Sandra Harding

Sandra G. Harding 

(1935-2025)

Maria Helena Silva Soares

Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira – CAp UERJ

Lattes

Sandra Harding – PDF

Foto: acervo pessoal concedido por Sandra Harding. photo by Emily Harding-Morick.

Vida

Sandra Harding, nascida em 29 de março de 1935, filósofa feminista estadunidense, formou-se em Letras pelo Douglass College, em 1956. Trabalhou por doze anos como professora primária e assistente jurídica da Companhia Americana de Radiodifusão (ABC), em Nova Iorque, antes de se dedicar ao doutorado em filosofia. Nesse período, em paralelo e por questões pessoais, Harding passou a ter uma maior proximidade com textos de filosofia, sobretudo de Wittgenstein e Quine, e, assim, redirecionou seu interesse de pesquisa para a filosofia da ciência. Sobre isso Harding afirma, em entrevista a Gustavo Rocha e Luana da Silva Rocha, que havia se casado com um filósofo, e que copiava e digitava para ele sua tese sobre Wittgenstein, “como as esposas faziam em 1958” (Rocha et al., 2022, p.113).

Em 1973, defendeu seu doutorado em filosofia pela Universidade de Nova Iorque com uma tese dedicada à epistemologia naturalizada do filósofo e lógico norte-americano Willard van Orman Quine. Sua aproximação com a perspectiva feminista se deu pelo profícuo debate gerado a partir de sua atuação no movimento social de mulheres feministas acadêmicas, sobretudo das ciências sociais e da biologia, que, no início da década de oitenta, questionavam o estatuto de neutralidade das ciências pela categoria de gênero e pela baixa representatividade de mulheres em espaços de produção de conhecimento. 

Em 1986 publicou o livro The Science Question in Feminism [A questão da ciência no Feminismo] no qual elabora uma distinção possível, mas não única, sobre três abordagens das epistemologias feministas, a saber, feminismo empirista, feminismo pós-moderno e feminismo da perspectiva ou ponto de vista (standpoint). Harding defende e é considerada uma das pioneiras na teoria da perspectiva feminista, ainda que já em sua obra de 1986 ela tenha defendido entrecruzamentos entre essas abordagens. 

Vale notar que, apesar da tradução frequente entre as pesquisadoras da standpoint theory ser Teoria do ponto de vista, optamos por teorias da perspectiva para seguir a publicação da Revista Em Construção (n.5 ano 2019) e para evitarmos o sentido empobrecedor que a expressão ligada à ideia da visão de um lugar privilegiado carrega. Entendemos, assim, que esta teoria fala mais sobre posicionamento e atitude de representar o e intervir no mundo de maneira responsável, a partir de valores feministas, como a diversidade. Sandra Harding segue, mesmo após sua aposentadoria, como referência fundamental para os estudos de ciência e epistemologias feministas, sobretudo devido ao seu conceito de objetividade forte e suas críticas pós-coloniais.

Desde os anos oitenta, Harding atuou como professora em diferentes universidades, escreveu e organizou mais de uma dezena de obras em torno de temas sobre feminismos, pós-colonialismo, ciência e sociedade, e atuou como consultora de epistemologia e filosofia das ciências em projetos para mulheres em diversos órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU). Desde 2014 é Professora Emérita da cadeira de Education and Women’s Studies na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Foi coeditora da revista Signs: Journal of Women in Culture and Society, entre 2000 e 2005. É, desde 2017, membra fundadora da Revista Tapuya: Latin American Science, Technology and Society, um projeto dedicado à visibilidade da editoração e publicação latino-americana. Ganhou o prêmio John Desmond Bernal, da Society for the Social Studies of Science (4S), em 2013; e o prêmio Jessie Bernard Award da American Sociological Association, em 1987, pela publicação de The Science Question in Feminism [A questão da ciência no Feminismo] (1986). Além deste prêmio, esta obra lhe rendeu ainda a nomeação como um dos cinco melhores livros de 1986 pelo The Los Angeles Times e pela The Socialist Review, e a colocou no radar dos críticos da assim chamada guerra das ciências. 

Harding faleceu em 5 de março de 2025, pouco antes de completar 90 anos. Ela deixou pronta para publicação a coletânea Decentralizing Knowledges: essays on distributed agency [Descentrar o Conhecimento: ensaios sobre agência distribuída], recém-lançada em colaboração com Leandro Rodríguez Medina.

Obra

Sandra Harding possui uma obra extensa, mas ainda pouco lida no Brasil, sobretudo na filosofia, por não termos muitas traduções de seus textos para o português. Ao final deste verbete listamos suas obras completas, mas neste tópico comentamos alguns de seus trabalhos a fim de lançar luz sobre os principais temas e conceitos desenvolvidos ao longo de sua trajetória acadêmica. Ainda que a maior parte de sua obra se encontre sem tradução, como é o caso de sua primeira obra de destaque para a teoria da perspectiva The Science Question in Feminism [A questão da ciência no Feminismo] (1986), encontramos alguns ensaios e capítulos traduzidos e publicados em periódicos de acesso aberto. 

Vale notar que a despeito de iniciar sua jornada na filosofia com uma tese sobre Pierre Duhem (1861-1916) e Willard Quine (1908-2000), Harding dedica sua carreira fundamentalmente às epistemologias feministas, sobretudo à teoria da perspectiva (standpoint theory), à filosofia da ciência feminista, ao pós-colonialismo, ao multiculturalismo e aos conceitos de objetividade e diversidade. Outro ponto importante que podemos destacar de suas publicações é que muitas se tratam de coletâneas, como é o caso de “Discovering Reality: Feminist Perspectives on Epistemology, Metaphysics, Methodology and Philosophy of Science” [Descobrindo a realidade: perspectivas feministas sobre epistemologia, metafísica, metodologia e filosofia da ciência], organizado junto a Merrill Hintikka (1939-1987), em 1983, e “The Feminist Standpoint Theory Reader: Intellectual and Political Controversies” [Teoria da Perspectiva Feminista: Controvérsias Intelectuais e Políticas] (2004), com textos de autoras e autores de diferentes áreas da ciência e lugares do globo, que denotam uma preocupação constante de Harding de viabilizar uma visão plural das epistemologias feministas e suas questões. Sua última obra editada Decentralizing knowledges: essays on distributed agency [Descentrar o Conhecimento: ensaios sobre agência distribuída] (2025) resulta da colaboração editorial com Leandro Rodriguez Medina e conta com um texto introdutório, assinado por ambos, onde entendem esta descentralização como “uma reconfiguração de ideias dominantes ou hegemônicas à luz de novas ideias que as desafiam e as corrigem, dando origem a um conhecimento objetivo forte” (Medina e Harding, 2025, p.7). 

