Manchetes comentadas 24 – Suspeito de assassinar Glauco pode ter agido sob o efeito de chá alucinógeno

O Jornal Nacional de ontem à noite veiculou uma entrevista com o pai de Carlos Eduardo Sundfeld, o suspeito confesso do assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e seu filho, Raoni. Na entrevista o pai de Cadu, como vem sendo chamado na mídia, afirma que o filho teve um surto psicótico que ele relaciona com o uso da ayahuasca, uma bebida ritualística e alucinógena usada pelos seguidores do Santo Daime (entre outras religiões).

psychotria  banisteriopsis

Chacrona (Psychotria viridis) e Caapi (Banisteriopsis caapi), os ingredientes do Santo Daime

Fontes: www.p-viridis.com e www.sacredearth.com

 

A ayahuasca é um preparado de dois vegetais, a folha da chacrona (Psychotria viridis, Rubiacea) e o caule macerado do cipó caapi (Banisteriopsis caapi, Malpighiacea) em água fervente. A ação deste chá provém dos princípios ativos das duas plantas. A Chacrona entra com o DMT (dimetiltriptamina), uma substância quimicamente semelhante à melatonina com alto poder alucinógeno, porém curta duração do efeito. Aparentemente é possível que o próprio corpo humano produza doses baixas e rapidamente degradadas de DMT, já que o aparato bioquímico para tal está presente, mas o órgão responsável por sua produção ainda não é conhecido. De qualquer forma, a DMT e seus metabólitos foram encontrados na urina de pacientes após surtos de esquizofrenia.

Já o caapi entra com harmalina, que atua como um inibidor da destruição dos neurotransmissores noradrenalina, serotonina e dopamina. Os impulsos nervosos (ou ondas de despolarização de membrana, para os já iniciados) não passam diretamente de um neurônio ao outro, elas são transmitidos no estreito espaço que separa dois neurônios por mensageiros químicos no processo chamado sinápse, após cumprir o papel de passar um impulso de um neurônio ao outro estes mensageiros são metabolizados, destruídos. Isso a menos que algo impeça sua degradação, algo como o princípio ativo do caapi. O resultado disso é um impulso mais persistente, principalmente no caso da harmalina que é pouco seletiva, mantendo altos os níveis de qualquer neurotransmissor em qualquer sinápse e podendo levar a uma intoxicação de neurotransmissores. Quer um resultado bacana? Junte o princípio ativo do caapi com bastante chocolate. Teremos então uma overdose de serotonina, culminando com efeitos que odem ir desde tremores e sedação até convulsões, alucinações e hemorragia cerebral. Terapeuticamente isto torna esta uma droga muito útil contra a depressão em concentrações muito bem calculadas.

quimicos ayahuasca

Estrutura dos fitoquímicos da ayahuasca e dos neurotransmissores

Figura gentilmente preparada pelo Roberto Berlinck do Química viva.

 

Nas primeiras vezes em que é consumido o chá frequentemente causa vômitos e diarréia. Bad trips também podem ocorrer com ataques de pânico, mas nos relatos de que o resultado foi conforme o esperado os usuários tiveram alucinações visuais, sinestesia, sensação de leveza e "consciência expandida". Lembro-me de um livro do J. J. Benítez em que ele relata sua experiência coma  ayahuasca. Ele conta que telefonou para casa e pediu que colocassem em seu quarto um objeto diferente sem, obviamente, contar-lhe o que seria colocado. Durante suas alucinações o escritor deixou seu corpo e foi até o quarto, a quilômetros de distância, onde viu o objeto e pode testar se o desdobramento causado pelo chá era real. Bem, ele jura que funcionou. Durante os rituais do Daime e outras seitas que usam o chá (como a União do Vegetal, a Natureza Divina e diversos cultos xamânicos indígenas) os fiéis narram ter incorporado o espírito da planta e rechaçam a denominação de alucinógeno, considerando a bebida um enteógeno, literalmente libertador da divindade interna.

