As gotas mágicas do príncipe Rupert

Derramando vidro derretido em água fria, obtêm-se as “mágicas” gotas do príncipe Rupert, que as descobriu por volta do século XVII. A rápida solidificação do vidro cria enormes tensões internas, distribuídas de maneira peculiar e garantindo o efeito “mágico”.
Bata com um martelo na “gota” de vidro pelo seu lado bulboso, e o vidro permanecerá inteiro. Mas faça uma pequena fratura no lado mais fino, e a gota irá explodir em farelos quase instantaneamente. O mesmo princípio é aplicado de forma prática no vidro temperado, que combina maior resistência com a fragmentação em pedaços quando a tensão interna é rompida. Mais um vídeo interessante das gotas abaixo:

The Man from Earth

Exemplo brilhante de economia narrativa, The Man from Earth (EUA, 2007) uma história de ficção-científica sem efeitos especiais, sem cenas de ação, sem tiros ou explosões, sem heróis e sem vilões. O filme todo é uma longa conversa entre um professor universitário que está de partida e outros professores que vieram despedir-se dele. E a conversa é surpreendente e interessantíssima, com um forte tema central mas com desvios pelos terrenos da história, da biologia, da psicologia e da religião. O roteiro é o último (e o melhor) trabalho do Jerome Bixby, responsável pelas histórias de episódios famosos de The Twilight Zone (It’s a Good Life) e de Star Trek (Mirror, Mirror). The Man from Earth é imperdível. [do Nemo Nox]

Nuvem do Caos e o caos no Terra

Nuvem de gás gigante poderá colidir com Via Láctea
“Uma gigantesca nuvem de gás está se movimentando rapidamente e poderá colidir com a Via Láctea, a galáxia onde se localiza o planeta Terra, causando uma intensa explosão que poderia gerar milhões de novas estrelas como o Sol, segundo informações divulgadas pela agência AP nesta sexta-feira”.

É impressionante como o Terra pode publicar uma notícia com um primeiro parágrafo assim e não provocar pânico entre seus leitores. Que a inclusão digital não tenha atingido a maior parte da população tem seu lado positivo, porque aqui está um sinal claro de que mesmo um dos principais portais da internet no Brasil é capaz de deslizes quase imperdoáveis (Pallas à parte).
Apenas no segundo parágrafo lembram que a colisão só ocorrerá daqui a 20 ou até 40 milhões de anos. E ainda que tenham nos lembrado que atingirá a Via Láctea, que aos desavisados é realmente e galáxia que habitamos (Céus! Para onde fugir?), a notícia em nenhum momento esclarece que a área da galáxia a ser atingida pela nuvem estará muito distante.
O press release original da descoberta, em inglês, você confere aqui, e se não tiver mais o que fazer pode comprar como aquilo se transformou nisso. Embora não tenha causado pânico, a notícia provocou certa apreensão entre aqueles que lembraram da Nuvem do Caos.

Todo Mundo em Pânico – Parte 3


No dia 28 de maio de 2005, um insuspeito estudante ginasial voltava para casa de bicicleta na província de Saitama, Japão, quando foi atacado por um gorila invisível. Ou melhor, foi atingido na perna por uma afiada lâmina de aço triangular maliciosamente fixada no guardrail da estrada – algo como uma armadilha, que você confere na imagem ao lado.
As autoridades rapidamente começaram a investigar o caso. Para seu espanto, nos dias seguintes constatariam mais de 4.200 outras lâminas presas em guardrails, prontas para causar mais vítimas. Pouco mais de uma semana depois, mais de 40.000 lâminas seriam descobertas fincadas em estradas por todas as províncias japonesas.
É assustador“, comentou o jornal Asahi. “Por que tais objetos, tantos deles, por todo o país? Se foram instalados intencionalmente, é um sério crime“. Na apreensão e confusão promovida pela mídia, o “mistério das lâminas de aço” provocou todo tipo de especulações e declarações. Afinal, é o país onde um culto de adoradores de ficção científica Nova Era que bebia a água do banho de um mestre cego tentou provocar o Apocalipse, um metrô de cada vez. No caso, o culto Aum Shinrikyo e seu atentado com gás sarin no metrô de Tóquio em 1995, quase dez anos antes.
Mistério? Solucionado.
Clique aqui para ler o restante de ‘Todo Mundo em Pânico – Parte 3

Nove milhões de bicicletas (e o Universo observável)

Katie Melua fez enorme sucesso no Reino Unido há um par de anos com a música “Nine Million Bicycles“. Uma balada legalzinha, a música começa com os versos:

“Há nove milhões de bicicletas em Beijing,
É um fato, é algo que ninguém pode negar,
Como o fato de que lhe amarei até morrer.
Nós estamos a 12 bilhões de anos-luz da borda [do Universo],
É um chute, ninguém jamais poderá dizer que é verdade,
Mas eu sei que estarei sempre com você.”

