Orçamento Participativo Portugal – O Que Fazem as Pedreiras Quando se Reformam?

Sendo descaradamente auto-promocional:
escrevi e submeti ao Orçamento Participativo Portugal, o Projeto “O Que Fazem as Pedreiras Depois de Se Reformarem”.

Peço a vossa ajuda, por intermédio do voto (instruções abaixo) e da divulgação, neste projeto que pretende aliar a Ciência, o Património Natural e a Cultura algarvias.

Obrigado antecipadamente pela ajuda.

BANNER 3 PROJETOS

Projeto 222 – O Que Fazem as Pedreiras Depois de se Reformarem?

Tal como as pessoas que após se reformarem têm histórias e percurso a contar, também as pedreiras depois de abandonadas podem revelar muito sobre a economia e a geologia regional.

Este será um inventário descritivo, geológico e das utilizações económicas dos materiais extraídos das pedreiras abandonadas do Algarve. Esta inventariação e estudo com componente fotográfica, permitirá o seu conhecimento e possível utilização turística. Este estudo e inventário será completado com o registo fotográfico e/ou vídeo de antigos pedreiros.

APRESENTACAO OPP 222

COMO VOTAR no projeto 222

Enviem uma SMS grátis para o número 3838
O formato da mensagem deve ser:
OPP 222 Número de Identificação Civil

O Número de Identificação Civil deve incluir os dígitos de controlo, 4 dígitos adicionais no caso do Cartão de Cidadão ou 1 dígito adicional no caso do Bilhete de Identidade.
Ou ONLINE: https://opp.gov.pt/projetos/todos/222-o-que-fazem-as-pedreiras-depois-de-se-reformarem

SOBRE O ORÇAMENTO PARTICIPATIVO PORTUGAL

“O Orçamento Participativo Portugal (OPP) está já na sua fase decisiva.

Até 10 de Setembro decorre a votação de todos os projectos apresentados ao abrigo nas áreas contempladas no OPP, e que vão ser financiados pelo Governo com 3 milhões de euros.

O OPP é um processo democrático, directo e universal, e a votação está aberta a todos os cidadãos.

A votação pode ser feita directamente em https://opp.gov.pt/ ou através do envio de uma mensagem de telemóvel.”

Geologia e Paleontologia Urbana – livros

CAPA GUIA LAGOS (Large)Ao fim de alguns anos são agora publicados três livros bilingues, português e inglês, que escrevi em parceria relativos à Geologia e Paleontologia Urbana de três cidades portuguesas, mais concretamente do Algarve – Faro, Lagos e Tavira.

Como sou o autor, parece-me mais adequado transcrever o que foi escrito sobre estes livros em dois jornais.
Entrevista na rádio nacional Antena1 pode ser escutada aqui.

“Um projeto pioneiro, inovador e original» é como Luís Rodrigues, diretor do Centro de Ciência Viva de Lagos (CCVL), define os novos Guias de Geologia e Paleontologia Urbana que, no conjunto, propõem mais de uma centena de descobertas em três cidades algarvias. O primeiro, dedicado a Lagos, vai ser lançado sexta-feira, 29 de janeiro.

Ciência, história e património juntam-se para uma proposta simples – descobrir diferentes tipos de rocha em Geologia e ambiente urbano, admirando o seu enquadramento e contexto específicos. «A geologia e paleontologia urbana explicam a história das rochas que constroem os nossos equipamentos. A ideia é visitar locais nas cidades, olhando para aquilo que os constrói, os materiais com diferentes origens, percursos e idades. Muitas destas rochas têm vestígios visíveis de seres vivos com milhões de anos», explica Luís Rodrigues, mentor dos novos guias.

A ideia surgiu em 2013, quando coordenava em simultâneo os Centros de Ciência Viva de Faro, Tavira e Lagos. O objetivo era criar um produto (guias) e atividade (visitas), que pudessem de alguma forma unir os três centros algarvios.

GUIA AMOSTRA 1 (Large)«Todas as semanas fazia algo que me dava imenso prazer. Circulava pelas cidades à procura de diferentes rochas. É uma maneira diferente de olhar para as coisas. Isso é também um dos principais objetivos destes guias, ou seja, desafiar as pessoas a modificar um pouco a maneira como olham para as rochas e verem tudo o que normalmente lhes passa despercebido», explica.
Os três primeiros Guias de Geologia e Paleontologia Urbana são dedicados às cidades de Lagos, Faro e Tavira. Os percursos sugerem pontos de interesse variados, desde cafés, muralhas, igrejas, praças, monumentos e conventos, até cemitérios, entre outros.