Há grande probabilidade de que Carlos Eduardo Sundfeld, que segundo a entrevista já tem um histórico pessoal e farta genealogia de esquizofrenia na família, tenha experimentado um desencadeamento de um surto psicótico favorecido pela ação das substâncias presentes na bebida. Todo o quadro relatado na mídia de que o rapaz afirma ser Jesus Cristo e dizia ter uma missão divina no crime que cometeu corrobora isto. A ação de um bom psiquiatra forense e alguma perícia científica nos próximos dias irão certamente indicar se minhas previsões aqui estão corretas ou se toda essa relação com a igreja Céu de Maria na verdade foi uma grande desculpa para atenuar a pena. Mas o que de fato fica é a perda irreparável de um artista que conseguia sintetizar em três quadrinhos tanto humor de qualidade e crítica razoável.

 

glaucowww.uol.com.br/glauco

Pensamento de segunda

Meu objetivo de vida sempre foi simples: compreender todo o universo, por que ele é da forma que é e por que existe afinal.
Stephen Hawking

A Mariposa ninfomaníaca

ResearchBlogging.org

Naquela manhã no consultório psicanalítico

 

– Dra. não aguento mais me remoer de culpa.

– Culpa? – Disse a psicanalista.

– A verdade é que sou uma devassa, não só adoro sexo muitas e muitas vezes como meu negócio é variar sempre! Tendo a oportunidade escolho um novo rapaz a cada encontro. Não me contento com um só, não que isso seja da conta de ninguém. Mas sabe? Não deve ser certo, uma moça como eu. Esses mariposos machos. – A mariposa Ephestia kuehniella falava rápido, mal inflava suas traquéias entre uma frase e a outra.

– Mas isso não é bom, um monte de rapazes aos seus pés?

– Ah, Dra., você sabe como são os rapazes. Estão sempre à disposiçào de estar aos pés de quem lhes aceitar à cama! Para mim seria tudo muito natural se deixassem eu viver minha vida em paz. Se não ficassem me perguntando, falando por aí à boca miúda. Olha, Dra., a senhora nem imagina o que essasinhas dizem por aí, viu. Mas todos se metem tanto que acabo dando desculpas esfarrapadas.

– Desculpas esfarrapadas? – Com este novo eco Ephestia começava a procurar em qual das paredes do consultório escuro, mas aconchegante, estaria se refletindo o som.

– É. Digo que eles não largam do meu pé. Que me vencem pelo cansaço. Que dá tanto trabalho rejeitar as investidas de meus pretendentes que por fim cedo. Sabe, é isso que eu digo para as minhas amigas. As mais próximas, é claro, né. Também porque eu não fico por aí falando dessas coisas com qualquer uma. Já me bastam todas as que cuidam da minha vida sem eu precisar dar satisfações.

– Mas não é verdade. – A voz da Dra. deixou em suspenso se aquilo fora uma pergunta ou uma afirmação.

– É. Não. Mais ou menos. Olha, eles são sim insistentes, mas eu sei dizer “não” quando quero. Na verdade eu gosto do esporte, Dra.  Me diga, eu sou normal?

– Por que você quer ser normal? Você se acha normal?

– Não! Nem um pouco. – Disse a mariposa com as antenas mais pinadas do que de costume.

– O que você acha que as outras meninas da sua espécie fazem em relação aos rapazes? – A analista se retraiu um pouco mais à sombra da luminária alta para a mariposa se sentir mais a sós.

– Não sei, ué. Isso não é coisa que se fique falando por aí. Você acha que elas também fazem… isso!?

– Olha, aqui no consultório passa muita gente, você sabe. Temos a ética profissional, mas acho que poderia lhe falar sobre alguns casos. Este hábito é muito comum para muitas fêmeas. Para algumas aranhas, por exemplo, variar de namorado significa ganhar mais alimento, na forma de presentes. Para as chimpanzés, significa que seus filhos serão melhor tolerados no bando. E, esquecendo as suas desculpas esfarrapadas, por que você procura novos amantes?