Vale notar também que desde 1998, com a publicação de Is Science Multicultural? Postcolonialisms, Feminisms, and Epistemologies [A ciência é multicultural? Pós-colonialismos, feminismos e epistemologias], Harding passa a trazer frequentemente os termos Multiculturalismo e Pós-colonialismo para seus títulos. Ainda que tais conceitos já se manifestassem em sua escrita e organização das obras da década de oitenta, há um movimento da autora em situar, de início, seu trabalho em uma abordagem pós-colonialista. Como vimos nas obras Science and Social Inequality: Feminist and Postcolonial Issues [Ciência e Desigualdade Social: Questões Feministas e Pós-coloniais], de 2006, Sciences From Below: Feminisms, Postcolonialities and Modernities [Ciência a partir de baixo: Feminismos, Pós-colonialidades e Modernidades], de 2008, e The Postcolonial Science and Technology Studies Reader [Ciência Pós-colonial e Estudos de Tecnologia], de 2011.

Sua última obra autoral, “Objectivity and Diversity: Another Logic of Scientific Research [Objetividade e diversidade: Uma outra lógica da pesquisa científica] (2015), é relevante para a compreensão de sua proposta de “objetividade forte”. Podemos encontrar uma versão em português do segundo capítulo desta obra na Revista Em Construção: arquivos de epistemologia histórica e estudos de ciência. Nesta versão, além da autora disponibilizar o manuscrito do capítulo, ela acrescenta um comentário à edição brasileira em que aborda a criação do projeto editorial Tapuya: Latin American Science, Technology and Society, que publica contribuições originais não apenas para o pensamento latino-americano, mas também, com a mesma importância, para os estudos internacionais de ciência e tecnologia (Harding, 2019, p.161). Nessa versão, Harding ainda explicita uma das mudanças significativas em sua trajetória na construção da teoria da perspectiva (standpoint theory): 

Em ensaios anteriores eu usei a expressão “privilégios epistêmicos” para descrever o que está em jogo na teoria da perspectiva. Eu  tinha  em  mente  a  falta  de  credibilidade,  constantemente  denunciada,  atribuída  às  falas  de  mulheres  em  denúncias  de  estupro  e  violência  domésticas  sofridas,  das  experiências  sobre  seus  corpos  compartilhadas  com  profissionais  da  saúde,  dos  assédios  e  de  outros  tratamentos  desiguais  vividos  em  seus  postos  de  trabalho  etc.  Contudo,  esse  termo  levou  a  má  compreensão por parte de alguns leitores que assumiram que eu estava defendendo que tais relatos eram incorrigíveis e isso apesar de minha observação sobre como nós frequentemente revisamos nossos relatos de experiência a partir das observações de terapeutas, historiadores etc; eles são sempre corrigíveis. Posteriormente, abandonei o uso desse termo. (Harding, 20219, p.154)

Para além dos livros, ainda não traduzidos integralmente, contamos com uma entrevista publicada sob o título “Entre estudos pós-coloniais, feminismo e estudos de ciências: uma entrevista com Sandra Harding”, pela Revista Brasileira de História da Ciência, em 2021, em que nos é oportunizado conhecer um pouco mais sobre sua entrada na filosofia, motivações pessoais e políticas, e sua relação bifurcada entre estudos feministas e os estudos de ciência (science studies). 

Outro texto exemplar de sua trajetória, e talvez o primeiro a que tivemos acesso em português, é o “A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista” publicado pela Revista Estudos Feministas, em 1993, traduzido do original The Instability of the Analytical Categories of Feminist Theory publicado na Signs, Journal of Women in Culture and Society, em 1986; e reeditado na coleção Pensamento Feminista: conceitos fundamentais, publicado em 2019 pela Bazar do Tempo. Nesse texto, ela apresenta uma análise importante sobre gênero enquanto categoria de análise feminista instável e defende essa instabilidade como uma garantia de objetividade para a epistemologia. Em suas palavras: “As categorias analíticas feministas devem ser instáveis — teorias coerentes e consistentes em um mundo instável e incoerente são obstáculos tanto ao conhecimento quanto às práticas sociais” (Harding, 1993, p. 11). Este texto resulta da reflexão sobre críticas e controvérsias repercutidas de pesquisadores e pesquisadoras de diferentes áreas e inclusive das epistemologias feministas.

Também em português temos ainda acesso aos ensaios “Gênero, democracia e filosofia da ciência”, publicado pela Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, em 2007; e “Ciência e tecnologia no mundo pós-colonial e multicultural: Questões de gênero”, publicado pela Revista labrys estudos feministas, em 2003, em que temas como política, multiculturalismo e pós-colonialismo são destacados por Harding.

Temas e conceitos

1. Situando Harding e a atualidade da teoria da perspectiva feminista (Standpoint Theory) 

Aqui apresentaremos a teoria da perspectiva feminista, por vezes também chamada de teoria do ponto de vista feminista, enquanto uma posição intelectual originada no debate entre pesquisadoras, sobretudo, estadunidenses (mas não apenas) nas décadas de 1970 e 1980, para as quais questões de gênero, sexualidade, raça e etnia deveriam ser consideradas pelas análises e teorias sobre ciência e sociedade. Isto se deu, devido às suas posições acadêmicas em diferentes áreas, com a percepção da invisibilidade de mulheres e outros grupos historicamente dominados nas universidades, seja nas bibliografias, nos currículos, seja nas carreiras universitárias. Para Sandra Harding, a teoria da perspectiva feminista surgiu nas décadas de 1970 e 1980 como uma teoria crítica feminista sobre as relações entre a produção de conhecimento e as práticas de poder (Harding, 2004).

As primeiras abordagens partiam do léxico marxista para desenvolver seu campo próprio: “A sexualidade é para o feminismo o que o trabalho é para o marxismo: aquilo que é mais próprio de alguém, porém, aquilo que mais lhe é retirado [alienado]” (Mackinnon, 2016 [1982], p.801). A formação marxista oportunizou para a teoria da perspectiva feminista um modelo de leitura de uma opressão localizada, nesse caso, tanto do sistema capitalista quanto do patriarcado que lhe servia de base no mundo ocidental. A perspectiva, ou ponto de vista, feminista é assim explicada por Miranda Fricker:

Em primeiro lugar, não é em si um posicionamento social, como a posição do proletariado sob o capitalismo ou a posição das mulheres sob o patriarcado. Em vez disso, um ponto de vista é algo que é disponibilizado a partir do posicionamento social relevante. Em segundo lugar, não é em si uma visão do mundo, nem qualquer propriedade de uma visão, como a perspectiva em que está ou o viés ou interesse que exibe. Em vez disso, um ponto de vista é uma orientação epistêmica, por assim dizer — que adquire uma visão (com uma perspectiva particular etc.) do mundo social. Um ponto de vista é a contrapartida epistêmica de uma forma particular de “engajamento” com o mundo. O ponto de vista do proletariado é a contrapartida epistêmica do trabalho assalariado proletário, e o ponto de vista feminista é a contrapartida do trabalho feminino (assalariado ou não). (Fricker,1999, p.194)

Há nas obras e nas coletâneas organizadas por Harding a preocupação de promover uma espécie de genealogia da teoria da perspectiva, desde autoras como Nancy Hartsock (1983), Dorothy Smith (1974), Hilary Rose (1983), Jane Flax (1983) Catharine Mackinnon (1982), Alison Jaggar (1989). Sob o olhar de Harding, como publicado no artigo “A Socially Relevant Philosophy of Science? Resources from Standpoint Theory’s Controversiality” [Uma Filosofia da Ciência Socialmente Relevante? Recursos da controvérsia da teoria da perspectiva] (2009), a teoria da perspectiva feminista é uma espécie de metodologia de pesquisa diferenciada da tradição. Apesar de suas origens se encontrarem em teorias marxistas e pós-marxistas, as teorias da perspectiva feminista não se reduzem a elas ao incluir categorias analíticas para além do gênero entre suas análises.

