SCI NY

Não me importava de regressar a NY para o “World Science Festival”e para algumas das palestras, como:

The Brain and Bourne: Neuroscience in the Bourne Trilogy,
Bioart in the Age of Terrorism,
90 is the New 50: The Science of Longevity ,
Your Biological Biography: Genes and Identity

ou ainda mesmo, para discussões mais acaloradas como algumas pessoas que conheço, a palestra com o título mais conseguido e ao mesmo tempo a introdução de um conceito:

“Greengenuity”

Imagens – do site do festival

FOTOS DE TRABALHO

Muséum national d’Histoire naturelle, Paris, 2005.

Imagens – Luis Azevedo Rodrigues

PALEOPUBLICIDADE

Nada como ver os colegas em anúncios…Xu Xing e a Toyota…

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ykQD9-NQxyM]

CSI NO HOSPITAL

Antes era a investigação criminal que fazia uso das técnicas médicas através da Medicina Forense.

Agora parece que o crime entrou nos hospitais.

Pesquisadores do Hospital holandês de Daventer foram “requisitar” métodos da investigação criminal para avaliarem riscos de contaminação nos seus laboratórios.

O valioso auxílio vem de uma molécula quimiluminescente, o luminol . O luminol, derivado da anilina, tem sido largamente utilizado na investigação criminal pois é catalisado com o ferro existente na hemoglobina sanguínea. Posteriormente a substância resultante emite luz azul permitindo identifiar vestígios de sangue.

O referido hospital utilizou o luminol para identificar marcas de sangue na sua unidade de hemodiálise e assim diminuir focos de contaminação nessa unidade, como teclados de computador, telefones e (!!) canecas…

REFERêNCIAS – PWM Bergervoet, N van Riessen, FW Sebens and WC van der Zwet. Application of the forensic Luminol for blood and infection control. Journal of Hospital Infection, doi:10.1016/j.jhin.2008.01.026
e aqui, aqui e aqui

IMAGENS
daqui e daqui

AVÔ SALVA NETO?

Duas notícias com uma base comum.

O degelo verificado em vastas áreas da Sibéria tem revelado enormes quantidades de presas de mamute.
As restrições ao comércio de marfim de elefantes, em Outubro passado, levaram ao aumento do preço daquele material contribuindo para que os vestígios paleontológicos sejam vendidos entre os 800 e os 1000 dólares o quilograma.

Uma questão curiosa se coloca – os antepassados dos actuais elefantes estão a contribuir para a preservação dos seus descendentes…

A segunda notícia relata as análise efectuadas a um mamute juvenil, excepcionalmente conservado, designado informalmente de Lyuba.

PDF com alguma informação sobre os mamutes – aqui

Fontes das notícias – daqui , daqui e daqui

Imagens – Chien-Chi Chang/Magnum Photos; Reuters/Daniel Fisher/University of Michigan/Handout

Tabela recorrente

No site (abaixo) a tabela é clicável.

Daqui

PALEO FOI À RÁDIO

Apesar da simpatia, generosidade e o sentido de humor de Ana Sousa Dias, o cansaço do paleontólogo de serviço foi mais forte.
Mas deu para falar da Patagónia, China, do Tempo, de dinos com radioactividade, de ping-pong e de muito mais, com uma excelente conversadora.

A ouvir aqui a entrevista no Rádio Clube Português, de 5ª feira, 20 de Março de 2008 (ficheiro MP3).

Para quê estudar Dinossáurios e outros fósseis que tais?

Retomo um texto que publiquei no jornal Diário de Aveiro em Agosto de 2004.
Para que não me esqueça…

“Tenho tanta curiosidade da Terra…traz-me coisas da Terra.”