GUIA AMOSTRA 3 (Large) (2)«Embora existam publicações de caráter científico, este é um projeto pioneiro a nível nacional em termos de livros destinados ao grande público». É uma forma de despertar o interesse e aproximar os residentes, escolas e o turismo da geologia e paleontologia.

Além disso, «provam que o Algarve tem muito mais do que sol e praia para oferecer. Enriquecem ainda mais a oferta turística e cultural no Algarve», sublinha.”

«A nossa missão nos Centros de Ciência Viva é promover a ciência e tecnologia, mas estas não estão isoladas de tudo o resto. A arte, a história, o património estão também aqui presentes.
Desenvolvemos uma estratégia que permitiu integrar várias áreas do conhecimento».

GUIA AMOSTRA 5Participaram ainda na concepção dos Guias Rita Manteigas, historiadora e autora responsável pelos textos de complemento histórico, e Margarida Agostinho, professora de Biologia e Geologia e Ciências naturais, em Lagos.

O cemitério da Igreja do Carmo, em Tavira, é um dos pontos de paragem que mais encantou Rodrigues. «Gosto muito desta história. Neste cemitério existe a campa de um soldado. Com o tempo, a erosão fez aparecer amonites. Aos meus olhos, acabam por ser dois seres vivos que lá estão sepultados. Um humano e um outro ser com mais de 100 milhões de anos. Há ali uma partilha entre seres de diferentes espécies e diferentes tempos, e tem, para mim, um simbolismo quase poético», revela.

GUIA AMOSTRA 6Outro exemplo é o tampo do balcão de um café. «Entrei apenas para pedir um café. No entanto, comecei a olhar para esta rocha incrível que era o tampo do balcão, com mega cristais e auréolas verdes enormes. Vim a descobrir que é um impressionante granito finlandês. A rocha mais antiga do nosso percurso em Tavira. Os donos não tinham noção. Disseram-me que achavam-no bonito e o tinham aproveitado de um outro café».

Excerto do Jornal Barlavento

Margarida-Agostinho-e-Luis-Azevedo-Rodrigues_Centro-Ciencia-Viva-de-Lagos-1-1250x596Quem entra numa igreja para a visitar, olha para as pedras dos arcos, pórticos e colunas, mas apenas para apreciar o estilo e a mestria de quem as esculpiu. Mas agora há um guia que quer pôr os visitantes a olhar de outra forma para as pedras, que até contam histórias bem mais antigas que o próprio monumento.

Se já teve a sorte de apanhar aberta e visitar a Igreja de São Sebastião, em Lagos, certamente nunca reparou nos fósseis com 150 milhões de anos que existem na rocha em que é feita a pia batismal. E quem fotografa o D. Sebastião, na baixa da cidade, talvez nunca tenha olhado bem para as quatro diferentes rochas que foram usadas pelo escultor João Cutileiro para fazer a estátua do rei menino.

GUIA AMOSTRA 4 (Large)Amanhã , no âmbito dos festejos do feriado municipal de Lagos e do sétimo aniversário do Centro Ciência Viva da cidade, este CCV vai lançar o «Guia de Geologia e Paleontologia Urbana de Lagos», da autoria de Luís Azevedo Rodrigues e Margarida Agostinho, que pretende, precisamente, dar a conhecer as rochas e os fósseis que fazem parte de igrejas, monumentos e outros edifícios e equipamentos urbanos.

Este é o primeiro de uma série de três guias a ser editados em 2016, sobre as três cidades algarvias com Centros Ciência VivaFaro, Lagos e Tavira. Os de Faro e Tavira, segundo revelou Luís Azevedo Rodrigues ao Sul Informação, deverão ser lançados durante o próximo mês de Fevereiro.

