O Moura dos robôs
Impulsionado pela criatividade do Moura dos robôs, o Jornal de Letras lançou-se num debitar letrado sobre um futurismo.
Não me parece mal.
Eu já havia louvado o dito Moura em palavreado que me deu muito prazer intitulado “O Artista”.
O JL refere que o Moura dos robôs simula não pintores, mas actores.
Explico.
Desta feita, o Moura suga robôs, encena uma peça teatral, interpretada maquinalmente pelos seus escravos.
Embalados por mais esta “Estética do Futuro”, o JL disserta, em várias páginas de referências literárias, sobre um futuro mais pleno do que este presente vazio, à moda do Moura.
De estética nada sei; apenas sinto que, tal como o robótico Moura, o JL deslumbra-se perante o pincel, apaixona-se pela caneta, arde de paixão perante a máquina que regista imagens, e tudo mais que não seja a mera veneração do meio.
Ao Moura dos robôs: como já antes opinei, julgo que nem os terabytes dos robôs se lembrarão desta sua nova façanha.
Imagem:
daqui
Horror ao Ensinar
Uma excelente visão sobre o que é e o que deveria ser a Escola, pelo Professor Carlos Fiolhais.
Alguns excertos que me pareceram muito relevantes.
Gostei particularmente da parte do horror a que o Ministério da Educação votou o verbo ensinar, de há anos a esta parte.
Revista Notícias Magazine, 14/03/2010
” (…)
O que é que está mal? Está tudo mal?
Não, temos bons professores, que fazem, a maioria deles, por cumprir a sua obrigação profissional num ambiente que não é nada fácil.
Se me pergunta o que está mal, dou-lhe um exemplo: o Ministério da Educação é – vou usar uma palavra brutal para fazer jus à minha fama de crítico – um monstro.
É um aparelho criado pelo Estado, que está por todo o lado em demasia, retirando liberdade aos bons professores. Há regulamentos para tudo e mais alguma coisa, os programas não são bons, os livros têm de se ater aos programas, os horários são o que se sabe, há disciplinas que não são disciplinas nenhumas. Enfim, não tenho dúvidas de que é possível fazer melhor e que isso passa por uma menor intervenção do Estado. Será precisa toda aquela burocracia? Será preciso aquela linguagem em que se exprime o monstro e que eu e outras pessoas designamos por «eduquês»? Não se pode falar claro? A actual ministra domina bem o português, é uma boa escritora, não poderá pôr aquele Ministério a falar claro?
(…)
A máquina ministerial condiciona a criatividade de alunos e de professores?
Condiciona a criatividade dos professores, que são a chave do sucesso da escola. Diminuir o papel dos professores foi o pior que se podia ter feito. Portanto, tudo o que possamos fazer para valorizar este papel, para lhes dar importância e autoridade, é útil.
Há uma palavra que não se tem usado muito em Portugal e que se devia usar mais (o Ministério da Educação, então, foge dela como o diabo da cruz), que é ensinar. A escola é um sítio onde se ensina. Claro que também é um sítio onde se aprende, mas para aprender é preciso que se ensine. Quase tudo aquilo que sei foi porque alguém me ensinou. A partir de certa altura já fui capaz de aprender por mim próprio, mas devo muito à escola e aos meus professores. Porque é que os jovens de agora não hão-de poder dizer o mesmo? Estamos a desviar-nos do essencial e o essencial é preparar para a vida. Não estaremos a alienar os nossos jovens da capacidade de saber mais, de decidir, que não devia ser apenas de alguns, mas de todos?
Esse sistema é a razão pela qual Portugal não tem sido um país de Ciência?
A nossa educação científica é uma área em que podemos progredir. A ciência devia estar presente mais cedo na escola, e não se trata tanto de falar de ciência, mas mais de ver como ela se faz. A ciência devia estar presente no jardim-escola e no ensino básico. A palavra ciência quase não aparece nos programas, aparece uma coisa chamada «estudo do meio».