Trata-se, para Harding, de um outro tipo orgânico de lógica de pesquisa porque a lógica da perspectiva feminista se adapta à diversidade, isto é, aos diferentes grupos sociais antes invisibilizados que se inserem nas ciências, seja como problemas seja como sujeitos de conhecimento. Por isso, ela pode ser pensada de maneiras diversas: Como uma epistemologia, por analisar e sancionar quem pode produzir conhecimento confiável e como este conhecimento deve ser justificado. Como uma filosofia da ciência, por determinar quais e como devem ser as melhores práticas e metas para a pesquisa científica. E ainda como uma sociologia da ciência, porque analisa as condições sociais localizadas que permitem diferentes tipos de conhecimento. Para Harding: 

A teoria da perspectiva (standpoint theory) defende que os pesquisadores que buscam as perspectivas econômicas, políticas e sociais dos grupos vulneráveis que não criaram, nem gerenciam as instituições dominantes, suas culturas ou suas práticas, podem ganhar recursos importantes para novas questões das pesquisas, e novas informações e visões que aumentam o escopo e a confiabilidade dos resultados das pesquisas. (Harding, 2019, p.154)

Harding (2015) e outras feministas da teoria do ponto de vista, que seguem no seu desenvolvimento, entendem que a questão da situacionalidade (ou localização) não deve ser resumida à quantificação da opressão de gênero, mas encontra nela um motor e um desafio, qual seja, o de escapar ao universalismo e ao imperialismo do projeto moderno de racionalidade (Harding, 1986; Bairros,1975). 

Harding, como podemos notar em sua produção acadêmica, nunca abandonou a teoria e metodologia da perspectiva feminista e seguiu na tentativa de atualizá-la para compreender desafios contemporâneos como o da pós-colonialidade. Em uma organização sua de 2004, The Feminist Standpoint Theory Reader  [Uma leitura da Teoria da Perspectiva ou Ponto de vista], Harding reúne textos de Dorothy Smith, Nancy Hartsock, Alison Jaggar, Hilary Rose, Donna Haraway, Patricia Hill Collins, Fredric Jameson, bell hooks, Sara Ruddick, Catharine Mackinnon, Kathi Weeks, Chela Sandoval, Uma Naraya, Susan Hekman, Dick Pels, Fernando García Selgas, Sarah Bracke, Maria Puig de la Bellacasa, Nancy Hirschmann, Maria Mies, Vandana Shiva, Alison Wylie e Joseph Rouse, que exploram não apenas questões caras à teoria da perspectiva, como as do colonialismo e o multiculturalismo, como também os temas da maternidade (Ruddick), da violência contra a mulher (Mackinnon) e da marginalidade (hooks), por exemplo. 

Para Harding, essa reunião de pensadoras da perspectiva de diferentes localizações e que abordam problemas e conceitos distintos nos permite perceber a atualidade de uma teoria tanto explicativa quanto propositiva, e que, para ela, pode ainda ser definida como uma outra lógica de pesquisa em sentido amplo. Sua abordagem privilegia métodos característicos das ciências sociais, como uma espécie de padrão ouro para a objetividade das ciências, em oposição ao progresso da física como sinônimo de sucesso promovido pelo cânone da história e da filosofia da ciência até o século XX. 

Isso a aproxima da chamada Nova Filosofia da Ciência, representada por pensadores como Thomas Kuhn (em A Estrutura das Revoluções Científicas, 1962) e Paul Feyerabend (em Contra o Método, 1975). Ambos criticaram certas noções tradicionais da ciência: Kuhn questionou a relação entre progresso e revoluções científicas, enquanto Feyerabend contestou a ideia de um método único para definir o que é científico. Sandra Harding argumenta que as críticas dirigidas à teoria da perspectiva (standpoint theory) surgem de uma dificuldade em aceitar o conceito de conhecimento situado – ou seja, a ideia de que todo conhecimento é influenciado por seu contexto social, não apenas o produzido por grupos marginalizados. Para ela, essa teoria (assim como abordagens pós-modernas e pós-coloniais) pode parecer relativista, mas na verdade vai além: alguns valores sociais, longe de prejudicar a ciência, podem enriquecê-la ao incorporar perspectivas diversificadas (Harding, 2004, p. 11).

2. Epistemologia feminista, multiculturalismo e pós-colonialismo

Epistemologia, ou teoria do conhecimento, é o estudo do conhecimento que se faz, tradicionalmente, a partir das seguintes questões: O que é conhecimento? O que podemos conhecer? Como conhecemos o que conhecemos? (Greco, 2012, p.16). As epistemologias críticas, sociais e feministas, por exemplo, se interrogam, ainda, sobre “para quê” e “por quem” o conhecimento se fez/faz. Nesse sentido, como nos lembra Patricia Hill Collins (2019, p.403), a epistemologia é importante por determinar quais questões merecem investigação, quais referenciais interpretativos serão usados para analisar as descobertas e a finalidade à qual se destina o conhecimento decorrente desse processo. Harding assim explica o que aqui chamamos por epistemologia da tradição:

Uma suposição central dessa antiga teoria do conhecimento científico é que o sucesso da ciência moderna é garantido por suas características internas — método experimental ou método científico de forma mais geral, os padrões da ciência para maximizar a objetividade e a racionalidade, o uso da matemática para expressar as leis da natureza, a distinção entre qualidades primárias e secundárias na natureza, dentre outras. A ciência é singular — há uma e somente uma ciência — e seus componentes são harmoniosamente integrados por tais características internas. (Harding, 1998, p.2. tradução nossa)

O ideal de unificação científica defendido, inclusive, pelo Manifesto do Positivismo Lógico (A concepção científica do mundo – O Círculo de Viena, 1929) afirma a possibilidade de alcançar e estabelecer, por meio da análise lógica da linguagem, parâmetros únicos para todas as áreas do conhecimento. As epistemologias críticas se colocam sobretudo contra este ideal ao expor os problemas inerentes a esta tese. Harding, por exemplo, expõe a impossibilidade deste ideal frente ao pluralismo característico da atividade científica e ao multiculturalismo frequentemente negado por essa perspectiva.

