Ela por ele

Já me aconteceu várias vezes, em especial no oriente.
Antecipando um colega ele, surpreender-me quando me deparava com uma ela.
A técnica redentora deste engano passa por inúmeros contorcionismos comportamentais, que não vou descrever a fim de não reviver o embaraço.
Coisas que acontecem quando não se domina o género dos nomes e num ambiente que não nos é familiar.
Nada de especial.

Acontece também em jornalismo de ciência.
Recentemente, um artigo importante relaciona o aumento da acidez dos oceanos com a uma maior fragilização da carapaça microrganismos que são um elo muito importante das cadeias alimentares oceânicas.
Num artigo, hoje publicado no DN, Filomena Naves apelida os “foraminíferos” de “foraminíferas”, por mais do que uma vez.
Bem sei que, neste tempos alucinantes, os ininterruptos comunicados das agências noticiosas não nos dão sossego, mas traduzir “foraminifera” para “foraminíferas” é, como dizê-lo, nominalmente errado.
O importante é que a notícia foi divulgada.
Ainda que no género errado.

Referência
Andrew D. Moy, William R. Howard, Stephen G. Bray, Thomas W. Trull. Reduced calcification in modern Southern Ocean planktonic foraminifera. Nature Geoscience (08 Mar 2009), doi: 10.1038/ngeo460, Letters.

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