O que é isso? Um cientista é um estudioso do meio?
Percebo a ideia de que o meio não é só o meio material, é também o meio social. Muito bem, é evidente que vivemos num meio social, mas antes disso pisamos um planeta que nos puxa para baixo, respiramos ar, bebemos água, e é bom que no básico façamos experiências que nos permitam compreender o que é o planeta, o que é o ar, e o que é a água. A descoberta do mundo pela criança tem de começar por aí. A junta de freguesia e outras construções sociais, por muito importantes que sejam, vêm depois do ar e da água.”
Imagem:
Jean-Auguste-Dominique Ingres, “Roger Freeing Angelica”
daqui
A Debandada do Intelecto
Tenho assistido, com perplexidade e por vezes com deleite assustado, a inúmeras manifestações de irracionalidade, originadas nas recentes catástrofes – Haiti, Madeira, Chile e o mau tempo de sábado.
Alguns dos que lia no Twitter associavam fenómenos como o aquecimento global com sismos; o relativo mau tempo com o recrudescimento de vulcanismo; e as derrocadas madeirenses a uma qualquer reacção vingativa da Natureza.
De quase tudo li no Twitter.
Esta confusão generalizada de conceitos e fenómenos, imbuídos de um neo-animismo vingativo, confirma que a irracionalidade grassa em situações de crise, ainda que não directamente vivenciadas, relatadas quase em directo pelos novos meios de comunicação.
O absurdo quase generalizado atesta ainda que, por muita informação de que se disponha, e esta jorra de todo o lado em maior quantidade e de forma quase instantânea, esta parece ter apenas como resultado o ampliar do efeito manada embrutecida.
A informação, que deveria filtrar os medos e temores mais irracionais, parece apenas gerar novas confusões e a debandada do intelecto.
Imagem:
Agostino Carracci – The Flood – 1616-1618.
Tragédia na Madeira: um desastre já anunciado há dois anos
Depois da tragédia, pensar no que poderá ser (poderia ter sido) feito.
Um excerto do programa Bioesfera (RTP2) de Abril de 2008.
P.S: link sugerido por José Carlos Ferreira, no mailing list GEOPOR.
Tento na Língua
Nenhum dos casos é muito agradável, muito menos para mentes eticamente bem formadas ou estômagos sensíveis.
Ainda assim, encontro-lhes pontos de contacto.
O parasita Cymothoa exigua é um crustáceo isópode que actua de maneira singular.
Explico, enquanto se torcem.
Já na boca do peixe, o C. exigua fixa-se na boca do peixe por intermédio de patas semelhantes a ganchos (pereópodes), começando por sugar o sangue dos tecidos da língua, até que esta acaba por atrofiar.
Após o repasto, que pode durar algum tempo, o parasita de até quatro centímetros, passa a alimentar-se do que o peixe ingere, substituindo-lhe a língua por completo.
Curiosa é a semelhança de forma entre a desaparecida língua do peixe e o recém instalado. Para além de função análoga, já que o parasita desempenha a usurpação lingual com enorme competência, também o aspecto da cavidade bucal do peixe parece quase inalterada. Brusca e Gilligan avançam com a hipótese de que peixes parasitados poderão ter melhor desempenho alimentar que peixes sem língua.
Ou seja, em termos de eficiência, esta relação parasítica parece conceder alguma vantagem sobre patologia ou doenças que afectem a língua de peixes.
Pois…melhor uma língua substituta que nenhuma, parece ser a conclusão.
Quanto ao segundo caso, apenas deixo um vídeo.
Deixo aos leitores o estabelecimento de paralelismos.
A existirem.
Referências:
Brusca, R.C. and Gilligan, M.R. (1983): Tongue replacement in a marine fish (Lutjanus guttatus) by a parasitic isopod (Crustacea: Isopoda). Copeia 813-816.