Luis-Azevedo-Rodrigues_Centro-Ciencia-Viva-de-Lagos-1-1250x596 (1)O diretor do CCV de Lagos, ele próprio doutorado em Paleontologia, conta que a ideia de fazer estes guias surgiu quando era coordenador dos três Centros Ciência Viva existentes no Algarve, numa «tentativa de coordenar a sua intervenção e de os unir num projeto comum». A ideia, explica em entrevista ao nosso jornal, «foi criar um roteiro usado pelos CCV para divulgar a cidade, mas sob o ponto de vista geológico e paleontológico».

GUIA AMOSTRA 2 (Large)«O que queríamos é que as pessoas fossem, por exemplo, visitar uma igreja ou as muralhas e olhassem também para os materiais geológicos que constroem esses monumentos. Essas rochas têm uma história, uma cronologia, por vezes têm fósseis, outras vezes vieram de muito longe para serem usadas neste ou naquele edifício, fizeram um longo caminho para cá chegar».”

Excerto do jornal Sul Informação

 

Imagens: do jornal Barlavento e dos Guias de Geologia e Paleontologia Urbana de Lagos, de Faro e de Tavira.

GUIA AMOSTRA 7GUIA AMOSTRA 8Referências:
Rodrigues, L.A. and Agostinho, M. (2016) Tavira – Guia de Geologia e Paleontologia Urbana – Urban Geology and Paleontology Guide. Lagos Ciência Viva Science Centre Editions, 120pp. ISBN 978-989-99519-0-7.
Rodrigues, L.A. and Agostinho, M. (2016) Lagos – Guia de Geologia e Paleontologia Urbana – Urban Geology and Paleontology Guide. Lagos Ciência Viva Science Centre Editions, 124pp. ISBN 978-989-99519-2-1.
Rodrigues, L.A. and Agostinho, M. (2016) Faro – Guia de Geologia e Paleontologia Urbana Urban Geology and Paleontology Guide. Lagos Ciência Viva Science Centre Editions, 114pp. ISBN 978-989-99519-1-4.

Únicos e Bons: Ciência Viva no Verão

cviva_verao_rede2015_banner-01Pelo país fora, são mais de 1100 atividades gratuitas onde a ciência e a tecnologia se cruzam com as tradições ou o património natural, da engenharia da visita à Ponte 25 de Abril ou à geologia das encostas do Douro.

Outras coisas haverá para legitimar o título mas agora escrevo sobre a promoção da ciência e da tecnologia feita em Portugal durante o Verão, mais concretamente da 19.ª edição do Ciência Viva no Verão (CV Verão). E o título é mais do que merecido para este programa.

PONTE 25 ABRIL (Large)Salvo erro, este é um programa único e gratuito a nível mundial, onde durante os meses de Verão, a ciência e a tecnologia são as personagens centrais de visitas e passeios, observações e caminhadas. O CV Verão, promovido pela Agência Nacional Ciência Viva, procurou sempre envolver os cientistas e as entidades que se dedicam à investigação e divulgação da ciência com o cidadão comum, particularmente neste caso o que se encontra de férias.

Parece paradoxal que, durante as férias se gaste tempo a aprender ou ver com outros olhos o mundo que nos rodeia, se façam visitas acompanhadas. Mas para além de enriquecedoras, na época chamada de tonta, esta foi e é uma ideia vencedora. Graças à visão de que proporcionar aos veraneantes formas de enriquecer a sua literacia científica e tecnológica, conhecer o património natural do seu país ou mesmo apenas olhar as estrelas, o Ciência Viva no Verão sempre foi considerado um ovo de Colombo da divulgação. Tal como outras simples ideias vencedoras, o CV Verão é reconhecido pela maioria e é dado como adquirido. Mas às vezes só valorizamos quando perdemos o que nos está próximo. Este ano, o CV Verão continua com a mesma filosofia dos anos anteriores apenas com uma diferença: é a Rede Nacional de Centros Ciência Viva a responsável pela coordenação deste programa.

Visita Ciência Viva no Verão

Visita Ciência Viva no Verão

Há momentos únicos nestes 18 anos de CV Verão, momentos que o quase meio milhão de participantes das 25 mil ações puderam vivenciar no passado. Eu não me posso esquecer de dois enquanto dinamizador de visitas às pegadas de dinossauro da Salema. O primeiro é a história do Vasco que queria ser paleontólogo, que me deixou a pensar que não devemos ser condescendentes com os mais pequenos, em especial quando estes estão decididos a seguir uma carreira científica, porque também esta é também uma das qualidades do CV Verão, promover a ciência enquanto carreira. A outra envolveu turistas alemães que me queriam obrigar a receber o dinheiro, porque achavam que este tipo de ações deveria ser paga. A verdade é que o CV Verão é um investimento mas é um investimento ganho pois dar a conhecer a ciência, a tecnologia e o património natural, é um investimento que nunca será um investimento perdido.

