LEONARDO DA VINCI EM LISBOA

A exposição “Leonardo da Vinci – O Génio” vai estar em Lisboa, no espaço do antigo Picadeiro do Colégio dos Nobres, nos Museus da Politécnica, onde vai ser inaugurada dia 13 de Março.
Esta exposição, que contém dezenas de modelos em tamanho real, construídos a partir de desenhos de da Vinci, a par de outras peças inspiradas na vida e obra do pintor, abrirá ao público dia 14 de Março, para só encerrar no dia 22 de Junho.
Paralelamente à mostra, que permanecerá aberta sete dias na semana, das 10h00 às 20h00, haverá actividades pedagógicas para os mais novos.
Um ciclo de conferências decorrerá em simultâneo, no anfiteatro 2 da Fundação Calouste Gulbenkian.

A exposição “Leonardo da Vinci – o Génio”, que é patrocinada pelo Millennium BCP e promovida pela Grafinvest, esteve anteriormente patente no Palácio de Cristal, no Porto, sendo agora trazida a Lisboa pelo Museu de Ciência da Universidade de Lisboa.”

Mais informação aqui

Informação recebida do

Gabinete de Comunicação e Imagem
Museus da Politécnica

DESCUBRA AS DIFERENÇAS

De como a Internet funde as ideias, no tempo e no espaço…(sublinhados meus)

O link da primeira mensagem (arquivo da mailing list de paleontólogos de dinossáurios de 12 Janeiro de 2006)

O link da segunda mensagem (notícia do DN de 11 de Março de 2008)

AOS PROFESSORES MEUS

Neste dia, também da Mulher, dedico um post aos Professores…

Ao Professor Matos, que me obrigava a fazer cópias e ditados, enquanto nos falava de música clássica (que eu achava chata, mas também com 7 anos…) e de como iríamos gostar de a ouvir quando tivéssemos a idade dele; de como eram importantes as frases curtas; que a fazer algo, o deveríamos fazer bem feito; e, sobretudo, de tudo aquilo que ainda vou retirando das suas idas palavras da Escola Primária…

Ao Professor José Fernando Monteiro (que apesar de não ter “merecido” a maiúscula, a merecer mais do que outros catedráticos…), me fez sonhar com mundos passados e longínquos…

A todos os professores, bons e menos bons, que me ensinaram algo, como colegas e mestres…

Voltarei em breve…após oito anos de pausa

Imagem – Nikos Economopoulos/Magnum Photos

FOTOS DE TRABALHO


Lufeng, China, 2006

A importância de se chamar primata ou Teilhardina magnoliana

O Teilhardina magnoliana é um pequeníssimo vertebrado com 55.8 milhões de anos (MA).
A sua importância reside em ser o mais antigo primata do sub-continente norte-americano.
Para além de dar informações sobre a história evolutiva dos nossos parentes mais próximos (este é um antepassado comum a todos os seres humanos, chimpanzés, gorilas e outros primatas) permite inferir o seguinte:

-sobre o “campeonato” dos mais antigos primatas, neste momento “liderado” pelo Teilhardina asiatica, espécie descoberta em 2004 na China e de um género já conhecido a partir de exemplares descobertos na Bélgica – Teilhardina belgica.
Apesar de ter suscitado alguma controvérsia aquando da sua descoberta, o T. asiatica permitiu avançar com a hipótese de uma passagem entre a Ásia e a Europa, já que este animal apresentava muitas semelhanças com a espécie belga.
Há cerca de 55MA, a Europa encontrava-se separada da Ásia pela existência de um mar interior, actualmente desaparecido, que se estendia de norte a sul.

A espécie asiática, para além da sua idade provecta, apresentava ainda outra característica peculiar: as suas órbitas eram de tamanho reduzido, permitindo assim avançar com um modo de vida diurno, ao contrário da maioria dos primatas primitivos.

-sobre as migrações destes ancestrais primatas. Terá existido uma passagem continental entre a Ásia e a América que permitiu à nova espécie T. magnoliana migrar da Ásia para a América, numa zona que corresponderá aproximadamente ao estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca.

Estas espécies de primatas primitivos viveram numa época da história da Terra em que se verificou um máximo de temperaturas, o denominado Máximo Térmico do Paleocénico/Eocénico – os dois períodos em causa – e que terá sido um dos factores que originaram a extinção de muitos animais e plantas entre o períodos referidos.

Em resumo:
-registo do mais antigo primata norte-americano;

-informações bio e paleogeográficas sobre uma passagem entre a Ásia e a América, que actualiza a informação anterior sobre a chegada dos primatas à América – da Ásia via Europa (pela Gronelândia).

Referências
Beard, C. 2008. The oldest North American primate and mammalian biogeography during the Paleocene-Eocene Thermal Maximum. Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 10.1073/pnas.0710180105

Ni X, Wang Y, Hu Y, Li C.2004. A euprimate skull from the early Eocene of China. Nature. Jan 1;427(6969):22-3.

