispositivo desenvolvido para detectar possíveis formas de vida em Marte, farejando em busca de certas substâncias químicas, foi modificado pelos cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, para detectar poluentes conhecidos como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (polycyclic aromatic hydrocarbons = PHAs) na Tera. Os PHAs que são encontrados na fumaça dos cigarros, fumaça de madeira, cinzas vulcânicas e outras fontes, são moléculas potencialmente cancerígenas e são consideradas perigosas. Os processos de detecção de PHA na Terra, usados habitualmente na limpeza de locais onde houve contaminação ambiental, é lento e caro. Os cientistas vêm procurando uma maneira mais rápida e barata para detectar e medir os níveis de PHA. Os pesquisadores de Berkeley testaram amostras do Lago Erie, de uma fumarola vulcânica no Golfo da Califórnia e do Deserto de Atacama no Chile. O detector portátil projetado para Marte “ficou ao par com os atuais processos laboratoriais”, declararam os pesquisadores e podem se mostrar úteis no monitoramento ambiental na Terra.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (4/2/09)
A Grande Mancha Vermelha Ficou Menor
Imagens mais nítidas mostram que a maior tempestade de Júpiter está encolhendo
Por Phillip F. Schewe
Colaborador do ISNS
Os cientistas que estudam a Grande Mancha Vermelha de Júpiter — o “furacão” joviano que gira rapidamente e tem duas vezes o diâmetro da Terra — produziram o melhor mapa, até agora, das velocidades dos ventos no planeta gigante, um lugar onde as rajadas de vento são freqüentemente de 480 km/h ou mais. Os mapas consistem de dezenas de milhares de medições de velocidades e fornecem uma imagem nítida do que está acontecendo com a Mancha.
Com efeito, de acordo com Xylar Asay-Davis, um cientista da Universidade da Califórnia em Berkeley, esses mapas representam os mapas planetários [de Júpiter] com a maior definição e maior precisão jamais produzidos. A Mancha é uma tempestade “anti-ciclônica” com a forma de um losango que tem exibido sua fúria em Júpiter por pelo menos três séculos. Tal com meteorologistas que estudam os furacões da Terra para compreender melhor o comportamento de tempestades violentas, os astrônomos planetários tentam registrar imagens detalhadas da Mancha para compreender melhor o tempo em Júpiter — um planeta sem uma superfície sólida visível e que é, pelo menos de nosso ponto de vista, somente um complexo de condições atmosféricas.
Imagens detalhadas são difíceis de obter, uma vez que a Mancha está sempre em movimento e tem que ser imageada por meio de uma complicada dança. Em primeiro lugar, o planeta como um todo gira a mais de 44.000 km/h no seu equador, o que o torna o planeta que gira mais rápido no Sistema Solar. Aí então, a Mancha está em movimento ao longo de sua faixa horizontal, uma faixa de nuvens que se estica em torno de todo o planeta. Por sua vez, a faixa está em movimento com relação a outras faixas paralelas em outras latitudes. Além disso, a mancha gira no sentido anti-horário, completando um giro a cada seis dias terrestres. Finalmente, a câmera que tira as fotografias, montada em espaçonaves que passam próximas a Júpiter, inclusive as Galileo e Cassini, estão, elas próprias, atravessando o espaço a milhares de quilômetros por hora.
Asay-Davis explica que uma outra complicação para medir a Mancha, é o fato de que as nuvens que não fazem verdadeiramente parte da Mancha, ficam pairando nas proximidades. Algumas dessas nuvens arrancam pedacinhos da Mancha, ou são, por sua vez, absorvidas pela Mancha. A única maneira confiável para medir a extensão e amplitude da Mancha, prossegue ele, é medir as velocidades dos ventos em escala planetária.
Os mapas de alta definição criados por Asay-Davis e seus colegas extraem dados da Galileo, Cassini e de observações feitas pelo Telescópio Espacial Hubble Space Telescope, e são processados por software sofisticado. A partir de toda essas contas, a equipe de cientistas deduziu que a Mancha encolheu nos últimos doze anos. A Mancha tem sobrevivido pelos últimos 300 anos e não corre o risco de se dissipar, explica Asay-Davis. As nuvens vizinhas que se chocam regularmente com a Mancha, podem retirar de ou adicionar energia à mesma.