Este trecho do livro “A Menina do Mar”, de Sophia de Mello Breyner, paradoxalmente ou não, fez-me pensar que nos tempos que correm é cada vez mais difícil explicar às pessoas o porquê e para quê serve a Paleontologia.
A Paleontologia não é uma história da vida que esteja escrita nos manuais e nos artigos científicos da especialidade; é contada antes pelos fósseis e pelos estratos rochosos. Estes, são pequenos fragmentos de uma história muito maior e complexa que necessita ser interpretada e explicada. É aqui que a Paleontologia poderá ir buscar motivos para a sua existência. Certo é que os fósseis existem por si; poder-me-ão dizer que não necessitam de mais explicações. A verdade é que eles ganham “vida” quando os colocamos no “sítio” certo, no “filme” que foi, é e (provavelmente) será a vida neste planeta. Este filme, apesar de cada vez mais completo, nunca passará de um conjunto pequeníssimo de fotogramas. É a Paleontologia que faz a análise do “filme projectado” ao longo dos milhões de anos da história da Terra. Este “filme” da vida ora acrescentou ora fez sair de cena personagens da trama, de uma maneira acidental e imprevisível, condicionando evolutivamente a actualidade biológica.

A Paleontologia vai buscar as suas ferramentas quer à Biologia quer à Geologia. Esta ciência, ao contrário da biologia ou química, não é uma ciência experimental. Os paleontólogos raramente são capazes de testar as suas hipóteses através de experiências laboratoriais; contudo, e apesar disso, conseguem testá-las.
A descoberta de Archaeopteryx (fóssil animal do Jurássico que “representa” um dos elos de transição evolutiva entre os dinossáurios e as aves, com características anatómicas de ambos) fez ampliar a hipótese, já anteriormente proposta, da relação de parentesco entre aqueles grupos animais. Descobertas posteriores, especialmente as feitas no séc. XX, vieram acrescentar mais provas ao processo hipotético-dedutivo de testagem daquela hipótese.
As comparações feitas por Georges Cuvier no século XIX entre os Mamutes e os elefantes actuais não proporcionaram apenas evidências das extinções em massa (acontecimentos originados por causas geológicas, biológicas ou mesmo extra-terrestres que originaram o desaparecimento em grande escala de fauna e flora); originaram igualmente implicações sócio-políticas, em que revolução e substituição eram mensagens implícitas. De igual modo, a história da Terra e a das nações pareciam sofrer de processos semelhantes.

Os fósseis são parte das “coisas da Terra” que nos são contadas… Dão-nos a conhecer o que não podemos experimentar pelos sentidos – o passado, o desaparecido, aquilo que foi, quando não estávamos cá.

Imagem – “A menina e o mar” ©2005-2007 renatoalvim)

GRAVIDEZ VEGETAL

(gravidez vezes dois, em fundo e em primeiro plano)
Palo borracho – árvore do género Chorisia (agora Ceiba speciosa).

Escultura de autor desconhecido.

Imagem – Luís Azevedo Rodrigues, Córdoba, Argentina, 2006.

FRACASSO CHINÊS

“China reassures scientists not to fear failure
(Reuters) – China will tolerate experiment failures by its scientists to ease pressure, encourage innovation and cut the chances of fraud, a top official said on Thursday.”

Sempre pensei que o erro e o fracasso constituiam componentes fundamentais do “processo científico”.
Agora o governo chinês vem descansar os seus cientistas para que não temam o falhanço e o fracasso.
Esta desculpabilização institucional visa fomentar a “criatividade”, aliviar a enorme “pressão” bem como evitar a “fraude científica”.

Quando por lá trabalhei e contactei com diversas realidades de investigação paleontológica, verifiquei a enorme tensão produtiva em que viviam os meus colegas chineses.

Parecia-me que esse comportamento semi-obsessivo se devia mais ao carácter laborioso típico dos asiáticos do que, mais pragmaticamente, aos enormes “incentivos” financeiros concedidos pelo governo sempre que, por exemplo, uma nova espécie de dinossáurio é descoberta ou um paper na Nature é publicado.
Por respeito e pudor não avançarei valores.

Agora constato que não era nenhuma produtividade típica dos asiáticos.
A pressão oficial devia ser tanta que, oficialmente, tiveram que a conter.

Fonte da notícia – aqui