Em sua obra Is Science Multicultural? Postcolonialisms, Feminisms, and Epistemologies [A ciência é multicultural? Pós-colonialismos, feminismos e epistemologias] (1998), Harding assim analisa este ideal:

No final do século XIX e início do século XX, os defensores do ideal da universalidade esperavam que ele pudesse servir como um poderoso antídoto às marés de conflitos partidários racialistas e nacionalistas que repetidamente resultaram em violência e até mesmo genocídio. Para eles, a apreciação da universalidade da ciência e seus padrões de racionalidade e objetividade só poderiam apoiar e avançar as relações sociais democráticas. Hoje, os defensores do ideal da universalidade veem nos padrões únicos de racionalidade e objetividade científica a principal esperança para restaurar o que eles consideram como as relações sociais justas e ordenadas que agora estão sendo interrompidas pelas reivindicações e demandas do multiculturalismo, feminismo e “relativismo” nos estudos sociais pós-kuhnianos da ciência. (…) Para muitas teóricas feministas, multiculturalistas e pós-kuhnianos dos estudos de ciência [science studies], no entanto, o ideal de universalidade aparece cada vez mais como uma força para manter a desigualdade e obstruir tendências democráticas, e para obstruir o crescimento do conhecimento. Para esses grupos, as reivindicações da verdade transcultural das representações da natureza das ciências modernas, e apenas daquelas da ciência moderna, funcionam para mascarar as maneiras pelas quais as ciências modernas e suas representações da ordem da natureza tendem a distribuir os benefícios cognitivos e sociais das mudanças científicas e tecnológicas desproporcionalmente para aqueles já posicionados para tirar vantagem delas, e os custos principalmente para aqueles menos capazes de resistir a elas. Além disso, as reivindicações de universalidade legitimam a desvalorização e até mesmo a destruição das tradições de conhecimento que permitiram que mulheres, os pobres e as culturas menos poderosas interagissem efetivamente com seus ambientes. As alegações de universalidade única também têm efeitos epistemológicos e científicos ruins, além de suas consequências políticas. De várias maneiras, elas funcionam para aumentar a produção de ignorância sistemática. Dessa perspectiva, as alegações de universalidade são epistemologicamente, cientificamente e politicamente disfuncionais. (Harding, 1998, p.168-169. tradução nossa)

Mas o que destacam as epistemologias feministas ou, ainda, qual seria a sua relação com as epistemologias críticas da tradição, como a epistemologia social? Patrícia Ketzer defende que a “Epistemologia Feminista está preocupada em investigar o papel do gênero nas diversas atividades epistêmicas” (Ketzer, 2021). Elizabeth Anderson destaca também que para a epistemologia feminista “a localização social do sujeito do conhecimento afeta o que e como ele sabe. É, portanto, um ramo da epistemologia social” (Anderson, 2020). Linda Alcoff e Elizabeth Potter (1993) assim refletem sobre este pluralismo inerente às epistemologias feministas:

Nosso título, Epistemologias Feministas, deve alertar os leitores de que este novo programa de pesquisa é internamente heterogêneo e irredutível a qualquer conjunto uniforme de teses. Os feminismos que compõem essa nova problemática são diversos, muitas vezes tendo em comum apenas o compromisso de desenterrar da epistemologia a política. (Alcoff e Potter, 1993, p.3. tradução nossa)

Vale ainda ressaltar que o ponto que conecta a pluralidade de epistemologias feministas é a tendência em enfatizar a particularidade e a concretude de sujeitos epistêmicos em detrimento de valores universais e abstratos (Janack, 2020, p.606), isto é, seu caráter situado e parcial (Soares, 2021). Este enfoque, que na epistemologia da perspectiva (standpoint) é nomeado por conhecimento localizado e corporificado, explica porque Helen Longino apresenta a epistemologia feminista tanto como um paradoxo como uma necessidade (Longino, 2012, p.505). Afinal, a definição e importância da epistemologia da tradição se refere à explicação e, ao mesmo tempo, a reificação de/sobre o conhecimento, o que carrega em si uma pretensa universalidade. O paradoxo das epistemologias feministas se explica, portanto, por sua ênfase na impossibilidade de produzirmos teoria sobre o conhecimento, e mesmo conhecimento em si, sem que seja situado e, por isso, parcial (Harding,1993 e Haraway, 2009). Longino entende que este caráter paradoxal das epistemologias feministas é justo o que as torna necessárias. Afinal, trata-se de uma crítica que visa a uma reformulação na base do que entendemos por epistemologia.   

Para Harding (1998) esta reformulação nasce frente às exigências de um mundo multicultural e pós-colonial. Ela acredita e se interessa, ao longo de toda a sua obra, mas sobretudo a partir dos anos 1990 — quando passa a circular em universidades fora do eixo Estados Unidos e União Europeia, como Costa Rica, Nicarágua, Honduras e Guatemala, com cursos e palestras patrocinadas pelo projeto “Mulheres, Saúde e Desenvolvimento” da Organização Pan-Americana da Saúde das Nações Unidas e pela Universidade da Costa Rica —, pelo mapeamento de questões, problemas e sujeitos até então ignorados da produção de conhecimento, inclusive pela epistemologia crítica. Harding cita (1998) a Rio 92 e o Quincentenário Colombiano como marcos importantes para o conhecimento de outras vozes e relatos sobre ciência em um mundo multicultural e pós-colonial e reflete sobre algumas origens das epistemologias críticas pós-coloniais:

Aparentemente, as primeiras pistas para a possibilidade de relatos pós-coloniais das relações de dependência entre o surgimento das ciências e tecnologias modernas na Europa e a expansão europeia começaram a aparecer há mais de cinquenta anos. Um historiador das Índias Ocidentais analisou como os imensos lucros das plantações caribenhas desempenharam um papel tão grande em tornar possível a industrialização na Europa. E um historiador indiano começou a examinar como os britânicos destruíram intencionalmente a indústria têxtil indiana para criar um mercado para a importação de têxteis britânicos. Como o conhecimento científico e tecnológico, na Europa e nos alvos ultramarinos do controle imperial da Europa, eram centrais para ambos os momentos históricos (como veremos nos capítulos seguintes), começou a parecer que o crescimento científico e tecnológico na Europa foi avançado por meio de tais processos na expansão europeia. Além disso, tal expansão, por sua vez, pareceu ser avançada pelo desenvolvimento das ciências modernas na Europa e pelo declínio das “tradições de conhecimento local” no Caribe e na Índia. Essas prefigurações da teoria dos sistemas mundiais posteriormente desenvolvida continham alegações importantes sobre como a expansão europeia e o crescimento das ciências e tecnologias modernas na Europa estavam causalmente ligados. Nas décadas de 1950 e 1960, surgiram na Europa, na Austrália e em outras partes do mundo desafios ao modelo difusionista predominante de crescimento científico e tecnológico e à presumida irrelevância do imperialismo europeu para tais processos. (Harding, 1998, p.5-6. tradução nossa)