Asay-Davis’s relatou suas descobertas em uma reunião da divisão de dinâmica dos fluidos da American Physical Society.
(link para uma imagem de alta definição da Grande Mancha Vermelha)
(link para uma animação do comportamento da Grande Mancha Vermelha, na WikPedia)
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
“Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (02/02/09)
2 de fevereiro de 2009
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Disfunção Erétil em Homens Jovens Duplica o Risco de Doenças Cardíacas
Pesquisadores na Clínica Mayo em Rochester, Minnesota, descobriram que homens que passam por disfunções eréteis entre as idades de 40 e 49 anos, têm um risco 80 % maior de doenças cardíacas. Embora a disfunção erétil seja objeto de chacota na sociedade, a pesquisa sugere que homens mais jovens e seus médicos devem encarar o problema com seriedade, considerando a disfunção erétil como um sinal de um risco futuro de doença coronariana e tomando as medidas apropriadas para evitá-la, declarou a pesquisadora Jennifer St. Sauver. Os pesquisadores da Mayo observaram, em um editorial da Mayo Clinic Proceedings, que os resultados “levantam a possibilidade de uma ‘janela de curabilidade’, na qual o progresso da doença cardíaca pode ser diminuído ou cessado pela intervenção médica”. O estudo envolveu 1.402 homens de Minnesota que, em 1996, foram identificados como não-portadores de doenças cardíacas. A cada dois anos, ao longo de 10 anos, os homens foram avaliados na saúde urológina e sexual. Ao longo dos 10 anos de acompanhamento, a pesquisadora descobriu um aumento de 80 % na probabilidade de doenças cardíacas nos participantes do estudo mais jovens que tinham disfunções eréteis. “Nos homens mais velhos, a disfunção erétil pode ser de menor importância para um prognóstico de desenvolvimento futuro de uma doença cardíaca”, declara St. Sauver.
Ruído do Tráfego Causa Ataques Cardíacos na Vizinhança
Pessoas que vivem em áreas residenciais com altos níveis de ruído oriundo do tráfego rodoviário, parecem sofrer mais ataques cardíacos do que pessoas que vivem em vizinhanças mais tranqüilas, de acordo com um novo estudo realizado por pesquisadores do Instituto Karolinska de Estocolmo, Suécia. Goran Pershagen, que liderou o estudo, declarou que 1571 pessoas da área de Estocolmo que sofreram ataques cardíacos, entre 1992 e 1994, foram comparados com um grupo de controle da mesma área. Os endereços de todos os indivíduos foi identificado e o nível de ruído estimado. Também foram considerados outros fatores de risco de ataque cardíaco, tais como a poluição atmosférica e outros, por meio de questionários e entrevistas, disseram os pesquisadores. Eliminados do estudo aqueles que tinham deficiência auditiva ou exposição a outras fontes de ruído, os pesquisadores descobriram que havia um risco 40 % maior de ataque cardíaco nas pessoas expostas ao ruído do tráfego que passasse do 50 decibéis — um ruído relativamente pequeno; o ruído do tráfego normalmente anda na casa de 80 a 90 decibéis. “Serão necessárias mais pesquisas para estabelecer uma correlação definitiva entre o ruído do tráfego rodoviário e os ataques cardíacos, porém nossos resultados são consistentes com os de outros estudos que mostram os efeitos cardiovasculares do ruído”, declara Pershagen. Uma possível ligação entre o ruído e ataques cardíacos deve ser levada em conta quando do planejamento de novas rodovias e áreas residenciais, acrescentou ele. O estudo foi publicado em Epidemiology.