Brusca, R., & Gilligan, M. (1983). Tongue Replacement in a Marine Fish (Lutjanus guttatus) by a Parasitic Isopod (Crustacea: Isopoda) Copeia, 1983 (3) DOI: 10.2307/1444352
Mark Carwardine. 2005.Natureza radical. Ediouro Publicações Ltda. Rio de Janeiro.
Zimmer, C. 2000. Parasite Rex. Arrow Books. London.
Imagens:
Matthew Gilligan – primeira, adaptada do livro de Mark Carwardine; segunda daqui
Água Que Queima
A natureza de algo nunca é parece o que ser.
É mais. Ou menos. Mas exactamente aquilo que parece ser, é raro.
Uma gota de água. Cristalina. Fresca.
Ainda assim, e apoiando o senso comum de um qualquer agricultor ou mero jardineiro de fim-de-semana, o refrescante efeito da rega durante as horas de maior calor pode não ser o desejado.
Mais.
As gotas de água que caem sobre a folhagem poderão provocar queimaduras nos tecidos vegetais.
Cada gota irá funcionar como uma lente ampliando o efeito energético sobre as folhas da vegetação conduzindo assim ao efeito contrário do que se pretenderia.
Referência:
Ádám Egri, Ákos Horváth, György Kriska and Gábor Horváth. Optics of sunlit water drops on leaves: conditions under which sunburn is possible. New Phytologist. (2009) doi: 10.1111/j.1469-8137.2009.03150.x
Abstract
“It is a widespread belief that plants must not be watered in the midday sunshine, because water drops adhering to leaves can cause leaf burn as a result of the intense focused sunlight. The problem of light focusing by water drops on plants has never been thoroughly investigated.
Here, we conducted both computational and experimental studies of this phyto-optical phenomenon in order to clarify the specific environmental conditions under which sunlit water drops can cause leaf burn.
We found that a spheroid drop at solar elevation angle θ ≈ 23°, corresponding to early morning or late afternoon, produces a maximum intensity of focused sunlight on the leaf outside the drop’s imprint. Our experiments demonstrated that sunlit glass spheres placed on horizontal smooth Acer platanoides (maple) leaves can cause serious leaf burn on sunny summer days.
By contrast, sunlit water drops, ranging from spheroid to flat lens-shaped, on horizontal hairless leaves of Ginkgo biloba and Acer platanoides did not cause burn damage. However, we showed that highly refractive spheroid water drops held ‘in focus’ by hydrophobic wax hairs on leaves of Salvinia natans (floating fern) can indeed cause sunburn because of the extremely high light intensity in the focal regions, and the loss of water cooling as a result of the lack of intimate contact between drops and the leaf tissue.”
Imagens:
Luís Azevedo Rodrigues
(com Nokia N73)
e do artigo
No país do palhaço
No país do palhaço há que sair, fugir.
No país do palhaço as gargalhadas são de despedida amarga.
No país do palhaço os motivos continuam os mesmos de sempre.
No país do palhaço volta-se no Natal para matar o mesmo bicho da saudade.
No país do palhaço vai-se pelas mesmas razões de há 30 anos mas salta-se a fronteira em low cost.
No país do palhaço a dor de não poder criar os filhos na terra dos avós continua a mesma.
“Movimento emigratório actual comparado ao da década de 60
O presidente da Comissão de Especialidade de Fluxos Migratórios, Manuel Beja, julga que é preciso recuar até à década de 1960 para encontrar uma vaga de emigração tão grande em Portugal.
“É plausível”, admite João Peixoto, da Universidade Técnica de Lisboa. Jorge Malheiros, do Centro de Estudos Geográficos, acha que não.