– Ai Dra., para te falar a verdade, não tem um só rapaz que eu diga: “esse é o tal”, parece que serei eternamente uma aventureira em busca de diversidade. Ora, quem garante que o primeiro amante que for para meus lençóis será o príncipe encantado, aquele sem nenhuma doencinha familiar esperando há gerações para se manifestar justo nos meus filhos? Na verdade, isso que minhas colegas intrigueiras chamam de safadeza é como aumento a chance de sucesso dos meus filhos. Olha só, na semana passada um dos rapazes com quem saí era um verdadeiro gênio, o outro era o macho mais sarado e atlético que já vi, corpo de jogador de volei, o último por ter um rostinho de comercial de barbeador e lindos olhos compostos azuis. Convenhamos, achar um só com tudo de bom assim está difícil hoje em dia, né.

– E essa diversidade de tipos não é a diversidade genética que faria seus descendentes tão saudáveis, sua prole tão garantida? – Perguntou a Dra.

– Diversidade o que, Dra.? Perguntou a mariposa franzindo o escutelo.

– Nada não, teorias. Apenas teorias. Prossiga.

– Então, tenho mais é que diversificar, menina. Me  distrair. Assim aumento as chances dos meus pimpolhos se darem bem na vida também, podendo nascer geniais, lindos ou fortões. Não sou interesseira, sou uma amante do amor livre de verdade. Só o que busco é diversidade. E que me deixem em paz!

– Pois deixe de se preocupar com as más línguas e vá curtir teus instintos. Nosso tempo acabou.

 

Xu, J., & Wang, Q. (2009). A polyandrous female moth discriminates against previous mates to gain genetic diversity Animal Behaviour, 78 (6), 1309-1315 DOI: 10.1016/j.anbehav.2009.09.028

O peixe que enrubesce

ResearchBlogging.org

Naquela manhã no consultório psicanalítico…

 

– Dra., sou um peixe muito tímido, não gosto de ficar nadando por aí aos cardumes. Meu negócio é o meu território, quieto e reservado. – Disse o peixinho que atendia pelo nome de Apistogramma hippolytae com seus olhos escuros e uma longa linha preta desde a cabeça até uma pinta na cauda.

– E isso te incomoda? – A voz era doce, mas vinha de algum ponto invisível, ligeiramente escuro atrás do divã.

– Não, de forma alguma. O que me incomoda é que vivem a me tirar sarro porque meus colegas de igarapé dizem que sou um transparente!

– Transparente? – Ecoou a analista.

– Não é que eu seja de fato transparente, antes o fosse. É justo o contrário! Sou transparente nas emoções, só de me olhar qualquer um já sabe o que se passa na minha alma. Se estou com preguiça todo mundo sabe, se me interesso por uma garota ou fico bravo com alguém já me dizem que está na cara.

– Entendo – prosseguiu a voz – Você é transparente porque é colorido.

– Isso! Quer dizer, não. Ah, Dra. não queria me expor tanto. Mas o que posso fazer? – Agora o peixinho, visivelmente irritado, tinha os olhos claros e listras verticais meio azuladas.

– E porque você muda de cor então? – disse a Dra. com sua voz mais suave.

– Ora, não mudo de propósito, simplesmente não posso fazer nada. É como se eu precisasse sair por aí alardeando meus sentimentos. Eu suponho que deixar claro para os outros o que sinto pode me ser útil de vez em quando.

– Como assim?

– Bom, se entro em um debate com outro peixe e de repente começo a me irritar, mudo de cor e ele logo percebe. Aí, se não quiser briga, ele pode parar de me encher e evitar levar umas bolachas. Assim ninguém se machuca, né. – disse o peixe, agora novamente mais pálido.

– E você é o único a mudar de cor? – Perguntou a Dra.

– Não, na verdade, sabe que adoro quando estou com uma garota e percebo que ela está toda listradinha de amor, piscando para mim seus olhinhos escuros. Me faz ter mais confiança de que o meu xaveco está colando. – O peixinho agora sorria com uma tonalidade amarelada com uma pinta na cauda, os olhos escuros continuados até o queixo em uma linha.

– Então essa história de mudar de cor não é assim tão ruim? – Perguntou também com um sorriso sensual a Dra.

– É, acho que não. Obrigado, Dra.