Plantações Conectadas Encorajam as Pragas
Cientistas da Universidade do Estado do Kansas em Manhattan, Kansas, tendo observado que as pragas que se alimentam de uma cultura particular se alastravam mais facilemente em regiões agrícolas onde havia muitas plantações próximas entre si, desenvolveram um estudo de “conectividade” que sugere que um plantio “menos conectado” poderia proteger as plantações. Traçando gráficos em nível municipal ao longo dos 48 estados [dos EUA] mais ao Sul, Margaret Margosian e sua equipe estudaram a densidade — ou “conectividade” — de soja, milho, trigo e algodão. Então eles introduziram quatro “pragas hipotéticas que se espalham com diferentes níveis de dificuldade” em seu sistema. A cultura de soja foi julgada altamente conectada para a transmissão de pragas facilmente transmissíveis e, desse modo, vulnerável a sua propagação. O milho foi achado igualmente vulnerável às pragas. O algodão e o trigo, ao contrário, estavam muito menos conectados, a nível nacional, e, como resultado, menos vulneráveis. O estudo, publicado em BioScience, diz que os resultados indicam que “pode ser . . . prudente encorajar padrões de plantio que rompam a conectividade para minimizar a probabilidade de que uma praga se alastre”. E, quando uma nova praga começar a atacar uma cultura, “a análise gráfica poderia sugerir onde e quando se justificariam intervenções radicais, tais como a erradicação das plantações, para impedir o alastramento da praga. Lidar com as pragas agrícolas custa aos EUA cerca de US$ 1 bilhão anualmente, observam os pesquisadores.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (29/01/09)
A Energia das Plantas
Cientistas tentam fazer com que as plantas fabriquem mais combustível em lugar de açúcar
Por Phillip F. Schewe
Colaborador do ISNS
O 200° aniversário de Charles Darwin será em 12 de fevereiro próximo e, embora sua teoria da evolução tenha resistido aos testes pelos últimos dois séculos, cientistas da Universidade da Califórnia em Berkeley, estão trabalhando para driblar a evolução — pelo menos, um pouquinho — introduzindo algumas mudanças não-acidentais na menor de todas as plantas.
Os cientistas querem modificar geneticamente micro-algas de forma a minimizar o número de moléculas de clorofila necessárias para que as algas colham a energia solar, sem comprometer o processo de fotossíntese nas células. A meta é usar as algas para produzir bio-combustível. Em lugar de produzir mais moléculas de açúar para si próprias, elas poderiam estar produzindo hidrogênio ou hidrocarbonetos para nós e, a par desse processo, diminuir a ameaça de mudanças climáticas causadas pela queima de combustíveis fóssil.
Os pesquisadores de Berkeley identificaram as instruções genéticas no genoma das algas responsável pelo fornecimento de cerca de 600 moléculas de clorofila para as antenas captadoras de luz solar das células. Eles calculam que as algas podem se sustentar com cerca de somente 130 moléculas.
Mas, por que todo esse trabalho? O pesquisador Tasios Melis argumenta que uma antena de clorofila maior serve para que organismo compita pela captura de luz e sobreviva na natureza, onde a luz solar é freqüentemente limitada, porém é prejudicial para o esforço de engenharia para usar as algas para converter luz solar em bio-combustível. Os cientistas querem desviar a função normal da fotossíntese de gerar biomassa, para produzir coisas como lipídios, hidrocarbonetos e hidrogênio.
As micro-algas são ideais por causa de sua taxa de fotossíntese; talvez dez vezes mais eficientes do que plantas terrestres tais como cana-de-açúcar, milho e a switchgrass, que são freqüentemente mencionadas como possíveis fontes de bio-combustíveis.
Além de fazer com que as algas convertam mais luz solar em combustível, outra questão que precisa ser resolvida é como configurar os tanques de bio-cultura de maneira a que a luz solar possa penetrar as camadas exteriores de algas, de forma que as camadas internas possam também participar da foto-conversão. Melis chama o esforço geral para maximizar a eficiência da conversão com micro-algas da luz solar para produtos de “óptica celular”.
O quão breve as algas podem desempenhar um papel importante? “O progresso até agora tem sido grande, mas não o suficiente para tornar o processo competitivo com os combustíveis fósseis”, diz Melis. “São necessários maiores aperfeiçoamentos no desempenho da fotossíntese em condições de cultura em massa e uma maior produção de bio-combustíveis por parte das algas, antes que os custos se comparem com os de combustíveis mais tradicionais”.
Os recentes resultados foram relatados em um recente encontro da Sociedade Óptica da América.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
(Pondo a vida em dia – 3) “Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (28/01/09)
28 de janeiro de 2009
A Agenda para a Ciência: Agressiva e Gigantesca
Por Jim Dawson
Inside Science News Service
Quando o antigo assessor de Ciências do Presidente Clinton, Neal Lane, foi perguntado sobre qual seriam os conselhos que daria para John Holdren, o assessor de ciências do Presidente Obama, ele riu alto. “Eu diria para eIe que esse é um dos melhores empregos do governo e que ele deveria aproveitar”.
