Elisabeth da Bohemia: epistolografia e escrita de filósofas mulheres

“A prática da troca epistolar era uma ocupação comum da mulher letrada e, naturalmente, abastada, daquele período histórico e localização geográfica específica. Ainda sem poder frequentar a universidade, estas mulheres faziam da correspondência seu ambiente de formação por excelência: longe dos olhos do mundo, poderiam se fixar naquilo que a carta contém de privado, subvertendo o propósito protocolar em direção à constituição de um gênero textual em que pudessem dedicar-se livremente à reflexão filosófica” (Carmel Ramos)

É com imensa alegria que publicamos o verbete “Elisabeth da Bohemia: epistolografia e escrita de filósofas mulheres”, escrito por Carmel Ramos especialmente para o Blog Mulheres na Filosofia.

Elisabeth da Bohemia (1618-1680), nascida em Heidelberg, manteve intensa troca de cartas com René Descartes ao longo de sete anos. No verbete, Carmel Ramos parte dessa correspondência para abordar a prática epistolar de uma perspectiva de gênero, afinal a troca de cartas era, no século XVII, o veículo pelo qual as mulheres, impedidas de frequentar universidades, podiam dedicar-se à reflexão filosófica.

O verbete nos convida ainda a uma reflexão mais abrangente sobre os critérios envolvidos na construção de um cânone que exclui as mulheres confinando-as às margens. Vamos pensar sobre isso? Vamos, pois é urgente! Então, se esse tema te interessa – como interessa ao Blog Mulheres na Filosofia – te convidamos a ler “Elisabeth da Bohemia: epistolografia e escrita de filósofas mulheres”.

Carmel da Silva Ramos é graduada e mestra em filosofia. Atualmente realiza pesquisa de doutorado no Programa de Pós-Graduação Lógica e Metafísica (PPGLM/UFRJ), tendo realizado estágio sanduíche pela Universidade de Paris 8 Vincennes-Saint-Denis.

Assista aqui à entrevista completa que Yara Frateschi realizou com Carmel Ramos e Katarina Peixoto no dia 14/10/2020.