 

Rodrigues, R., Carvalho, L., Zuanon, J., & Del-Claro, K. (2009). Color changing and behavioral context in the Amazonian Dwarf Cichlid Apistogramma hippolytae (Perciformes) Neotropical Ichthyology, 7 (4) DOI: 10.1590/S1679-62252009000400013

 

peixe enrubesce

Tudo bem, enrubescer era só uma metáfora

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ni/v7n4/a13v7n4.pdf

Pensamento de segunda

Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia.
Arthur C. Clarke

Diário de Viagem – 4 de março, terremoto no Chile

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Chegamos no aeroporto e enquanto esperava a bagagem na esteira me chegavam apressadamente as notícias do grande terremoto através de um funcionário. Em Concepción não se via uma casa em pé, setenta aldeias haviam sido destruídas e uma onda gigante havia varrido as ruínas da cidade. Logo o boato tornou-se real com provas em abundância, toda a costa estava coberta de móveis, destroços flutuantes, eletrodomésticos, como se as Casas Bahia houvessem sido abduzidas por alienígenas e depois disppersas na praia. O comércio também perecia, sendo saqueado e arrombado, nas ruas jaziam sacos de mantimentos rasgados, mercadorias valiosas no chão. Passeando próximo à orla percebi fragmentos de rochedos onde estavam aderidos seres de mais de 1,80 m que certamente haviam emergido das profundezas.

A própria ilha que eu olhava agora havia sido consideravelmente encolhida pela terrível força do terremoto, a praia devorada pela imensa onda resultante. Formavam-se fendas no sentido Norte-Sul que atingiam 1 m de largura. Enormes massas de terra já haviam desmoronado sobre a praia e os habitantes estavam certos de que assim que chovesse massas ainda maiores desmoronariam. Mais impressionante ainda era a quantidade de fraturas em rochas extremamente duras, elas deveriam ser restritas à camada mais superficial ou neste momento em todo o Chile não restaria uma rocha inteira. Tenho certeza que este tremor de alguns instantes foi mais responsável pela diminuição da ilha de Quiriquina do que séculos de erosão pela água e pelo tempo.

No dia seguinte tomei uma van para Telcahuano e Concepción. As duas cidades apresentavam o espetáculo mais horrível e, ainda assim, o mais interessante que meu espírito naturalista poderia conceber. Os escombros estavam na mais completa confusão e era difícil acreditar que outrora aquele fosse um local habitável. Caso o terremoto tivesse ocorrido à noite, e não às 16 h, em lugar de menos de mil, haveria morrido a maior parte da população, salvou muitos o gesto instintivo de sair à rua ao primeiro sinal de tremor. Em Concepción enxergava-se fileiras do que antes foram casas, mas em Telcahuano, devido à onda, nada mais se enxerga do que um tapete de telhas e tijolos. O primeiro abalo foi logo o mais drástico, o funcionário do aeroporto que veio conversar comigo reportava que a primeira coisa que lhe ocorreu após o início do terremoto foi ver a si e sua moto derrubados imediatamente no asfalto. Levantava-se apenas para ser novamente atirado ao chão. Foi o pior terremoto que o Chile jamais registrou, e inúmeros tremores menores se seguiram ao principal, somaram-se 300 de diferentes magnitudes e em diferentes locais nos dias subsequentes.chile2

O tsunami me foi descrito como uma linha de até 6 km de comprimento e até 7 m de altura que varreram as praias arrancando tudo à sua frente. Um carro forte de 4 toneladas foi arrastado por 5 m e diversos barcos do atracadouro foram parar no seco. No entanto, a onda deve ter avançado lentamente, já que muitos habitantes fugiram dela a pé para as áreas mais altas da cidade. Era possível identificar a direçào de onde haviam vindo as vibrações pelas paredes que haviam ruído ou ficado de pé e pelas estantes que haviam perdido seu conteúdo ou não.

A Ilha de Santa Maria, que se localiza mais ou menos sobre o centro dos abalos, está agora situada cerca de três vezes acima do resto do litoral que a cercava. O efeito mais surpreendente do terremoto foi este, a elevação do terreno entre 60 e 90 cm. Quem sabe esse não seja um efeito, mas a causa do terremoto. Na Ilha de Santa Maria, por exemplo, a marca da maré foi parcialmente apagada pelo tsunami, mas habitantes locais podiam me jurar que a rocha costeira estava elevada. Mais relevante do que isso foi que conchas que só existem na linha d’água, conchas de fato muito semelhantes a outras encontradas fossilizadas em picos a 3900 m nos Andes, foram encontradas após os tremores a 3 m da linha d’água pelo Capitão Fitzroy, Aparentemente pequenas alterações acumuladas por intervalos longos de tempo podem resultar em mudanças dramáticas na paisagem.