Ninguém sabe ao certo quantas pessoas estão a virar as costas. Portugal, como quase todos os membros da UE, não faz inquérito de saída. A única hipótese é coligir a estatística dos países de destino, tarefa que o recém-criado Observatório de Emigração já iniciou. Mesmo assim, João Peixoto faz três ressalvas: as estatísticas tendem a não ser comparáveis; a recolha não distingue movimentos temporários de permanentes; e a oferta de emprego não é a que era antes da crise. Muito por força da livre circulação, a nova vaga está concentrada na UE, ou em territórios muito próximos, como a Suíça ou Andorra, nota a coordenadora do observatório, Filipa Pinho. Embora se desbrave caminho na Ásia e em África – com Angola à cabeça.
Manuel Beja dá o exemplo da Suíça. O contingente de cidadãos de nacionalidade portuguesa passou de 173.278 em 2004 para 196.186 em 2008. E, “no ano passado, entravam em média mil por mês”. Paradigmático, para Filipa Pinho, é o caso de Espanha: o número de pessoas nascidas em Portugal a residir no país vizinho passou de 71 mil para 136 mil entre 2004 e 2008. Manter-se-á? A taxa de desemprego entre trabalhadores portugueses a residir em Espanha subiu de 4,7 por cento no final de 2007 para 21,89 por cento no final de 2009, revelou o INE espanhol. O exemplo do Reino Unido mostra outro aspecto: o número de nascidos em Portugal passou de 68 mil para 83 mil entre 2004 e 2008. A comunidade ultrapassa os 300 mil nas estimativas consulares de residentes de nacionalidade portuguesa. O que incluirá, atalha Jorge Malheiros, portugueses lusos, descendentes de emigrantes, ex-imigrantes e descendentes de ex-imigrantes.
A culpa não é só do desemprego, que já ultrapassa os 10 por cento, sublinha João Peixoto, que é também membro do Conselho Científico do Observatório da Emigração. Nos anos 90, Portugal vivia um período de crescimento e nem por isso deixou de ter emigração. A culpa é também do diferencial de rendimento entre os portugueses e os outros europeus. E de uma cultura de emigração.
Na década de 60 e na primeira metade de 70, chegavam a sair mais de 100 mil por ano. Por maior que seja a dimensão actual, para Malheiros, não faz sentido comparar. Não só por a geografia da mobilidade ser outra. Também pela forma. As emigrações já não são longas ou definitivas, mas temporárias – por vezes mesmo pendulares: “Nos anos 60, na teoria, a emigração era muito regulada. Agora, as pessoas têm direito a procurar trabalho noutros países da UE. Muitas vezes, saem para prestar serviços específicos e de duração limitada – na construção civil, no turismo, na agricultura. O mercado é muito flexível.”
Ana Cristina Pereira, Público, 3 de Fevereiro de 2010
Imagem:
daqui
(Outro) Palhaço
Transcrevo o belo artigo de Mário Crespo sobre a palhaçada que é viver em Portugal.
“O palhaço compra empresas de alta tecnologia em Puerto Rico por milhões, vende-as em Marrocos por uma caixa de robalos e fica com o troco. E diz que não fez nada. O palhaço compra acções não cotadas e num ano consegue que rendam 147,5 por cento. E acha bem.