BANNER CIENCIA AO SULNo Algarve, os três centros Ciência Viva aqui existentes (Faro, Lagos e Tavira) organizaram 260 atividades gratuitas, dos “Astros e Sons Noturnos na Ria Formosa” onde se alia a observação dos astros com a audição da fauna da ria ou perceber o curso feito “Da Pedra calcária à cal das nossas casas”, uma descoberta da transformação do calcário em cal na Aldeia de Santa Rita ou mesmo uma visita guiada às pegadas de dinossauro da Praia Santa.

SAL GEMA (Large)Pelo país fora, são mais de 1100 atividades gratuitas onde a ciência e a tecnologia se cruzam com as tradições ou o património natural, da engenharia da visita à Ponte 25 de Abril ou à geologia das encostas do Douro.

Aproveite o Verão com Ciência no Ciência Viva no Verão em Rede 2015!

Inscrições e informações – Ciência Viva no Verão em Rede

(Artigo originalmente publicado no P3)

WORKSHOP: StixCamp on using Open standards in Science, Education, Technology & Culture, for Development.

Informação recebida do amigo Pedro Russo, Universidade de Leiden (Holanda)

WORKSHOP: StixCamp on using Open standards in Science, Education, Technology & Culture, for Development.

STIX CAMP POSTERFigueira de Castelo Rodrigo acolhe nos dias 17 e 19 de Julho de 2015 o workshop internacional sobre a utilização de standards abertos na Ciência, Educação, Tecnologia e Cultura para o Desenvolvimento. Este workshop é organizado em parceria pela Universidade de Leiden (Holanda) e o Município de Figueira de Castelo Rodrigo.

O workshop conta com a presença de especialistas internacionais como:

Bruno Sanchez-Andrade Nuño (responsável pelo Innovation Lab do Banco Mundial)
Eisuke Tachikawa (fundador do estúdio de designer Nosigner e que desenvolveu os escritórios open source para a Mozilla (Firefox) em Tóquio)
Edward Gomez (Director de Educação do programa científico LCOGT fundado pelo primeiro vice-presidente da Google, Wayne Rosing).

Mais informações: www.open.org.pt

Comunicação de Ciência | Congresso SciCom Pt 2015

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(Nova data-limite para submissão de resumos: 27 de Março de 2015)

O Congresso de Comunicação de Ciência SciCom Pt 2015, em Lagos, ambiciona ser um ponto de encontro de pessoas, mas também de projectos e percursos profissionais que envolvam a Comunicação de Ciência, à semelhança das edições anteriores, 2013 no Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa e em 2014, na Universidade do Porto.
O Centro Ciência Viva de Lagos quando aceitou o desafio de organizar a edição do SciCom Pt 2015, CARTAZ SCICOM 03 2015 (Large)numa parceria com os outros dois Centros Ciência Viva no Algarve, Faro e Tavira, sentiu que estava a cumprir a sua missão principal – divulgar e promover a cultura científica e tecnológica para todos. Este congresso permite que outros actores como os Centros Ciência Viva mostrem o seu trabalho e os projetos em que estão envolvidos no âmbito da cultura científica.
Os dois primeiros dias do Congresso, 28 e 29 de Maio de 2015, serão dedicados à apresentação e discussão de trabalhos e/ou projectos em Comunicação de Ciência e à apresentação de palestras por parte de oradores convidados.

O Congresso contará com 4 oradores convidados e 6 workshops. O último dia, 30 de Maio, será dedicado à realização de cursos e workshops em diversas áreas, que permitam aos participantes no Congresso adquirirem e/ou desenvolverem competências específicas em diversas vertentes da Comunicação de Ciência, que incluem a comunicação oral, fontes de financiamento, ou a comunicação e literacia visuais.