O trecho em que se diz que o valor para a distância até os limites do Universo seria um chute provocou contudo a ira (ou pelo menos, uma polêmica de sucesso) do físico inglês Simon Singh, que escreveu uma coluna criticando a “Ciência Ruim de Katie Melua.
“Há milhares de astrônomos trabalhando dia e (é claro) noite para medir a idade do universo, e as últimas observações sugerem que o universo tem quase 14 bilhões de anos, não 12 bilhões … Essa alteração é até aceitável, mas a próxima linha na música é imperdoável. Dizer que a idade do universo é ‘um chute’ é um insulto a um século de progresso astronômico. A idade do universo não é apenas ‘um chute’, mas um número cuidadosamente mensurado que é agora conhecido com um alto grau de precisão … Você pode achar que estou sendo muito rigoroso, mas o papel do cientista está sendo lentamente minado por uma crença crescente de que resultados científicos são apenas chutes subjetivos que entram e saem de moda. Em verdade, resultados científicos são uma tentativa cuidadosa de medir objetivamente a realidade, e embora possam ser refinados com o tempo, são sempre nossa melhor esperança de chegar à verdade“, argumentou Singh.
O físico chegou mesmo a, em chiste, sugerir novos versos para a estrofe criticada:

“Nós estamos a 13,7 bilhões de anos luz do limite do universo observável,
Essa é uma boa estimativa com margens de erro bem definidas,
Cientistas dizem que é verdade, mas reconhecem que pode ser refinada,
E com a informação disponível, eu predigo que estarei sempre com você.”

Mas o melhor de toda essa história é que semanas depois, Melua e Singh participaram de um programa de rádio, em que a cantora reconheceu o erro, contando que fazia parte do clube de astronomia na escola. E Melua cantou a música com os novos versos! Ainda que tanto ela como Singh tenham reconhecido que a versão não faria muito sucesso. Michael Shermer também contou esta história em sua conferencia TED, e você poderá ouvir a nova versão da música ao final do vídeo.
Alguns, por outro lado, podem achar ainda melhor o fato de que as correções (intencionalmente) pedantes de Singh estejam, a rigor, incorretas. Embora o universo possa ter 13,7 bilhões de anos de idade, a distância até seus limites não é determinada simplesmente multiplicando tal idade pelo tempo que a luz percorreria nesse período, porque o universo está também se expandindo. Assim, as “estimativas com margens de erro” sugerem que a distãncia até o limite do universo seria em torno de 46 bilhões de anos-luz. Singh reconheceu o erro, justificando-se dizendo que como a própria canção original derivava a distância até os limites do Universo daquela forma, ele simplesmente corrigiu o valor do tempo.
É a margem de erro.

Revista “IgNobel” online


A revista “The Annals of Improbable Research“, do mesmo grupo que concede o “IgNobel” anualmente, disponibilizou seu arquivo completo de textos online, com ilustrações em baixa resolução no formato PDF. Clique na imagem acima para conferir.
Em inglês, há clássicos como o horóscopo para bactérias, os efeitos da TV no controle da natalidade, reações de felinos a homens barbados e, claro, o seminal Chicken Chicken Chicken (em PDF).

O Desejável Ferrorama Maglev

Não assista ao vídeo acima, ou será acometido pelo súbito desejo obsessivo de possuir um Ferrorama Maglev. E é infelizmente apenas a demonstração de um instituto alemão de supercondutores e o conceito elementar de um trem de levitação magnética.
A semelhança com o trem voador de De Volta para o Futuro 3, e a “fumaça” gerada pelo nitrogênio líquido só tornam o brinquedo mais perfeito. [via Neatorama]

Jeitinho americano no Saturn V


Em 1966 a primeira versão do mais potente engenho humano já criado foi completado: era o primeiro foguete Saturno V, designado apenas para testes e demonstrações. Entre eles, estaria incluído o balanço com pés descalços tênis e o puxamento em cabo-de-guerra, mas esta é uma história que a Grande Conspiração Universal tentou encobrir. Felizmente, bravos esforços foram empreendidos, e quarenta anos depois você pode conferir o filme clicando na imagem acima, fornecendo evidências inegáveis do uso de tais métodos alternativos de engenharia.
Seriamente, os experimentos foram feitos para testar na prática como a estrutura reagiria às muitas vibrações e forças externas no mundo real. Surgiu então a idéia de chamar um grupo de técnicos que devidamente tirou os sapatos, deitou e passou a empurrar parte do foguete com os pés. Mas o balanço não foi suficiente, e contaram então com a ajuda de mais um bando de técnicos puxando o topo do foguete com uma corda. Sucesso: mais dados para o teste, que apesar de útil e lendário, se tornaria obscuro pelos anos seguintes, talvez por ter sido feito sem tanto planejamento e porque tenha resultado na queda de parte da estrutura.
A rigor, os mais poderosos engenhos humanos efetivamente usados são armas nucleares — em particular, a bomba czar de 50 megatons — mas na classe de motores e engrenagens, dispositivos mecânicos “convencionais” movidos a reações químicas, os foguetes Saturno V são até hoje os líderes — e algo de que a espécie humana pode se orgulhar. [via TDG]

Star Trek: Planet “Atheist”

Em inglês, do Godtube: A piada sobre billions and billions” até que não é ruim. O resto é acidentalmente engraçado, falácias sem fim, incluindo a inevitável tirada sobre o encontro de vida inteligente.
Roddenberry se reviraria no túmulo, não fosse o fato de que era ateu, teve suas cinzas lançadas ao espaço e o detalhe de que mortos não se reviram realmente no túmulo, exceto devido a processos de decomposição não muito poéticos. [via io9]

Imagens sortidas

Continue lendo…

Sobre ScienceBlogs Brasil | Anuncie com ScienceBlogs Brasil | Política de Privacidade | Termos e Condições | Contato


ScienceBlogs por Seed Media Group. Group. ©2006-2011 Seed Media Group LLC. Todos direitos garantidos.


Páginas da Seed Media Group Seed Media Group | ScienceBlogs | SEEDMAGAZINE.COM