Mas, se Holdren perguntasse a ele o que fazer em seus primeiros dias no trabalho, Lane, agora um decano do Instituto de Políticas Públicas da Universidade Rice, em Houston, ofereceria uma gigantesca lista de questões que confrontam não só o assessor de ciências, mas toda a equipe presidencial, que deve por mãos à obra com tudo, desde o aquecimento global e energia “verde”, até as pesquisas com células-tronco e educação para as ciências.
Quando o Presidente George W. Bush tomou posse em 2001, a ciência ficou bem em baixo na lista de prioridades e permaneceu nessa posição pelos primeiros seis anos de sua administração. Com efeito, levou cerca de nove meses para que Bush indicasse um assessor para ciências. Porém Obama nomeou a maior parte de sua equipe científica até o dia da posse e, o mais importante, nomeou o físico Holdren como assessor presidencial para ciências e o físico e laureado com o Prêmio Nobel Stephen Chu como Secretário de Energia, bem como Carol Browner como “czar da energia”.
A esperança entre aqueles por dentro da política é que Holdren fique em um escritório no Eisenhower Executive Office Building, adjacente à Casa Branca. Lane teve um escritório lá, mas o assessor de ciências de Bush, John Marburger, foi removido para umas duas quadras mais distante, quando da reforma do Prédio Governamental e nunca voltou. Pode parecer uma questão trivial para muitos, porém Lane observou que é importante, tanto do ponto de vista simbólico, como no prático, ficar dentro do complexo da Casa Branca. “Mesmo que você esteja a um quarteirão de distância, você tem que passar pela segurança, cada vez que vai à Casa Branca para uma reunião. Isso leva tempo e, normalmente, você está com pressa”.
Para enfatizar a importância que a ciência terá na nova administração, Obama declarou em seu discurso de posse que: “Vamos restituir à ciência seu devido lugar e produzir maravilhas tecnológicas que aumentem a qualidade da saúde pública e diminuir seus custos. Vamos colher a energia solar e dos ventos para abastecer nossos carros e acionar nossas fábricas. E vamos transformar nossas escolas, colégios e universidades para fazer face às demandas de uma nova era. Tudo isso nós podemos fazer. E faremos isso tudo”.
Lane e outros cientistas, e experts em políticas estão motivados com a importância que Obama está colocando na ciência, mas estão igualmente muito conscientes da pressão que esse lugar de destaque coloca no pessoal de ciências do governo e sobre a comunidade científica para que se adiantem e obtenham resultados, tanto de curto como de longo prazo, nas questões científicas que confrontam o país.
Seguindo os números
As questões mais imediatas, tais como as restrições postas pela administração Bush sobre as pesquisas com células-tronco, podem ser resolvidas rapidamente por decreto, comentou Lane. Mas a lista de questões maiores, tais como energia, mudanças climáticas, regulamentação ambiental e educação científica, precisarão de um cuidadoso trabalho junto ao Congresso e uma pletora de grupos de pressão, públicos e privados, para fazerem os programas avançarem.
“Todas [essas] coisas que afetarem grandes números de pessoas, assim como estados e regiões em particular, bem como setores da comunidade dos negócios”, declarou Lane. “Aqueles que lidarem com essas questões, terão que trabalhar cuidadosamente e se certificarem que o Presidente dispõe de todas as informações que precisa, e se certificarem, também, de que essas informações incluam a ciência”.
Lidar com a montanha de questões relacionadas com a ciência é algo que começa imediatamente, em parte porque o pacote de US$ 550 bilhões de estímulo à economia, recentemente aprovado pela Comitê de Orçamento da Câmara, inclui US$ 13,3 bilhões para a ciência. Na administração Bush, a Iniciativa para a Competitividade Americana (American Competitiveness Initiative = ACI) e suas duas últimas propostas orçamentárias ao Congresso, as agências de ciência deveriam ter recebido verbas bem maiores do que as que o Congresso acabou aprovando.