É fundamental ter relatos e publicações como esse e outros de Harding que visam não se colocar em um lugar de pioneirismo sobre questões caras à pesquisadoras e pesquisadores do sul global, que há muito já publicavam suas teses sobre os temas por ela também trabalhados (Mendonça, 2008; Queijo Olano, 2021). No Brasil, no mesmo período da Guerra Fria (1947-1991), filósofas e filósofos, educadores e cientistas de diversas áreas produziram conhecimento e enfrentaram questões características de um país que, após todos os traumas da colonização, ainda viveria por mais de trinta anos sob um regime ditatorial. Entre 1964 e 1985, a ditadura militar controlava, por censura, exílio e asfixia, instituições de pesquisa, movimentos sociais, estudantes, artistas e cientistas, como foi o caso do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro, fundado em 1949 por físicos movidos por um “nacionalismo científico” (Tavares e Videira, 2020), como José Leite Lopes (1918-2006), Cesar Lattes (1924-2005), Jayme Tiomno (1920-2011) e Elisa Frota-Pessoa (1921-2018), e que quase se extingue neste período. Além deles, os trabalhos de Paulo Freire (1921-1997), Lélia Gonzalez (1935-1994) e Milton Santos (1926-2001), nas ciências humanas, já eram inclusive citados e reconhecidos como pares no norte global, entre os anos 1960-1980. Ainda que Harding não tenha referenciado tais importantes fontes, ela observa:

Análises pós-coloniais importantes foram produzidas por cidadãos egípcios, ingleses, afro-caribenhos, paquistaneses, brasileiros, franceses, americanos e cingaleses, entre outros, de muitas “raças”, etnias e línguas maternas. Relatos feministas importantes foram produzidos por homens! Assim, tais pontos de vista são posições discursivas construídas crítica e teoricamente, não meramente perspectivas ou visões que fluem de seus autores involuntariamente por causa de sua biologia ou localização em relações geográficas ou outras relações sociais.

Este estudo é apenas um ponto de vista, não o ponto de vista pós-colonial e/ou feminista. O ponto de vista deste livro é historicamente localizável exatamente da mesma forma que as histórias culturais, suas práticas e significados, que ele examina (…) (Harding, 1998, p.17)

3. Objetividade forte: valores, diversidade e ciências responsáveis

A diversidade ocupa um espaço central na epistemologia feminista de Harding. Com isso, ela procura reconhecer a diversidade como um valor importante para a maximização da objetividade. Essa diversidade, enquanto valor, deve ser pensada de forma crítica, uma vez que sujeitos, hipóteses, teorias e métodos devem contribuir para uma produção científica responsável e de acordo com valores feministas. Nesse sentido, os valores de políticas e sujeitos historicamente dominantes, constituem um importante obstáculo epistemológico a ser superado tendo em vista uma ciência responsável. Harding defende a combinação de ações afirmativas e a formação de comunidades alternativas de pesquisas como uma forma de superar as desigualdades promovidas pela objetividade fraca.

A crítica de Harding à objetividade parte do reconhecimento do seu caráter plural e histórico em oposição à ideia de objetividade como sinônimo de neutralidade. Para isso, ela também retoma os trabalhos de Robert Proctor (Proctor, 1991), que analisou o uso da objetividade como um ideal de neutralidade para permitir ou dificultar abordagens democráticas na pesquisa (Harding, 2019, p.147), e de Lorraine Daston e Peter Galison (2007), que analisam o desenvolvimento histórico das diferentes formas de objetividade.

Não há, na perspectiva de Harding, uma defesa de uma “ciência melhor pelo feminismo” ou qualquer ideal de perfectibilidade e construção de uma ciência nova e única. Sua proposta de “objetividade forte” defende o reconhecimento da ciência como uma atividade social fortalecida por perspectivas até então ignoradas ou destituídas de autoridade epistêmica e que, enquanto metodologia, ambiciona uma abertura para uma “outra lógica de pesquisa”, e não a unificação da ciência ou da pesquisa como um todo. Em suas palavras: “Uma pesquisa objetiva precisa ser justa com as evidências, justa com as objeções a ela e justa em relação à mais severa crítica que se possa imaginar, mesmo que ainda nem tenha sido formulada. Esse é evidentemente o núcleo da ideia convencional de pesquisa objetiva” (Harding, 2019, p.148).

Assim, a “objetividade forte” rejeita o ideal de neutralidade de valores (value-free), sem renunciar à fidelidade aos compromissos centrais da visão padrão de fazer ciência. Ou seja, ela entende que a objetividade das metodologias de pesquisa deve também denotar a relação entre valores epistêmicos e políticos (idem). Para isso, ela se baseia “na premissa de que os compromissos sociopolíticos favoráveis à diversidade e os compromissos epistêmico-científicos com a objetividade não precisam ser necessariamente conflitantes” (Aymoré, 2017,p. 175). 

Ao invés de afirmar que valores e política sempre comprometem a pesquisa científica, teóricas feministas como Nelson, Longino e Harding argumentam que tais valores sempre operam em avaliações de evidência, justificação e construção de teorias, e que tentar desenvolver uma epistemologia para a ciência que a faria menos propensa ao viés de gênero requer o conhecimento dos modos nos quais os valores entram no processo de raciocínio científico. (Janack, 2020, p.611)

A objetividade forte propõe, com isso, um começar “a partir de baixo” como um contraponto ao projeto hegemônico de uma ciência marcada pelos objetivos do neoliberalismo. Essa perspectiva entende que pesquisadores “de baixo” podem trazer questionamentos não reconhecidos ou assumidos por pesquisadores que compõem grupos dominantes, característicos nas ciências da tradição. 

“O programa da objetividade forte e sua teoria da perspectiva são ‘lógicas de questionamento científico’ orgânicas para criar ‘ciências exercidas a partir de baixo’” (Harding, 2019, p.156). A ideia de se pensar a objetividade como lógica de questionamento, de investigação científica, é uma forma de assumir que não há universal na ciência, não há uma lógica de pesquisa única.

Textos da autora disponíveis em português

HARDING, Sandra (2019). Objetividade mais forte para ciências exercidas a partir de baixo de Sandra Harding, Revista Em Construção: arquivos de epistemologia histórica e estudos de ciência, ano 3, n. 5. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/emconstrucao/article/view/41257  

HARDING, Sandra (2003). Ciência e tecnologia no mundo pós-colonial e multicultural: Questões de gênero Tradução: Elisabeth Carneiro Revisão: Marie-France Dépêche. Revista Labrys, número 3, janeiro/ julho. Disponível em:  https://www.labrys.net.br/labrys3/web/bras/sandra1.htm#_ftn1 

HARDING, Sandra (2007). Gênero, democracia e filosofia da ciência. Revista Eletrônica De Comunicação, Informação & Inovação Em Saúde, 1(1). Disponível em: https://doi.org/10.29397/reciis.v1i1.891

HARDING, Sandra (1993). A instabilidade das categorias analíticas na teoria feminista. R. Estudos Feministas. n. 1, p. 7-31. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/15984 

 

I. Da Autora

Livros e organizações

HARDING, Sandra and MEDINA, Leandro (ed.). Decentralizing knowledges: essays on distributed agency. Durham: Duke University Press, 2025.

HARDING, Sandra. Objectivity and Diversity: Another Logic of Scientific Research. Chicago: University of Chicago Press, 2015.

HARDING, Sandra (ed.). The Postcolonial Science and Technology Studies Reader. Durham: Duke University Press, 2011.  

HARDING, Sandra. Sciences From Below: Feminisms, Postcolonialities and Modernities. Durham: Duke University Press, 2008.  

