A Muda
É, pouco a pouca muda-se o fato de férias e regressamos (espero) à capa do trabalho.
P.S. na imagem o resultado da muda ou ecdise de uma vespa (?), descoberta ontem enquanto aproveitava a réstia de férias, passeando os cães e comendo amêndoas colhidas directamente da fonte…
Imagem – Luís Azevedo Rodrigues
Setembro virá…
…e com ele o retomar mais frequente do blog.
“I’ve been outside
Invited in
But I couldn’t abide
Wouldn’t miss it again
Burning every bridge that I cross
To find some beautiful place to get lost
I had true love
I made it die
I pushed her away
She said, “Please stay”
Burning every bridge that I cross
To find some beautiful place to get lost
To find some beautiful place to get lost
Well, I don’t know where I’ll go now
And I don’t really care
Who follows me there
But I’ll burn every bridge that I cross
And find some beautiful place to get lost
And find some beautiful place to get lost”
Let’s Get Lost – Elliot Smith
Imagem – daqui
(Visita) Pegadas de Dinossauro da Salema
Algumas fotografias da (mais uma) visita que guiei às pegadas de dinossauro da praia da Salema, Algarve, organizada pelo Centro Ciência Viva de Lagos.
A próxima visita será no próximo dia 11 de Setembro.
Imagens – Beatriz Tomás de Oliveira
1 – encontro do grupo com introdução breve ao registo de pegadas de dinossauro e diversidades deste grupo de animais, tempo geológico e processos de fossilização.
2 – jazida oeste da Salema – rastro de pegadas de dinossauro ornitópode. O grupo discute o que faz um paleontólogo para estudar este tipo de registo paleontológico – descrição morfológica, medições, entre outros.
3 – pormenor da jazida oeste, podendo observar-se as pegadas tridáctilas (três dedos) do ornitópode.
4 – grupo observa a jazida este, com pegadas tridáctilas de dinossauro terópode.
5 – grupo junto à jazida este de pegadas de dinossauros terópodes. Pergunta favorita, nalguns grupos, é: “Como é que os bichos subiam as rochas tão inclinadas?”…
6 – grupo reunido preparando a observação a algumas deformações na praia da Salema (dobras e falhas).
(figura de Vanda Santos – daqui)
Mais informações sobre as pegadas da praia da Salema: aqui
The Edges of the World
POST CONVIDADO DE CATARINA AMORIM
“The Edges of the World” é um universo fluido de algo quase reconhecível mas nunca percebido que escapa constantemente à nossa percepção apesar dos traços definitivos de vida. Feita de nylon e cor e longos túneis translúcidos a instalação de Ernesto Neto estende-se como um polvo ao nosso redor ou, tal Jonas e baleia, engole-nos inteiros enquanto se espalha pelo andar de cima da Hayward Gallery em Londres, tentáculos em cada um dos três terraços do espaço.
A exposição, daquele que é um dos maiores artistas contemporâneos brasileiros, está até dia 5 de Setembro no Southbank Centre e vale a pena ver se passarem pela cidade.
Ernesto Neto representou o Brasil na Bienal de Veneza em 2001 e é conhecido pelas suas esculturas biomórficas, peças abstractas de formas orgânicas que evocam organismos vivos que não reconhecemos mas que sabemos deveríamos identificar. Ao contrário da maioria da arte – intocável, afastada e muitas vezes de conteúdo inacessível – as peças de Neto pedem (as tabuletas confirmam) para ser pisadas, acariciadas e cheiradas (camomila e alfazema na Hayward) sendo esta interacção e os visitantes per se parte essencial da obra. Esta é uma arte centrada no próprio corpo e vem do movimento brasileiro “Neoconcreto” que aparece no fim dos anos 50 (também em resposta à ditadura brasileira?) buscando um abandono da geometria fixa e cores simples associados com a arte abstracta da época em prol da expressão da complexidade humana numa nova plástica de arte que exige uma proximidade física ao espaço da exposição.
Na Hayward, Neto criou corredores labirínticos de nylon amarelo e verde com bolsas de ervas aromáticas onde a mão tem que passar e escadas de um material semelhante a madeira aparentemente demasiado frágil para o nosso peso mas que indiferente nos pede para subirmos. Uma vez em cima entramos noutro mundo separado do anterior por mais nylon e cor excepto pela abertura à volta da estrutura por onde subimos. Ai somos invadidos por um sentimento de vertigem (eu pelo menos) mas é demasiado tarde e estamos já perdidos na paisagem alien. Num dos terraços da galeria há também uma escultura-fonte onde se pode tomar banho, não exactamente à “la dolce vita” já que necessita de marcação antecipada (chamando 0844 847 9910) numa concessão às normas inglesas de saúde e segurança (…) e onde, quando fui, duas miúdas se banhavam com ar de férias de biquíni e toalha. Há muito mais mas a minha parte favorita (como as fotos mostram) foram mesmo os labirintos translúcidos que à vez perdem e escondem e revelam todos os outros visitantes que caminham ao teu lado separados pela estrutura num exercício de cores e cheiros. Alguns descalçados com medo de a danificar. A experiência é imersiva, tomando totalmente conta dos sentidos se nos abrirmos a isso mas é também divertida e cheia de surpresas.