HANS PETER PETERSOs Oradores Convidados são Hans Peter Peters (Research Center Jülich/Free University of Berlin) que apresentara a Comunicação: Motivations, Opportunities and Repercussions: Scientists as Public Communicators in a Complex Media World, que é o reflexo do seu trabalho de análise do papel dos cientistas como comunicadores mas também do relacionamento dos cientistas com os media e os jornalistas.

 

IANDo museu de Ciência irlandês Science Gallery Dublin, virá Ian Brunswick que falará desta instituição e sobretudo de uma das suas missões – a relação da Ciência com a Arte e a Comunicação Sparking Collisions Between Art and Science.

 

 

KAREN BULTITUDE1Karen Bultitude da University College London discutirá uma das questões mais negligenciadas em Comunicação de Ciência: a avaliação do impacto. Kate Bultitude será igualmente formadora num dos workshops no dia 30. O Orador Convidado que encerrará o Congresso será o Professor Carlos Fiohais da Universidade de Coimbra que apresentará uma Breve História da Luz, tema que lhe é caro tanto mais por ser Carlos Folhais 2015 o coordenador nacional do Ano Internacional da Luz.

Os Workshops contarão com especialistas em diversas áreas uma vez que a Comunicação de Ciência necessita de muitas e variadas valências.

 

VASCO TRIGO copyO jornalista Vasco Trigo ministrará o workshop Comunicação de Ciência com os Media: Do’s and Don’ts que permitirá aos participantes tomar contacto e ganhar experiência de uma entrevista televisiva.

 

 

 

Fernando Correifernando-correia-240x320-transp-softbordera, da Universidade de Aveiro, é um ilustrador científico que introduzirá algumas regras e técnicas de boa comunicação visual de Ciência no workshop Comunicação Científica Visual (Visualcia).

O Horizonte 2020: Preparação de propostas e processo de avaliação é o tema que será introduzido por Ricardo Miguéis, da Fundação para Ciência e Tecnologia, na sua formação, introduzindo boas práticas na preparação e submissão de candidaturas a este programa de financiamento.

Como praticar a Comunicação Oral de Ciência será o curso prático ministrado por Ana Sanchez e Joana Lobo Antunes, ambas do Instituto de Tecnologia Química e Biológica.

PAULO QUERIDO copyO também jornalista Paulo Querido ministrará a formação Comunicar na Sociedade em Rede sobre os desafios das redes sociais em Comunicação de Ciência. O painel formativo do Congresso SciCom Pt 2015 ficar completo com a já referida ação de Karen Bultitude em avaliação de Comunicação de Ciência.

 

 

Para além das dimensões referidas, o SciCom Pt 2015 será também um espaço de contacto in468023_532779736785568_1099825691_oformal entre profissionais e não-profissionais que de alguma forma estejam interessados e envolvidos na divulgação e envolvimento de todo o tipo de públicos na Ciência e Tecnologia. Existirão momentos informais de troca de experiências, demonstração de projectos, abordagens diversas para um cada vez maior envolvimento da Sociedade nos processos de tomada de conhecimento e de decisão que envolvam a Ciência.

SciCom_2013_4-920x300

967165_532781303452078_1387797640_oO Congresso tem uma inscrição no valor de 40 euros para os dois primeiros dias a que acrescem 30 euros para os congressistas que desejem frequentar um dos seis workshops. A Comissão Organizadora do Congresso conta receber cerca de 200 congressistas no Centro Cultural de Lagos, num evento apoiado pela Agência Nacional para Promoção da Cultura Científica e Tecnológica/Ciência Viva e da Câmara de Lagos. O Congresso conta ainda com o apoio da CP que terá preços promocionais para as viagens de comboio de e para Lagos a partir de todo o país.

10398068_525151687590639_1163044237076079360_nA Comunicação de Ciência está neste momento numa fase muito dinâmica em Portugal, com várias instituições, particularmente as de investigação e universitárias, a reconhecerem o papel fundamental de difundirem, partilharem e envolverem os cidadãos não só no conhecimento científico e tecnológico mas também nos processos conducentes a esse mesmo conhecimentos e mesmo nas tomadas de decisão no que às políticas científicas diz respeito.

A Comunicação de Ciência actualmente não é apenas a partilha do prazer que a Ciência pode gerar mas sobretudo é o envolver de todos numa forma de ver o mundo e a nós próprios. Há uma outra dimensão para o que a Comunicação de Ciência pode trazer para a Sociedade pois a extensão de conhecimentos apesar de importante já não chega. Os comunicadores de Ciência devem assumir-se cada vez mais como mediadores entre os produtores de conhecimento, os decisores políticos e os cidadãos.