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Tradução poetica e livremente alterada dos diários de Charles Darwin a bordo do Beagle, a 4 de março de 1835, mas bem que poderia ter sido escrito dia 4 de março de 2010 por alguém visitando exatamente a mesma região.

Crédito das imagens: www.lanacion.cl e www.cepresperu.org

Pensamento de segunda

– E depois que a gente morre, Emília?
– Ah, Visconde, depois que morre a gente vira hipótese.

Pensamento de Segunda

“Sempre há resistência quando a Ciência avança.”
Mayana Zatz

Pensamento de segunda

“Nós não precisamos salvar o mundo. Ele é grandinho o suficiente para cuidar de si próprio. Devemos nos preocupar é se o mundo em que vivemos será capaz de nos sustentar nele.” (Douglas N. Adams)

Quer ganhar um livro? Ab Initio

Ano passado eu fiquei morrendo de inveja aqui de Tangará da Serra daqueles que tiveram a oportunidade de ir ao lançamento do Ab Initio, o livro do Prof. Franklin Rumjanek publicado pela Vieira & Lent. Não pude ir, mas o livro eu li e agora abro um concurso para dar o livro. Mas primeiro deixe-me falar um pouco sobre ele.

 

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Quem vai querer?

Fonte: vieiraelent.com.br

 

Ab Initio tem seu título bem a calhar: “desde o princípio” pomposamente em latim. Mas a pompa fica no título, de nada o conteúdo do livro lembra o discurso hermético dos catedráticos que precederam Franklin. Ele inicia seu livro falando sobre seu ponto de vista na dualidade evolução x religião. Em seguida começa “desde o princípio” mesmo, explorando a origem do universo e como tudo ocorreu até chegar em nosso planeta.

O autor prossegue apresentando as teorias relacionadas ao princípio da vida nos melhores detalhes, trecho do livro onde mais tem propriedade dada sua linha de pesquisa em bioquímica. Mas não é por isso que Franklin tem menos propriedade para os capítulos que se seguem, nos quais explora a evolução biológica em si. Felizmente cada vez mais pessoas têm ganho profundo conhecimento em evolução, a despeito de sua formação, a ponto de ajudar muito a divulgar esta fabulosa idéia.

Nesta parte do livro dois aspectos importantes são explorados embora raramente mesmo biólogos o façam: o papel de Lamarck na evolução e outras formas de evolução que não por seleção natural. Lamarck fica conhecido e estigmatizado por ter sido “o cara que errou”, embora quase ninguém fale, mas todos que leem a Origem das espécies perceba, que o próprio Darwin partilhava das idéias de Lamarck em muitos casos. Por outro lado, Franklin Rumjanek nos lembra que o significado moderno da evolução (variação nas frequências de tipos genéticos numa população) não ocorre unicamente por seleção natural, no final do livro outros mecanismos são explorados, como a epigenética e a deriva. O capítulo de fechamento apresenta uma introdução ao pensamento evolucionista e, por que não dizer, científico.

Num ano com tantos livros sobre evolução devido ao duplo aniversário de 150 anos de publicação da Origem das Espécies e de 200 anos do nascimento de Darwin como foi 2009, Ab Initio certamente sobressai com sua abordagem diferenciada dessas questões.

Tentados? É por isso que lanço aqui o desfio! Envie um comentário criativo sobre os temas EVOLUÇÃO ou ORIGEM DA VIDA até o dia 21 de fevereiro, domingo, eu e o pessoal da Editora Vieira & Lent iremos escolher o melhor e na segunda-feira, dia 22, divulgo todas as frases e o ganhador por aqui mesmo. Não se esqueçam de preencher o e-mail na identificação do comentário para eu poder entrar em contato com o ganhador. Boa sorte a todos!