Royal Botanic Gardens
A herança para os netos começa hoje.
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P.S. – …e tem mão portuguesa. Como eu gosto de falar dos meus amigos…
DO OUTRO LADO
Estas imagens marcaram-me na última semana.
Porque mais do que me entra pela retina é o que a cabeça gera e, sobretudo, o que desperta o coração.
Esta, a imagem.
Quais mortais observados de um Olimpo mecânico, defendem-se de um pássaro que não lhes foge.
Ignora as setas que lhes lançam.
Pressentem que o pássaro voltará e nada de bom com ele.
Já me deixei do Bom Selvagem de Rousseau, mas na anestesia visual dos tempos que não param, esta imagem marcou-me.
Mais do que tudo, ansiava pela imagem do que os Outros viram.
Notícia – aqui, aqui (informações inferidas a partir das imagens) e vídeo
Imagens – Gleison Miranda, Funai
BATER NO FUNDO
“Realiza-se hoje, dia 28 de Maio, pelas 15 horas, na magnífica Biblioteca da Academia das Ciências de Lisboa, a última sessão do ciclo de conferências organizado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia para ampliar a percepção pública do interesse ímpar do Programa Integrado de Sondagens Oceânicas, no qual Portugal figura como membro fundador do ramo europeu, o ECORD (European Consortium for Oceanic Reseach Drilling).”
SCI NY
Não me importava de regressar a NY para o “World Science Festival”e para algumas das palestras, como:
The Brain and Bourne: Neuroscience in the Bourne Trilogy,
Bioart in the Age of Terrorism,
90 is the New 50: The Science of Longevity ,
Your Biological Biography: Genes and Identity
ou ainda mesmo, para discussões mais acaloradas como algumas pessoas que conheço, a palestra com o título mais conseguido e ao mesmo tempo a introdução de um conceito:
“Greengenuity”
Imagens – do site do festival
GUERRA DO MARFIM
Um documentário on-line sobre as guerras do marfim, e acima de tudo de um local onde é possível observar manadas de mais de mil elefantes em movimento…
Imagem – Ben Osborne
TROMBAS NA ÁGUA
Depois disto e disto, só isto para percebermos melhor de onde vieram os Proboscidea, vulgo elefantes e companhia.
Imagem – BBC News
HD 189733b – “VIDA” EXTRA-SOLAR?
O telescópio Hubble detectou moléculas orgânicas na atmosfera de um planeta extra-solar.
O planeta, de tamanho semelhante a Júpiter, apresenta metano sendo a primeira vez que se detecta esta molécula orgânica fora do Sistema Solar. O HD 189733b está localizado a 63 anos-luz da constelação Vulpecula.
Já em Julho de 207 tinha sido descoberta água neste planeta.
AGRICULTOR DE BALCÃO
Não sei se era o apelo telúrico.
Ou a crise que impele à acção o agricultor citadino recalcado.
Ou ainda um mero passatempo.
A verdade é que se discutiam e comparavam sementes de coentros e de salsa.
Trocavam-se argumentos quanto ao calcamento da terra.
Adubavam-se conselhos hídricos.
E tudo ao balcão de um café em pleno centro de Lisboa, junto ao Príncipe Real.
Imagens – daqui
A importância de se chamar primata ou Teilhardina magnoliana
O Teilhardina magnoliana é um pequeníssimo vertebrado com 55.8 milhões de anos (MA).
A sua importância reside em ser o mais antigo primata do sub-continente norte-americano.
Para além de dar informações sobre a história evolutiva dos nossos parentes mais próximos (este é um antepassado comum a todos os seres humanos, chimpanzés, gorilas e outros primatas) permite inferir o seguinte:
-sobre o “campeonato” dos mais antigos primatas, neste momento “liderado” pelo Teilhardina asiatica, espécie descoberta em 2004 na China e de um género já conhecido a partir de exemplares descobertos na Bélgica – Teilhardina belgica.
Apesar de ter suscitado alguma controvérsia aquando da sua descoberta, o T. asiatica permitiu avançar com a hipótese de uma passagem entre a Ásia e a Europa, já que este animal apresentava muitas semelhanças com a espécie belga.
Há cerca de 55MA, a Europa encontrava-se separada da Ásia pela existência de um mar interior, actualmente desaparecido, que se estendia de norte a sul.
A espécie asiática, para além da sua idade provecta, apresentava ainda outra característica peculiar: as suas órbitas eram de tamanho reduzido, permitindo assim avançar com um modo de vida diurno, ao contrário da maioria dos primatas primitivos.
-sobre as migrações destes ancestrais primatas. Terá existido uma passagem continental entre a Ásia e a América que permitiu à nova espécie T. magnoliana migrar da Ásia para a América, numa zona que corresponderá aproximadamente ao estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca.
Estas espécies de primatas primitivos viveram numa época da história da Terra em que se verificou um máximo de temperaturas, o denominado Máximo Térmico do Paleocénico/Eocénico – os dois períodos em causa – e que terá sido um dos factores que originaram a extinção de muitos animais e plantas entre o períodos referidos.
Em resumo:
-registo do mais antigo primata norte-americano;
-informações bio e paleogeográficas sobre uma passagem entre a Ásia e a América, que actualiza a informação anterior sobre a chegada dos primatas à América – da Ásia via Europa (pela Gronelândia).
Referências
Beard, C. 2008. The oldest North American primate and mammalian biogeography during the Paleocene-Eocene Thermal Maximum. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 10.1073/pnas.0710180105
Ni X, Wang Y, Hu Y, Li C.2004. A euprimate skull from the early Eocene of China. Nature. Jan 1;427(6969):22-3.
Thierry Smith, Kenneth D. Rose, and Philip D. Gingerich. 2006. Rapid Asia-Europe-North America geographic dispersal of earliest Eocene primate Teilhardina during the Paleocene-Eocene Thermal Maximum. PNAS vol. 103 no. 30, 11223-11227
http://caisdegaia.blogspot.com/2006/07/de-salto-em-salto-da-sia-at-amrica.html
Ilustrações – Mark A. Klingler/Carnegie Museum of Natural History; Smith et al. 2006