O palhaço escuta as conversas dos outros e diz que está a ser escutado. O palhaço é um mentiroso. O palhaço quer sempre maiorias. Absolutas. O palhaço é absoluto. O palhaço é quem nos faz abster. Ou votar em branco. Ou escrever no boletim de voto que não gostamos de palhaços. O palhaço coloca notícias nos jornais. O palhaço torna-nos descrentes. Um palhaço é igual a outro palhaço. E a outro. E são iguais entre si. O palhaço mete medo. Porque está em todo o lado. E ataca sempre que pode. E ataca sempre que o mandam. Sempre às escondidas. Seja a dar pontapés nas costas de agricultores de milho transgénico seja a desviar as atenções para os ruídos de fundo. Seja a instaurar processos. Seja a arquivar processos. Porque o palhaço é só ruído de fundo. Pagam-lhe para ser isso com fundos públicos. E ele vende-se por isso. Por qualquer preço. O palhaço é cobarde. É um cobarde impiedoso. É sempre desalmado quando espuma ofensas ou quando tapa a cara e ataca agricultores. Depois diz que não fez nada. Ou pede desculpa. O palhaço não tem vergonha. O palhaço está em comissões que tiram conclusões. Depois diz que não concluiu. E esconde-se atrás dos outros vociferando insultos. O palhaço porta-se como um labrego no Parlamento, como um boçal nos conselhos de administração e é grosseiro nas entrevistas. O palhaço está nas escolas a ensinar palhaçadas. E nos tribunais. Também. O palhaço não tem género. Por isso, para ele, o género não conta. Tem o género que o mandam ter. Ou que lhe convém. Por isso pode casar com qualquer género. E fingir que tem género. Ou que não o tem. O palhaço faz mal orçamentos. E depois rectifica-os. E diz que não dá dinheiro para desvarios. E depois dá. Porque o mandaram dar. E o palhaço cumpre. E o palhaço nacionaliza bancos e fica com o dinheiro dos depositantes. Mas deixa depositantes na rua. Sem dinheiro. A fazerem figura de palhaços pobres. O palhaço rouba. Dinheiro público. E quando se vê que roubou, quer que se diga que não roubou. Quer que se finja que não se viu nada.
Depois diz que quem viu o insulta. Porque viu o que não devia ver.
O palhaço é ruído de fundo que há-de acabar como todo o mal. Mas antes ainda vai viabilizar orçamentos e centros comerciais em cima de reservas da natureza, ocupar bancos e construir comboios que ninguém quer. Vai destruir estádios que construiu e que afinal ninguém queria. E vai fazer muito barulho com as suas pandeiretas digitais saracoteando-se em palhaçadas por comissões parlamentares, comarcas, ordens, jornais, gabinetes e presidências, conselhos e igrejas, escolas e asilos, roubando e violando porque acha que o pode fazer. Porque acha que é regimental e normal agredir violar e roubar.
E com isto o palhaço tem vindo a crescer e a ocupar espaço e a perder cada vez mais vergonha. O palhaço é inimputável. Porque não lhe tem acontecido nada desde que conseguiu uma passagem administrativa ou aprendeu o inglês dos técnicos e se tornou político. Este é o país do palhaço. Nós é que estamos a mais. E continuaremos a mais enquanto o deixarmos cá estar. A escolha é simples.
Ou nós, ou o palhaço.”
Mário Crespo, JN, 14 de Dezembro de 2009
Imagens:
daqui e daqui
Toda a Diferença
Não sei se constituirá um indicador económico credível ou universal.
Ou que possa ser mesmo um índice de preços daquele hipermercado.
O que vi, após uma primeira reacção de impaciência, foi apenas um pai e um filho.
Jovem o progenitor; a cria pelos seus dez anos.
Eu e eles ambos na fila da caixa de uma grande superfície.
Eu, aborrecido porque uma compra de última hora me havia obrigado a esperar sob as luzes brancas.
A eles, desconhecia-lhes uma motivação maior que não a de se abastecerem.
Mas tardavam em finalizar a arrumação das compras.
Eu, saía do limbo que as luzes hipnóticas me provocam sempre nas mega hortas modernas.
Pai e filho já haviam terminado, agarrados a dois sacos.
Mas por que estavam parados?
Como se de um ensaio se tratasse, o pai vasculha os sacos.
Pega em algo e devolve-o, lentamente.
Outro ainda é recebido pela empregada, que tecla com a mão livre.
Mas que raio…
Na minha resmunguice interna faz-se luz.
Inverteram-se as contas.
O que antes era um somar passara agora a subtrair.
O abate deveria atingir a subtracção desejada.
Entregue a nota e todas as moedas, já poderiam sair.
Somar e subtrair, em Portugal.
Toda a diferença.
Imagem:
daqui