Ardipithecus ramidus
Um dia a recordar, o de hoje, em que foi publicada mais uma página da história da evolução do Homem.
Ardipithecus ramidus, assim baptizado, vem iluminar o caminho da compreensão do nosso percurso biológico no planeta.
Deixo apenas algum material gráfico, bem como o resumo do artigo.
“Hominid fossils predating the emergence of Australopithecus have been sparse and fragmentary.
The evolution of our lineage after the last common ancestor we shared with chimpanzees has therefore remained unclear. Ardipithecus ramidus, recovered in ecologically and temporally resolved contexts in Ethiopia’s Afar Rift, now illuminates earlier hominid paleobiology and aspects of extant African ape evolution. More than 110 specimens recovered from 4.4-million-year-old sediments include a partial skeleton with much of the skull, hands, feet, limbs, and pelvis.
This hominid combined arboreal palmigrade clambering and careful climbing with a form of terrestrial bipedality more primitive than that of Australopithecus. Ar. ramidus had a reduced canine/ premolar complex and a little-derived cranial morphology and consumed a predominantly C3 plant-based diet (plants using the C3 photosynthetic pathway). Its ecological habitat appears to have been largely woodland-focused. Ar. ramidus lacks any characters typical of suspension, vertical climbing, or knuckle-walking. Ar. ramidus indicates that despite the genetic similarities of living humans and chimpanzees, the ancestor we last shared probably differed substantially from any extant African ape. Hominids and extant African apes have each become highly specialized through very different evolutionary pathways. This evidence also illuminates the origins of orthogrady, bipedality, ecology, diet, and social behavior in earliest Hominidae and helps to define the basal hominid adaptation, thereby accentuating the derived nature of Australopithecus.”
Referências:
Tim D. White, et al. 2009. Ardipithecus ramidus and the Paleobiology of Early Hominids. Science 326, 64. DOI: 10.1126/science.1175802
Imagens:
do artigo
Resistir
Os tempos actuais exigem níveis de resistência cada vez maiores.
Suportar a incerteza e o desânimo parecem atributos indispensáveis, embora tipicamente humanos, para permitir a sobrevivência económica e, sobretudo, moral.
Se aprendêssemos, ou pelo menos nos motivássemos, com a resiliência fora do comum de alguns seres vivos.
Deinococcus radiodurans revela resistência à radiação gama, em doses milhares de vezes superiores às capazes de matar um ser humano.
Esta bactéria é o ser vivo conhecido mais resistente a radiações.
O genoma de D. radiodurans, constituído por dois cromossomas – um grande e um pequeno plasmídeo (2), tem sido detalhadamente estudado com vista a possíveis aplicações no tratamento de lixos nucleares.(1)
Resistir…parece ser o lema.
Referências:
1-Brim H, McFarlan SC, Fredrickson JK, Minton KW, Zhai M, Wackett LP, & Daly MJ (2000). Engineering Deinococcus radiodurans for metal remediation in radioactive mixed waste environments. Nature biotechnology, 18 (1), 85-90 PMID: 10625398
2-Denise G. Anderson, C. Evans, Jr. Roberts, Nancy N. Pearsall Martha T. Nester David Hurley, Clair N. Sawyer Microbiology: A Human Perspective.
McGraw-Hill (ISE) ISBN 0072473827 4th edition
Imagens:
daqui
daqui
A história de Licélia
Por vezes, menos do que as que seriam desejáveis, povos e países estão siamesados por palavras e nomes.
Licélia atendeu-me correcta e eficazmente, dando-me o espaço para a minha compra.
Enquanto esperávamos pela resposta digital que me permitiria sair da loja sem ser preciso chamar a polícia, entretive-me a mirar a placa identificativa.
Verifiquei que o arranjo das letras não fazia parte da minha base de dados.
Licélia.
A demora impeliu-me à pergunta óbvia:
“De onde vem o nome?”
Sorriu.
Pensei que o fizesse pelo prosaico da resposta.
Mas não.
Um batalhão português, nos idos anos 60, deslocava-se próximo de Nova Lisboa, durante a guerra colonial em Angola.
Embrenhados num mar de capim, quando a clorofila lhes permitiu verificaram estar rodeados de combatentes. Cercados, de fauna e flora, desesperavam.
Despediam-se entre si, simulando fazerem-no com amados distantes.