Gatos e gatos

290458_1600x1200Riña_de_gatos
As semelhanças entre o quadro de Goya e a foto premiada no concurso da National Geographic de 2014 são as que cada encontrar.
Habituado à cópia do quadro dos bichanos, por quem passo todos os dias, fui despertado para a foto dos grandes gatos selvagens e de como se parecem com os do pintor espanhol.
Mas poderei ser só eu a achar a semelhança.
Um bom ano de 2015!

Imagens: daqui e daqui

Estrelas Android num Táxi

il_570xN.263641096Numa era digital de pós-especialistas (ou pós-sábios), a comunicação de Ciência deve assentar mais num modelo de troca de conversa do que propriamente de homilia de registo científico, ou pelo menos algo assim diz parte do artigo abaixo que agora cito:

«The biggest challenge of the digital age for science communication is the shift from the “broadcast” model, where a network or magazine broadcasts information, to a “conversation” model, whereby someone generates information and others comment, share, and add to it. Because anyone can comment, blog, or tweet, the online conversation dilutes expert voices.»

A título de parábola, conto parte do meu dia de hoje.

Atrasado e stressado para o comboio, relembrei as horas ao taxista com a seguinte provocação:
“Sabe que está melhor tempo cá por Lisboa do que no Algarve, para onde vou às seis e meia?”

Despertado pela recordação das terras do meu filho, o condutor começou por enumerar as praias algarvias onde já tinha estado; depois as maravilhas de um “Algarve que fiquei a gostar desde a primeira vez que lá por lá parei e de que não gostava, mesmo sem nunca antes lá ter estado!”

Conversa puxa conversa e praia, pelos vistos, puxa praia, acabámos por chegar às pegadas de dinossauro da Salema. Nunca vi, nem sabia que existiam, não os dinos, as pegadas, disse-me o motorista.
Que sim, que o Ciência Viva faz por lá bastantes visitas guiadas, e não se atrase, veja lá o caminho que tenho comboio, e as pegadas são de fácil acesso, publicitava e avisava eu.
Cala-se o homem.
Já fui chato mais uma vez. Já não bastava o médico de onde tinha saído ter-me dito “Você é difícil de aturar… mas pelo menos faz-me rir!”, pensei eu para o silêncio do tipo que agarra o volante.

“Isso da Ciência Viva fez-me lembrar uma coisa”, apontando para o GPS.
Ok, satélites, já sei o que me vais contar.
“Desde que descarreguei a aplicação X para o telemóvel, não passo sem ver o céu; farto-me de ver estrelas…”, assim e assado, que as estrelas duplas não sei o quê, que quer um telescópio e mais não sei o quê das galáxias.
“Venha este sábado ao Centro de Lagos, que vai haver uma observação astronómica”, disse-lhe e o homem contentíssimo só me perguntava:
“Mas posso levar o telemóvel?”
Traga, que depois explica-nos como é que isso funciona e temos lá gente para lhe mostrar o céu até mesmo com os seus olhos, piquei-o eu em jeito de despedida.
A promessa ficou feita – que iria lá estar, pois tinha que ir buscar a filha a Lagos.
Gostava que fosse.
Se vai ou não, essa é outra história de que não sei o final.

il_570xN.263621813O que sei é que há motoristas de táxi, que com aplicações de telemóvel vêm o céu sozinhos mas que estão mortinhos com quem falar, seja de estrelas duplas, ou não sei o quê de Júpiter, de modelos de telescópio, e muito mais, se houvesse tempo e a CP esperasse por mim.
O telemóvel com aplicação prejudica a comunicação/divulgação de Ciência? Não, antes pelo contrário.
Imprescindível é que não se deixe o motorista a falar para o boneco…ou para o telemóvel, neste caso.

Porque vivo melhor quando um taxista vê e me fala de estrelas,  mesmo sendo com a ajuda de um telemóvel.
Ou não?

P.S.- tudo isto se passou, com maior ou menor verosimilhança, no dia 18 de Junho de 2014, em Lisboa, à espera de uma consulta médica e onde li o artigo que acima cito e abaixo refiro.