Thierry Smith, Kenneth D. Rose, and Philip D. Gingerich. 2006. Rapid Asia-Europe-North America geographic dispersal of earliest Eocene primate Teilhardina during the Paleocene-Eocene Thermal Maximum. PNAS vol. 103 no. 30, 11223-11227

http://caisdegaia.blogspot.com/2006/07/de-salto-em-salto-da-sia-at-amrica.html

Ilustrações – Mark A. Klingler/Carnegie Museum of Natural History; Smith et al. 2006

Porto-Lisboa em 4600 milhões de anos

(Publicado no jornal O Primeiro de Janeiro a 06/04/2006)
Devido ao meu passado e formação como professor, as analogias têm em mim, como noutros, um fascínio e utilidade únicas.

Sempre as utilizei como forma de introduzir e sistematizar diversos conceitos das Ciências Naturais.
Os alunos gostavam e pediam sempre mais, embora seja difícil e não aconselhável em todas as situações.
Uma das analogias práticas que utilizava era em relação à enormidade do tempo geológico. Depois de lhes ter dado rolos de máquina registadora, bem como uma folha com as diversas idades e acontecimentos geológicos, pedia-lhes para marcarem, cronologicamente e com distâncias proporcionais à idade dos acontecimentos, no rolo esticado, esses mesmos acontecimentos.

Era uma actividade de que gostavam – inicialmente, porque os libertava das habituais cadeiras e interagiam em grupos e no final…devido ao resultado prático.

Imaginemos uma realidade bem conhecida – viagem entre duas cidades do nosso país, Porto e Lisboa – pela auto-estrada.
Agora comparemo-la com os acontecimentos biológicos e geológicos do nosso planeta (desde a formação do planeta – Porto – até à actualidade – Lisboa).
A distância percorrida nesta viagem comum – 300 km – vai ser proporcional à idade da Terra, i.e., partimos do Porto (0 km) ao mesmo tempo que o nosso planeta é formado (4600 milhões de anos – MA).

A saída dos Carvalhos é o equivalente na nossa viagem à formação da Lua (4500 MA). A atmosfera terrestre ter-se-á formado junto a Santa Maria da Feira, tendo as primeiras rochas, ou pelo menos as de que há registo, surgido na zona de Estarreja (3960 MA).
Quando o nosso carro está a circular entre Aveiro sul e a Mealhada (3400 MA) terão aparecido a primeiras formas de vida – bactérias e algas.
45 quilómetros adiante e devido à actividade fotossintética dos primeiros seres vivos, a atmosfera já apresenta concentrações de oxigénio razoáveis.
Iremos necessitar de atingir a zona de serviço de Santarém para conseguir observar os primeiros animais (unicelulares), ocorrendo os primeiros seres vivos pluricelulares em Aveiras (700 MA).

Os primeiros peixes e as primeiras plantas terrestres apareceram sensivelmente na mesma zona – no Carregado.
Em Vila Franca de Xira surgiram os primeiros insectos; quatro quilómetros depois chegam os primeiros répteis (340 MA) e, se quisermos observar os primeiros mamíferos e aves, teremos que passar Alverca (180 MA).
O planeta será coberto pelas cores das flores primitivas pouco antes de Santa Iria da Azóia (150 MA), extinguindo-se os dinossáurios cinco quilómetros após. Os Alpes são formados quase após circularmos 300 metros (60 MA).

A colisão da Índia com a Ásia, que irá dar origem aos Himalaias, ocorrerá praticamente já em Sacavém e quando as primeiras ferramentas de pedra forem inventadas estaremos já a 100 metros da Torre de Belém.
Já depois do carro estacionado, caminhamos em direcção à Torre de Belém- a 33 metros o Homem descobre o fogo; a 7 metros surge o Homem de Neanderthal e a apenas 1 metro a agricultura.
Poderíamos continuar a nossa analogia com acontecimentos da História da Humanidade, mas as distâncias envolvidas seriam pouco práticas…estaríamos já com o nariz “colado” à Torre de Belém!!

Fundamental, nesta como na analogia que utilizava nas escolas onde dei aulas, é compreender e tentar intuir (será que alguém é capaz?) a imensidão do tempo geológico.
Eu não podia deixar de sorrir quando os meus alunos vinham ter comigo, muito aflitos, “Professor, isto deve estar errado. O Homem só aparece num bocadinho muito pequenino da fita!!!”
Pois é…há pouco tempo, mesmo no finalzinho da fita…
Imagens – daqui

BIOFORMAS – AVES E DERIVADOS

Nada como imagens da natureza celular, num concurso de imagens…, e de crânios de aves.

Efeitos de um dia de Verão…

Imagens:
Kymmy Lorrain, BrainCells Inc., USA

Bertelli, S.
& N. P. Giannini. 2005. A Phylogeny of extant penguins (Aves: Sphenisciformes) morphology and mitochondrial sequences. Cladistics 21: 209-239.