O pacote de estímulo de Obama é dirigido no sentido de cobrir esse défcit de verbas para a ciência parcialmente. No pacote de estímulo, estão previstos US$ 3 bilhões para a Fundação Nacional de Ciências, o Escritório de Ciências do Departamento de Energia receberia US$ 2 bilhões e o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) receberia US$ 20 milhões. Outros US$9 bilhões iriam para as demais agências que custeiam a pesquisa básica.
Para irrigar rapidamente a economia com esse dinheiro, o Congresso está pedindo às agências federais que dêem prioridade a projetos “prontos para construir”. “Temos que atender as necessidades que foram postergadas, tais como a infraestrutura de laboratórios e equipamentos para as universidades”, diz Michael Lubell, diretor de assuntos públicos da American Physical Society. Essas são coisas “prontas para construir” e que podem ser começadas hoje. Um total de US$3,4 bilhões do pacote de estímulo proposto, iria para a atualização e ampliação das instalações de ciências e a compra de novos equipamentos, de acordo com uma análise feita pela Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS).
O comprometimento da administração Obama com o financiamento a longo prazo será detalhado na proposta de orçamento para 2010, que, se espera, será apresentado ao Congresso no fim de março. Quando o orçamento for apresentado, diz Lubell, a comunidade da física verá as “bases para um compromisso constante com a ciência [dessa administração]”.
Isso significa que Holdren, Chu, Browner e outros funcionários terão que lidar, não só com o financiamento da ciência a curto prazo no pacote de estímulo, mas também desenvolver o complexo orçamento para 2010 que vai financiar todos os programas de ciências federais: tudo, desde a previsão meteorológica até as novas aventuras espaciais da NASA.
O Avanço da Ciência
A nova ênfase na ciência deixou a comunidade científica algo bestificada, mostrando uma reversão total das políticas da administração Bush, e ela ainda está tentando compreender como as autoridades da área de ciências vão conseguir gerenciar suas responsabilidades e agendas superpostas.
O Prêmio Nobel Burton Richter, Diretor Emérito do Stanford Linear Accelerator Center (SLAC) na Universidade Stanford, na Califórnia, que passou os muitos últimos anos advogando em prol da ciência em Washington, declarou que está impressionado com as credenciais de Holdren, Chu e outros funcionários, mas está esperando para ver como eles vão resolver seus relacionamentos profissionais. Holdren é um expert em mudanças climáticas, tal como Chu. Browner é um expert em energias renováveis, como o são Chu e Holdren. “Sendo assim, eles terão que resolver como isso vai funcionar”, comentou Richter. “A administração determina a direção geral, mas, como as peças vão se encaixar, é uma questão em aberto”.
No escritório em Washington da AAAS, Norman Neureiter, diretor do Centro para Política de Ciência, Tecnologia e Segurança, observou que a ciência também é uma ferramenta da diplomacia internacional e deve receber uma importância renovada no Departamento de Estado. Neureiter, que foi assessor de ciências do Secretário de Estado no final da administração Clinton e no início da administração Bush, declarou que: “em várias questões de política externa, atualmente, existe um elemento científico ou tecnológico de algum tipo — seja sobre saúde global, proliferação de armas nucleares, meio-ambiente, aquecimento global, ou diversas outras questões. A ciência é apenas um dos elementos de qualquer decisão política complexa, mas eu acredito firmemente que uma decisão tomada com base em conhecimento dos fatos científicos relevantes, será melhor do que uma que ignore tais fatos”.
De forma que, com a ciência entremeada com quase todas as questões da política nacional, tanto interna como externa, e uma pletora de cientistas no controle do poder de várias agências federais, qual é a melhor maneira de ir para a frente? “Eu sempre cito o velho ditado que diz: se você não se importa com quem leva a fama, o que você pode realizar é impressionante”, diz Neureiter.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.
(Pondo a vida em dia – 2) “Por dentro da ciência” do Instituto Americano de Física (27/01/09)
27 de janeiro de 2009
Por Jim Dawson
Plantas Invasoras Prejudicadas e Auxiliadas pelas Mudanças Climáticas
O Aquecimento Global pode alterar o clima do Oeste dos Estados Unidos o suficiente para causar um recuo de algumas espécies de plantas invasoras, o que abre a oportunidade da restauração ecológica de milhões de acres de terras afetadas, de acordo com os pesquisadores da Escola de Assuntos Públicos e Internacionais Woodriow Wilson da Universidade de Princeton em Nova Jersey. Embora isso seja uma boa notícia, os pesquisadores também descobriram que o Aqucimento Global também pode permitir que outras espécies de plantas invasoras se espalhem mais ainda.