Referência:

Amy Luers and David Kroodsma (2014), Science Communication in the Post-Expert Digital Age, Eos, Transactions, American Geophysical Union Volume 95, Number 24, 17 June 2014. Eos, 95: 201–208. doi: 10.1002/2014EO24
PDF gratuito aqui

Imagens:
daqui e daqui

Admirável Mundo Velho

brown,rain,robots,city,ruins,illustrationO futuro não somos nós. São eles.
Eles quem?
Os robôs, não percebes.
Não avariam, não chateiam, enfim, não nada do que impede o desenvolvimento e o avanço.
Avanço e mais avanço, que ficar quieto é tudo menos bom e ser menos que bom é pior do que ser mau.
E isso não é bom.
Ser robô então é o futuro e o futuro será deles e feito por eles.
Nisso é que os japoneses são bons.
Em serem futuro.
Ou isso era no passado, que agora o futuro é dos chineses.
Ou dos robôs?
Bem, o que interessa é que eles, os robôs, fariam tudo, melhor e mais rápido e assim é que era.
Máquinas. Carros.
Isso, a fazerem carros é que eles maquinam bem.
Mas a máquina não pára, pelo menos a humana. E pensa.
E maquinou tanto e tão bem que chegou à conclusão de que se calhar era bom não ser só bom.
Como os robôs.
E devolveu esses primatas com pernas, com defeitos e pensamentos, ao lugar na fábrica.
Que defeitos e pensar é bom, melhor do que ser bom sem pensar, penso eu.
E os robôs?
Bem, esses ficam para outras coisas.
Antes é que era bom.
O depois é que o confirmou.
Apenas isto.

 

P.S. delírio sugerido pela notícia de que a Toyota vai substituir os robôs

Imagem: daqui

“Toyota já começou a substituir robots por humanos

Publicado em 20 de Abril de 2014.

Os fabricantes de automóveis há muito que abraçaram a automação e substituíram os humanos por robots. Contudo, a Toyota está a dar um passo atrás e a substituir as máquinas por pessoas em algumas fábricas no Japão.

A decisão da Toyota é uma escolha não convencional para uma empresa japonesa. O Japão tem, de longe, o maior número de robots industriais de qualquer país. Apenas é ultrapassado pela Coreia do Sul no que toca ao rácio de robots para humanos.

Esta nova estratégia da fabricante japonesa assenta em dois aspectos. Primeiramente, a Toyota quer certificar-se de que os seus trabalhadores percebem o trabalho que estão a fazer em vez de apenas fazerem chegar as peças às máquinas e não terem utilidade quando estas se avariam. Em segundo, a marca quer desenvolver maneiras de aumentar a qualidade do processo de montagem e torná-lo mais eficiente a longo prazo. A automação pressupõe que a empresa tenha muitos trabalhadores medianos e poucos artesãos e mestres.

Desde que a Toyota implementou esta estratégia em 100 fábricas, o desperdício de material na linha de produção diminuiu 10% e o processo de montagem tornou-se mais curto. Foram também registadas melhorias no processo de corte das partes e a redução dos custos relativos à montagem dos chassis.

“Não podemos simplesmente depender de máquinas que repetem a mesma tarefa vezes sem conta”, afirmou o director de projectos Mitsuru Kawai, citado pelo Quartz. “Para se ser mestre das máquinas é necessário ter o conhecimento e ferramentas para ensinar as máquinas”, assevera.”

Nick Cave e a divulgação de Ciência (?)

NickCave at CERNApenas isto.
Ou Ciência vs. Arte.

 

Imagem: daqui

“Can’t remember anything at all
Flame trees line the streets
Can’t remember anything at all
But I’m driving my car down to Geneva
I been sitting in my basement patio
Aye it was hot up above
Girls walk past, the roses all in bloom
Have you ever heard about the Higgs Boson Blues?
I’m going down to Geneva, baby
Gonna teach it to you
Who cares? Who cares what the future brings?