Eu fui num dia cheio de sol com jogos de luz e sombra por todo lado, à tarde, escapando-me farta de rescrever o projecto da minha bolsa e gostei imenso.
Hayward gallery, Southbank Centre até dia 5 de Setembro parte do festival que comemora o Brasil.
Imagens: Catarina Amorim
A Bruxa, o Polvo e o Inglês
Devido a isto e a isto, mais do que abandonei o blog.
Antes de partir para Londres, algumas comichões que me têm andado a incomodar:
1 – depois de uma bruxa ter fascinado e ocupado a mente de muitos portugueses com as previsões sobre a selecção nacional no mundial de futebol, agora é vez de um polvo vaticinar sobre o mesmo assunto.
E que tal perguntarem também aos objectos de estudo destes senhores o que acham?
2 – na mesma linha de opiniões avalizadas, vem agora a senhora Maria de Lurdes Rodrigues publicar livro sobre a Escola Pública Portuguesa.
Sim, a mesma senhora que tanto fez para arruinar a instituição sobre a qual agora escreve, empurrando-a para o limbo do facilitismo e do descrédito, temperados com um ódio visceral aos professores.
A senhora que produziu uma tese sobre o papel social do Engenheiro foi recompensada pelo engenheiro com a presidência da FLAD (Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento).
Menos mal, já que assim se ganhou uma aluna de inglês.
Imagem: daqui
Morfo Londres
Integrado no Third International Palaeontological Congress (IPC3), vai realizar-se no próximo dia 30 de Junho, o Simpósio de Palaeontological Data Analysis, com os keynote speakers Philipp Mitteroecker e David Polly.
Este simpósio é organizado por Norman MacLeod.
Aqui a lista das comunicações orais, a qual integra um trabalho meu.
Comunicações Orais
Data Analysis Session (AM)
Martinez-Perez, Botella, Cascales-Minana
Large-scale palaeontologial data analysis of the conodonts fossil history
Aguirre, Donato, Richiano, Farinati
Molluscan palaeobiodiversity and palaeobiogeography: Pleistocene and Holocene interglacial assemblages from Bonaerensian and Patagonian littoral (sw AUantic)
Polly – Keynote Presentation
Quantitative approaches to geographic variation: environment, palaeophylogeography, and ecometrics
Janevski
A likelihood approach to detecting extinction selectivity
Gerber
Developmental morphological disparity: a brief overview
Cascales-Minana
Discontinuities and disparity of the Palaeozoic plant fossil record: a global multivariate analysis
Louys, Meloro, Elton, Ditchfield, Bishop
Quantitative approaches in palaeosynecology: correlating community structure with habitats
Corfe,Harjunmaa, Seiffert, Boyer, Saila, Jernvall
Quantitative developmental tinkering and soft-tissue 3D nano-CT scanning offer developmental insight into palaeontologicaI phylogenetics
Markov, Naimark
The Phanerozoic history of the latitudinal diversity gradient in the marine realm
Turrero, Arbizu, Garcia-Vazquez
The oldest palaeontologists: on using our ancestors as involuntary samplers for palaeontological studies
Ataabadi, Eronen, Liu, Karme, Fortelius
A method for visualization of similarity/disparity analysis
Morphometric Session (PM)
Atwood, Sumrall, Mckinney
Discriminating blastoid species using 3D morphometrics
Hernesniemi, Blomstedt, Kasimir, Fortelius
Multi-view stereo 3D reconstruction of the lower molars of recent and north-western European Pleistocen rhinoceroses for the purpose of mesowear analysis
Mitteroecker – Keynote Presentation
Measuring modularity and morphological integration: examples from hominoid cranial morphology
Rodrigues, Estadella, Mateu-Figueras, Thio-Henestrosa
Limbs in compositional morphospaces: previous and new approaches
Macleod
Discrimination between three pleistocene Astarte species (Bivalvia, Astartidae): morphometric and taxonomic implications
Echevarria
Morphological change through time in pterotrigonia (trigonioida – bivalvia) from Picun Leufu Formation (Lower Cretaceous, Neuquen Basin)
Ubukata
A hypersherical theoretical morphospace for molluscan shell forms
Aguirre, Perez, Farinati
Morphometric analyses of Mactra linne (Bivalvia) trom the marine Quaternary of Argentina (southwestern Atlantic)
Marquart, Norman
The bare bones of it: does morphometric analysis of osteological variation in the skulls of extant crooodilians give biologically congruent definitions of inter and intraspecific variation?
Meloro
What’s on the carnivores menu 2 million years ago? Multiple evidences from mandibular form
Whiteman, Carleton, Hunt
Wisdom teeth: a study of morphological variation of woodrat (Neotoma) molars using geometric morphometrics
Abstracts: A draft abstracts volume is now available as a pdf file