HARDING, Sandra. Science and Social Inequality: Feminist and Postcolonial Issues. Chicago: University of Illinois Press, 2006.

HARDING, Sandra (ed.). The Feminist Standpoint Theory Reader: Intellectual and Political Controversies. New York: Routledge, 2004. 

HARDING, Sandra and FIGUEROA, Robert (ed.). Science and Other Cultures: Issues in Philosophies of Science and Technology. New York: Routledge, 2003.

 

HARDING, Sandra and NARAYAN, Uma (ed.). Decentering the Center: Philosophy for a Multicultural, Postcolonial, and Feminist World. Bloomington: Indiana University Press, 2000.

HARDING, Sandra. Is Science Multicultural? Postcolonialisms, Feminisms, and Epistemologies. Bloomington: Indiana University Press, 1998.

HARDING, Sandra (ed.). The Racial Economy of Science: Toward a Democratic Future. Bloomington: Indiana University Press; London: Open University Press, 1993. 

HARDING, Sandra. Whose Science? Whose Knowledge? Thinking From Women’s Lives. Ithaca: Cornell University Press; London: Open University Press, 1991. 

HARDING, Sandra (ed.). Feminism and Methodology: Social Science Issues. Bloomington: Indiana University Press; London: Open University Press, 1987. 

HARDING, Sandra and O’BARR, Jean (ed.). Sex and Scientific Inquiry. Chicago: University of Chicago Press, 1987.

HARDING, Sandra. The Science Question in Feminism. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press; London: Open University Press, 1986.

HARDING, Sandra and HINTIKKA, Merrill (ed.). Discovering Reality: Feminist Perspectives on Epistemology, Metaphysics, Methodology and Philosophy of Science.  Dordrecht: D. Reidel/Kluwer/Springer, 1983.

 

HARDING, Sandra and MAY, Marlynn (ed.). The Human Sciences in Human Perspective. Special issue of DNeutrality?, p. 351-366, 1977.

HARDING, Sandra (ed.). Can Theories be Refuted? Essays on the Duhem-Quine Thesis. Dordrecht: D. Reidel/Kluwer/Springer Publishing Co (Synthese Library, vol. 81), 1976. 

Artigos e capítulos 

HARDING, Sandra. Anti-Colonial Feminisms and Their Philosophies of Science: Latin American Issues. In LUDWIG, D., KOSKINEN, I., MNCUBE, Z., POLISELI, L., GALINDO, L. R. (eds.) Global Epistemologies and Philosophies of Science. Dordrecht: Routledge, p. 38-51, 2021.

  

HARDING, Sandra. Dreaming Marx, Engels, Durkheim and Simmel. Journal of Classical Sociology, vol. 21, n. 3-4, 2021.

HARDING, Sandra and MENDOZA, Breny. Latin American Decolonial Feminist Philosophy of Knowledge Production. In CRASNOW, S., INTEMANN, K. (eds.) Routledge Feminist Philosophy of Science Handbook. Oxford: Routledge, 26 p., 2021. 

HARDING, Sandra and RAJAO, Raoni. Why ‘Tapuya’? Tapuya: Latin American Science, Technology and Society, vol. 2, p. 87-91, 2019.

HARDING, Sandra. State of the Field: Latin American Decolonial Philosophy of Science. Studies in the History and Philosophy of Science, https://doi.org/10.1016/j.shpsa.218.10.001, 2018.

HARDING, Sandra. Latin American Decolonial Studies: Feminist Issues. Feminist Studies, vol. 43, n. 3, p. 624-636, 2017.

HARDING, Sandra and MALAVISI, Anna. Women, Gender, and Philosophies of Global Development. In GARRY, A., KHADER, S. J., STONE, A. (eds.). The Routledge Companion to Feminist Philosophy. New York: Routledge, p. 419-431, 2017. 

HARDING, Sandra. Latin American Decolonial Social Studies of Scientific Knowledge: Alliances and Tensions. Science, Technology, & Human Values, vol. 41, n. 6, p. 1063-1087, 2016.

 

HARDING, Sandra. After Mr. Nowhere: What Kind of Proper Scientific Self for a Scientist. Feminist Philosophy Quarterly, vol 1, n. 1. 

HARDING, Sandra. Objectivity and Diversity. In BAKNS, J. (ed.) Encyclopedia of Diversity in Education. Thousand Oaks: Sage, p. 1625-1631, 2012.

HARDING, Sandra. Postcolonialism and Science: Gender Issues. In KNAUSS, S., WOBBE, T., COVI, G. (eds.) Gendered Ways of Knowing in Science: Scope and Limitations. Trento, Italy: Foundation Bruno Kessler, p. 133-154, 2012. 

HARDING, Sandra. Interrogating the Modernity vs. Tradition Contrast: Whose Science and Technology for Whose Social Progress? In GRASSWICK, H. (ed.) Feminist Epistemology and Philosophy of Science: Power in Knowledge. Dordrecht: Springer, p. 85-107, 2011. 

HARDING, Sandra. Standpoint Methodologies and Epistemologies: A Logic of Scientific Inquiry for People. World Social Science Report. Paris: United Nations Education, Scientific, and Cultural Organization (UNESCO), p. 173-175, 2010. 

HARDING, Sandra. My Philosophy of Science. In ROSENBERGER, R. (ed.). Philosophy of Science: 5 Questions. Automatic Press, p. 89-102, 2010.

HARDING, Sandra. Standpoint Theories: Productively Controversial. Hypatia: A Feminist Philosophy Journal, vol. 24, n. 4, p. 192-200, 2009.

HARDING, Sandra. Postcolonial and Feminist Philosophies of Science and Technology: Convergences and Dissonances. Postcolonial Studies, vol. 12, n. 4, p. 410-429, 2009.

HARDING, Sandra. How Many Epistemologies Should Guide the Production of Scientific Knowledge? A Response to Maffie, Mendieta, and Wylie. Hypatia: A Feminist Philosophy Journal, vol. 23, n. 4, p. 212-19, 2008. 

HARDING, Sandra. Feminist Standpoints. In HESSE-BIBER, S. N. (ed.). Handbook of Feminist Social Science Research. Thousand Oaks: Sage Publications, p. 45-69, 2007. Revised in Second Edition, 2011.

HARDING, Sandra. Two Influential Theories of Ignorance and Philosophy’s Interests in Ignoring Them. In Hypatia: A Feminist Journal of Philosophy, vol. 21, n. 3, p. 20-36, 2006.

HARDING, Sandra. Negotiating with the Positivist Legacy: Social Justice Movements and Standpoint Politics of Method. In STEINMETZ, G. (ed.) The Politics of Method in the Human Sciences: Positivism and its Epistemological Others. Durham, N.C.: Duke University Press, p. 347-365, 2005.

HARDING, Sandra. Science and Democracy: Replayed or Redesigned? In Social Epistemology, vol. 19, n. 1, p. 5-18, 2005. 

HARDING, Sandra. Gender, Race, Class in Science. In RESTIVO, S. (ed.) Science, Technology and Society: An Encyclopedia. Oxford: Oxford University Press, p. 146-51, 2005.