Black road long and I drove and drove
And came upon a crossroad
The night was hot and black
I see Robert Johnson with a 10-dollar guitar
Strapped to his back looking for a tomb
Well here comes Lucifer with his canon law
And a hundred black babies running from his genocidal jaw
He got the real killer groove
Robert Johnson and the devil, man
Don’t know who is gonna rip off who
Driving my car, flame trees on fire
Sitting and singing the Higgs Boson Blues

I’m tired, I’m looking for a spot to drop
All the clocks have stopped
In Memphis now in the Lorraine Motel
It’s hot, it’s hot – that’s why they call it the Hot Spot
I’ll take a room with a view
Hear a man preaching in a language that’s completely new
Making the hot cocks in the flophouse bleed
While the cleaning ladies sob into their mops
And a bellhop hops and bops
A shot rings out to a spiritual groove
Everybody bleeding to that Higgs Boson Blues

If I die tonight, bury me
In my favorite yellow patent leather shoes
With a mummified cat and a cone-like hat
That the caliphate forced on the Jews
Can you feel my heartbeat?
Can you feel my heartbeat?

Hannah Montana does the African Savannah
As the simulated rainy season begins
She curses the queue at the Zulus
And moves on to Amazonia
And cries with the dolphins
Mau Mau ate the pygmy
The pygmy ate the monkey
The monkey has a gift that he is sending back to you
Look here comes the missionary
With his smallpox and flu
He’s saving them, the savages
With the Higgs Boson Blues
I’m driving my car down to Geneva
I’m driving my car down to Geneva

Oh let the damn day break
The rainy days always make me sad
Miley Cyrus floats in a swimming pool in Toluca Lake
And you’re the best girl I’ve ever had
Can’t remember anything at all”

Trocado por Miúdos

Ultimamente apenas tenho escrito  neste blog para relatar o que vou fazendo ou projectos em que participo(ei).

Hoje não vou fugir à regra embora as saudades de divagar por temas científicos me ande a assolar há muito.

Não será bem assolar; esta vontade de escrever antes é uma síndrome de abstinência mas de efeitos muito lentos.

Não mói, não me impede de ter um dia aparentemente normal, os amigos e a família continuam a reconhecer-me (ou evitar-me, conforme os casos…), é quase uma sensação física e já o havia contado aqui.

Agora que gastei 2 minutos a escrever como gosto, ou seja, como se teclasse, posso fazer um bocadito de auto-promoção descarada.

Trocado Por Miúdos

O livro Trocado por Miúdos, publicado pela Porto Editora, resultou de uma compilação de perguntas feitas por crianças em idade escolar, sobre (quase) todos os assuntos.

Feita a selecção das perguntas, a Porto Editora lançou as bombas a conhecidos especialistas portugueses da Ciência, Economia, Política, Religião, Filosofia, enfim, de quase todas as áreas.

E também em enviaram a mim, ilustre desconhecido.

As perguntas que as mentes da Porto Editora me enviaram foram:

-Dizem que evoluímos dos macacos. É verdade?

-Porque é que se diz que os humanos há bastantes anos eram parecidos com macacos?

-Na História dizem que viemos dos macacos, ou seja, evoluímos. Porque é que os macacos já não evoluem?

De início, fiquei contente por a Porto Editora se ter lembrado de mim que embora tenha investigado em temas evolutivos e particular gosto pela divulgação científica da Evolução, sou sobretudo um paleontólogo de dinossauros com experiência em comunicação de ciência.

Depois, assustei-me com as perguntas que embora sejam habituais nesta e noutras faixas etárias, requerem sempre particular atenção na resposta.

Finalmente decidi não responder a uma, como sugerido pela editora inicialmente, mas às três e convidar uma bióloga com quem nunca havia trabalhado mas com quem já havia discutido temas de divulgação em Evolução várias vezes – a Alexandra Sá Pinto do CIBIO.

Pelo meio ainda houve direito a que me lembrasse de uma figura que o meu colega Matthew Bonnan me havia mostrado e divulgado relações de parentesco em Evolução e que lhe pedisse a amabilidade de a adaptar para este livro.

Evolução, Matthew Bonnan Adaptado por Luis Azevedo Rodrigues

Evolução, Matthew Bonnan
Adaptado por Luís Azevedo Rodrigues

E foi assim, que a minha participação no livro Trocado Por Miúdos aconteceu.

Por atenção aos outros autores e, sobretudo, pela ajuda que este livro dará à Aldeias de Crianças SOS Portugal, comprem o livro.

Nota: nenhum dos autores recebeu qualquer remuneração ou pagamento pela escrita ou venda do livro.