Os pesquisadores, um biogeógrafo, um geocientista e um biólogo conservacionista, estudaram a distribuição de cinco plantas invasoras no Oeste — uma espécie de capim, conhecida como cheatgrass (Bromus tectorum), a spotted knapweed (Centaurea Maculosa), a yellow starthistle (Centaurea Solstitalis), a tamarix e a leafy spurge (Euphorbia esula). Essas plantas são definidas como “invasoras” porque foram trazidas para os EUA de outros lugares e atualmente dominam e alteram os ecossistemas, de maneira tal que ameaçam a vida selvagm nativa, a agricultura e a pecuária. Essas plantas vêm expandindo suas áreas nos últimos anos e causam milhões de dólares de prejuízos para terras de plantio e pastoreio. Muitas pessoas no Oeste presumiram que o aquecimento global vá aumentar ainda mais a disseminação dessas plantas, mas os pesquisadores descobriram que, com base em modelos de aquecimento, as plantas invasoras podem ser forçadas a mudar sua área de abrangência. “Da mesma forma que as espécies nativas provavelmente vão mudar suas áreas de ocorrência… com as mudanças climáticas, a mesma coisa deve acontecer com as espécies invasoras”, declaram os cientistas em seu estudo, que será publicado em Global Change Biology. A cheatgrass pode recuar do Sul de Nevada e Utah com a mudança do clima, porém potencialmente deve se mover para o Norte, na direção do Idaho, de Montana e do Wyoming. A leafy spurge igualmente deve sair das áreas do Colorado, Nebraska, Iowa e Minnesota, mas pode se mudar para novas áreas do Canadá.
Enquanto que a benção de uma área é a maldição de outra, o recuo dessas pragas de vastas áreas do Oeste dos EUA significa que “as oportunidades para a restauração… são vastas”, declaram os autores. “A questão para os que fazem as políticas e os que gerenciam as terras é: ‘O que queremos que essas terras se tornem?’ “, declara o biólogo conservacionista David Wilcove.
As Apostas Mais Equilibradas Sucumbem para a Emoção
Pessoas que orçamentam cuidadosamente suas apostas, antes de entrar nos cassinos — digamos: um limite de apostas de $200 por dia — rotineiramente vão contra seus planos quando perdem. Os professores de marketing da Universidade da Califórnia, Eduardo Andrade e Ganesh Lyer, descobriram que a experiência da dor de uma perda real frequentemente resulta em que as pessoas abandonam seus planos e acabam apostando mais do que planejavam. “Enquanto os jogadores não experimentam a dor da perda, eles fazem previsões frias e deliberadas sobre o quanto devem apostar, no caso de uma perda futura”, diz Andrade. “Quando as pessoas não estão na situação, elas tendem a decidir que, quando elas perderem dinheiro, elas devem apostar menos na próxima rodada. No entanto, quando elas realmente perdem, a emoção negativa resultante faz com que elas reajam exageradamente e apostem ainda mais”, declarou ele.
Em uma série de jogos com estudantes, Andrade descobriu que, na fase de planejamento, os indivíduos diziam que iam apostar menos, após perder um jogo, e aproxmadamente a mesma coisa, depois de perder uma rodada. Entretanto, quando as apostas eram feitas (o estudantes estavam apostando com sua taxa de participação de US$15) e a primeira rodada jogada, 40 % dos perdedores mudavam de idéia e se desviavam do planejamento. Desses 40 %, 90 % apostavam uma quantia maior do que tinham planejado para a próxima rodada. Os ganhadores se atinham a seus planos. A pesquisa, publicada em the Journal of Marketing Research, sugere que as emoções podem ser manipuladas de forma a alterar o comportamento de gastos e tem implicações para loterias estatais, políticas públicas e a questão do excesso de consumo, os autores declaram.
Este texto é fornecido para a media pelo Inside Science News Service, que é apoiado pelo Instituto Americano de Física (American Institute of Physics), uma editora sem fins lucrativos de periódicos de ciência. Contatos: Jim Dawson, editor de notícias, em jdawson@aip.org.