HARDING, Sandra. Culture and Science. In RESTIVO, S. (ed.) Science, Technology and Society: An Encyclopedia. Oxford: Oxford University Press, p. 76-79, 2005.

HARDING, Sandra. Science and Technology. In ESSED, P., GOLDBERG, D., KOBAYASHI, A. (eds.) The Blackwell’s Companion to Feminist Studies. London: Blackwell’s Publishing Co. p. 241-254, 2005.

HARDING, Sandra. A Socially Relevant Philosophy of Science? Resources from Standpoint Theory’s Controversiality. Hypatia: Journal of Feminist Philosophy, vol. 19, n. 1, p. 25-47, 2004.

HARDING, Sandra. Representing Reality: The Critical Realism Project: A Response to Tony Lawson’s “Ontology and Feminist Theorising.” Feminist Economics, vol. 9, n. 1, p. 151-159, 2003.

HARDING, Sandra. A World of Sciences. In HARDING, S. and FIGUEROA, R. (eds.) Science and Other Cultures: Issues in Philosophies of Science and Technology. New York: Routledge, p. 49-69, 2003.

HARDING, Sandra. How Standpoint Methodology Informs Philosophy of Social Science. In TURNER, S. P., ROTH, P. A. (eds.) The Blackwell Guide to the Philosophy of the Social Sciences. London: Blackwell’s Publishing Co., p. 291-310, 2003.

 

HARDING, Sandra. Strong Objectivity: An Epistemological Project for the West Today. In VOGEL, M. (ed.) Our World: Made or Found? Frankfurt, Germany: Suhrkamp Verlag, 2003.

HARDING, Sandra. How Can Women’s Standpoint Advance the Growth of Scientific Knowledge? Gender and Research, proceedings of European Commission Conference, Brussels, p. 316-322, 2001. 

HARDING, Sandra. Science, Race, Culture, Empire. In GOLDBERG, D and SOLOMOS, J. (eds.) The Blackwell’s Companion to Race and Ethnic Studies. London: Blackwell, p. 217-28, 2001.

HARDING, Sandra. After Absolute Neutrality: Expanding ‘Science”. In MAYBERRY, M., SUBRAMANIAM, B., WEASEL, L. H. (eds.) Feminist Science Studies: A New Generation. New York: Routledge. p. 291-304, 2001. 

HARDING, Sandra. Gender, Democracy, and Philosophy of Science. Science, Engineering and Global Responsibility. Stockholm: International Network of Engineers and Scientists for Global Responsibility, 2001. Tr. Português, at RECIIS: Electronic Journal in Communication, Information, and Innovation in Health. Brazil: Center of Scientific and Technological Information, Oswaldo Cruz Foundation. Reprinted in LEONARDO, Z. (ed.) Handbook of Cultural Politics and Education. Sense Publishers, p. 373-380, 2010. 

HARDING, Sandra. Feminist Philosophies of Science. The American Philosophical Association Newsletter on Feminism and Philosophy, vol. 99, n. 2, p. 190-192, 2000.

HARDING, Sandra. Democratizing Philosophy of Science for Local Knowledge Movements: Issues and Challenges. Gender, Technology and Development, vol. 4, n. 1, p. 1-23, 2000.

HARDING, Sandra. Women, Science, and Society. Science, vol. 281 (11 September), p. 1599-1600, 1998.

HARDING, Sandra. Gender and Science. Encyclopedia of Philosophy. London: Routledge. p. 861-868, 1998.

HARDING, Sandra. Postcolonial Philosophy of Science. Encyclopedia of Philosophy. London: Routledge, 1998.

HARDING, Sandra. Multiculturalism, Postcolonialism, Feminism: Do They Require New Research Epistemologies? Australian Educational Researcher, 1998.

HARDING, Sandra. Women’s Standpoints on Nature: What Makes Them Possible? In LONGINO, H. and KOHLSTEDT, S. G. (eds.). Osiris (12 special issue on Women, Gender, and Science), 1997. 

HARDING, Sandra. Can Men Be the Subjects of Feminist Thought? In DIGBY, T. (ed.). Men Doing Feminism. New York: Routledge. p. 171-195, 1997.  

HARDING, Sandra. Standpoint Epistemology (A Feminist Version): How Social Disadvantage Creates Epistemic Advantage. In TURNER, S. (ed.). Social Theory and Sociology: The Classics and Beyond. New York: Blackwell. p. 146-160, 1996.

HARDING, Sandra and MCGREGOR, Elizabeth. The Gender Dimension of Science and Technology. UNESCO World Science Report. Paris: UNESCO, p. 301-356, 1996. 

HARDING, Sandra. Can Feminist Thought Make Economics More Objective? Feminist Economics I: vol. 1, p. 7-32, 1995.

HARDING, Sandra. Is Science Multicultural? Challenges, Opportunities, Uncertainties. Configurations, vol. 2, n. 2, p. 301-330.

HARDING, Sandra. Women and Science in Historical Context: A Response to Anne Fausto-Sterling. NWSA Journal, vol. 5, n. 1, p. 49-55, 1993. 

HARDING, Sandra. Culture as an Object of Knowledge (a response to Ruth Bloch). Contention: Debates in Society, Culture, and Science, vol. 2, n. 3, p. 122-6, 1993. 

HARDING, Sandra. After Eurocentrism: Challenges for the Philosophy of Science. In HULL, D., FORBES, M., OKRUHLIK, K. (eds.). Proceedings of the Philosophy of Science Association. East Lansing: Philosophy of Science Association, vol. 2, p. 311-19, 1992. 

HARDING, Sandra. After the Neutrality Ideal: Politics, Science and ‘Strong Objectivity’. Social Research (special issue on “Politics and Science”), vol. 59, n. 3, p. 567-87, 1992. 

HARDING, Sandra. Rethinking Standpoint Epistemology: What is ‘Strong Objectivity’? In ALCOFF, L. and POTTER, E. (eds.). Feminist Epistemologies. New York: Routledge, p. 49-82, 1992.

HARDING, Sandra. Taking Responsibility for Our Own Gender, Race, Class: Transforming Science and the Social Studies of Science. Rethinking Marxism, vol. 2, n. 3, p. 8-19, 1989. 

HARDING, Sandra. Women as Creators of Knowledge: New Environments. American Behavioral Scientist, vol. 32, n. 6, p. 700-707, 1989.

HARDING, Sandra. Feminism, Science, and the Anti-Enlightenment Critiques. In NICHOLSON, L. (ed.) Feminism/Postmodernism. New York: Methuen/Routledge & Kegan Paul, vol.1, p. 83-106, 1988.

HARDING, Sandra. The Politics of the Natural: The Case of Sex Differences. In SHELP, E. E. (ed.). Sexuality and Medicine. Dordrecht: Reidel, Volume I (The Conceptual Roots), p. 185-203, 1987. 

HARDING, Sandra. Ascetic Intellectual Opportunities: Reply to Alison Wylie. Science, Morality, and Feminist Theory. Calgary: University of Calgary Press, p. 75-85, 1987.