Nesses momentos de acosso, surgiu uma jovem, em aparição mais telúrica que divina.
Conduziu-os para fora daquele pré-inferno, longe de capim e armas.
Não se chamava Maria, a aparecida, mas sim Licélia.
O altar de homenagem à menina salvadora foi feito de coisa etérea: apenas um nome, Licélia, dado pelo pai de quem me atendia.
O pai da Licélia lusa queria fazer mais pela angolana. Levou-a, posteriormente, para longe da neo Ulissipo, para o Lobango.
Quarenta anos depois, a Licélia angolana enviou uma foto à homónima portuguesa, por familiares.
A lusa conheceu, por fim, a feição de quem lhe determinou a existência: física e nominal.
Imagem – Nick Brandt
Cara de Livro
A ideia é simples, como a maioria das boas ideias.
Mas não tem nada de facilitismo ou de básico.
Duas portuguesas, a residir na Holanda, decidiram dar nova cara a livros já publicados.
Recriar capas, parece ser o lema, com fotos próprias.
Alguns exemplos estão aqui publicados.
O restante trabalho está no site –r e-cover project.
Declaração de Interesses:
Conheço pessoalmente as autoras; e gosto delas.
Papoilas
As doses de botânica que tomei não me permitiram afastar uma ideia de infância: as papoilas são todas vermelhas.
Passei por estas, de carro, e nunca parei.
Eram roxas ou lilases, que a minha miopia masculina não me concede maior precisão.
Certo é que não eram vermelhas.
E conviviam à beira alcatrão com as ortodoxas da minha infância.
Ei-las, as papoilas dormideiras (Papaver somniferum).
“the seed of Papaver somniferum, poppy seed, is a common ingredient in many pastries and breads.”1, p. 1249
Referências:
1 – Klassen, C. D. (ed.) (2001) Casarett and Doull’s Toxicology: The Basic Science of Poisons, 6th ed. New York: McGraw-Hill.
Imagem:
Luís Azevedo Rodrigues
Signs
Nota (6 de Maio, 15h30): O vídeo foi retirado do Vimeo. Desconheço o motivo e qualquer outra fonte alternativa. É pena porque era um belo argumento…
Nota (7 de Maio, 11h25): reencontrei o filme…o prazer do reencontro.
A idade ou a cada vez maior necessidade na contenção da palavra força-me a emoção.
Uma boa história necessita apenas de isto.
Com ou sem final feliz.
Noblella pygmaea
Noblella pygmaea – 11,4 milímetros de vida…
Referência:
A New Species of Minute Noblella (Anura:Strabomantidae) from Southern Peru: The Smallest Frog of the Andes. Copeia, Volume 2009, Issue 1 (February 2009), pp. 148-156.
Imagem – daqui
Dança Sísmica
O conceito parece-me prometedor – fundir a dança e o minimalismo (?) de dados sísmicos.
A Terra toca para nós…
Dançaremos a contento de ambos?
“Technology and art unite to create dance show based on volcanic sounds of the earth
Wednesday 25 March 2009, Cambridge, UK: For the first time ever, a modern dance company has performed to music generated from seismic data, recorded from four volcanoes across three continents. This unique event was facilitated by DANTE, the provider of high speed research and education networks, the two distributed computing projects, Enabling Grids for E-sciencE (EGEE) and E-science grid facility for Europe and Latin America (EELA), as well as CityDance Ensemble, a prestigious company based in Washington, DC.
The dance, titled The Mountain, was part of CityDance Ensemble’s Carbon, a work-in-progress about climate change. Originally presented in sold-out performances on 14 and 15 of March at the Music Centre, Maryland, USA, it is now available to view here. To download the video click here.”
Referência – daqui
Imagem – da referência
Paleo humor
Vestígios do primeiro dinossaúrio molestador.
Taradices de outros tempos.
🙂
http://www.theonion.com/content/themes/common/assets/onn_embed/embedded_player.swf?image=http%3A%2F%2Fwww.theonion.com%2Fcontent%2Ffiles%2Fimages%2FPERVERT_DINO_article.jpg&videoid=93917&title=Paleontologists%20Discover%20Skeleton%20Of%20Nature%u2019s%20First%20Sexual%20Predator
Paleontologists Discover Skeleton Of Nature’s First Sexual Predator
Referência – dica de Gorgul