HARDING, Sandra. Feminism and Theories of Scientific Knowledge. American Philosophy Association Feminism and Philosophy Newsletter. N. 1, p. 9-14, 1987. 

HARDING, Sandra. The Garden in the Machine: Gender Relations, the Processes of Science, and Feminist Epistemological Strategies. In NERSESSIAN, N. (ed.). The Process of Science. Dordrecht: Nijhoff, p. 125-137, 1987.

HARDING, Sandra. Beneath the Surface of the Abortion Dispute: Are Women Fully Human? In CALLAHAN, D. and CALLAHAN, S. (eds.). Abortion: Understanding Differences. New York: Plenum Publishers, p. 203-224, 1984.

HARDING, Sandra. Can Social Compacts Emancipate Us from Social Contracts? In CALLAHAN, D. and CALLAHAN, S. (eds.). Abortion: Understanding Differences. New York: Plenum Publishers, p. 73-80, 1984. 

HARDING, Sandra. Pragmatism’s Provisionalism Reconsidered. Filosofia: Proceedings of the VIII Interamerican Congress on Philosophy. São Paulo: Instituto Brasileiro de Filosofia, p. 373-377, 1974.

HARDING, Sandra. Feminism: Reform or Revolution? The Philosophical Forum V: 1-2, p. 271-284, 1973. Reprinted in  GOULD, C. and WARTOFSKY, M. (eds.). Women and Philosophy: Towards a Philosophy of Liberation. New York: G. P. Putnam’s Sons, 1976.

II. Sobre a Autora

ARAÚJO, G., & ARAÚJO, L. (2020). O anti-pós-modernismo de Sokal e o feminismo de Harding: considerações sobre dois objetivismos conflitantes. Conpendi Law Review, v. 6, n. 1, p. 75–95.

AYMORÉ, D. (2017). Objetividade forte como alternativa à ciência livre de valores. Scientia Studia, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 175-186. http://dx.doi.org/10.11606/51678-31662017000100010 

SARDENBERG, C. M. B. (2007). Da Crítica Feminista à Ciência a uma Ciência Feminista? Trabalho Apresentado em Evento (FFCH). Disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/6875.

BANDEIRA, L. (2008). A contribuição da crítica feminista à ciência. Revista Estudos Feministas, v. 16, n. 1, p. 207–228.

BARBOSA, C. P. (2020). Epistemologia feminista enquanto uma ramificação da epistemologia social: uma análise a partir de Donna Haraway e Sandra Harding. Intuitio, v. 13, n. 1, p. e35521. DOI: 10.15448/1983-4012.2020.1.35521. Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/index.php/intuitio/article/view/35521. Acesso em: 1 mar. 2023.

CITELI, M. T. (1999). Um Mapa Estratégico de Ciência e Gênero. Revista Estudos Feministas, vol. 7, no. 1/2, p. 241–243. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/43904101. Último acesso em: 1 mar. 2023.

GUZMAN, D. (2018). The Strategic Naturalism of Sandra Harding’s Feminist Standpoint Epistemology: A Path Toward Epistemic Progress. Tampa: USF (Tese). Disponível em: https://digitalcommons.usf.edu/etd/7626.

HIRSH, E., et al. (1995). Starting from Marginalized Lives: A Conversation with Sandra Harding. JAC, vol. 15, no. 2, p. 193–225. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/20866024. Último acesso em: 1 mar. 2023.

KUSSAMA, L. T. H. (2003). Duas ou três coisas que sei delas: anotações sobre o standpoint feminista e os estudos de ciência e tecnologia ancorados nos anos 1980. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

ROCHA et al. (Org.). (2022). Epistemologia Feminista e as Sombras Epistêmicas no Sistema de Saberes Moderno. Conversas com Evelyn Fox Keller, Sandra Harding e Helen Longino. Belo Horizonte: Fino Traço.

SOARES, M. H. S. (2022). O contragolpe feminista na ciência dominante. In: MACHADO, R. C. F. (org.). As Pensadoras Vol. 2. 1ª ed. São Leopoldo, RS: As Pensadoras, v. 2, p. 74–92

III. Outros textos

ALCOFF, Linda and POTTER, Elizabeth (orgs.). Feminist epistemologies. New York: Routledge. (Thinking gender), 1993. 

ANDERSON, Elizabeth. Feminist Epistemology and Philosophy of Science. In ZALTA, E. N. (ed.). The Stanford Encyclopedia of Philosophy (Spring 2020 Edition), 2020. https://plato.stanford.edu/archives/spr2020/entries/feminism-epistemology/.

BAIRROS, L. Nossos feminismos revisitados. Revista Estudos Feministas, v. 3, n. 2, p. 458-463, 1995.

CARNAP, R., HAHN, H., NEURATH, O. [1929] A concepção científica do mundo – O círculo de Viena. Cadernos de História e Filosofia da Ciência 10, p. 5-20, 1986. 

COLLINS, P. H. Pensamento Feminista Negro. Tradução de Jamille Pinheiro Dias. São Paulo: Boitempo, 2019.

DASTON, L., & GALISON, P. Objectivity. New York: Zone Books, 2007.

FRICKER, M. Epistemic Oppression and Epistemic Privilege. Canadian Journal of Philosophy Supplementary Volume, v. 25, p. 191–210, 1999.

GALISON, P.; STUMP, D. (org). The Disunity of Science. Stanford: Stanford University Press, 1996.

GRECO, J. Introdução: O que é Epistemologia? In GRECO, J. e SOSA, E. (orgs.). Compêndio de Epistemologia. Trad. Alessandra S. Fernades e Rogério Bettoni. S. Paulo: Loyola, 2012.

HARAWAY, D. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cadernos Pagu, Campinas, SP, n. 5, p. 7–41, 2009. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773. 

HARTSOCK, N. The Feminist Standpoint: Developing the Ground for a Specifically Feminist Historical Materialism. In HARDING, S. and HINTIKKA, M. (eds.). Discovering Reality: Feminist Perspectives on Epistemology, Metaphysics, Methodology, and the Philosophy of Science. Dordrecht: D. Reidel, p. 283–310, 1983.

JAGGAR, A. Love and Knowledge: Emotion in Feminist Epistemology. In Garry and Pearsall, 1989.

JANACK, M. Verbete Epistemologia Feminist. Tradução de Gisele Secco e Rafaela Vaccari. Revista PHILIA | Filosofia, Literatura & Arte, 2(2), p. 601–635, 2020. https://doi.org/10.22456/2596-0911.103035

KETZER, P. Epistemologia feminista. (verbete) Blog de Ciência da Universidade Estadual de Campinas Mulheres na Filosofia, vol. 7, n. 2, p. 1-27, 2021. https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/epistemologia-feminista/#:~:text=%E2%80%9CA%20epistemologia%20feminista%20foca%20em,%2C%202020%2C%20on%20line). 

LONGINO, H. Epistemologia Feminista. in: Greco, John; Sosa, E. (Org). Compêndio de Epistemologia. Trad. Alessandra S. Fernades e Rogério Bettoni. S. Paulo: Loyola, 2012.

MACKINNON, C. Feminismo, Marxismo, Método e o Estado: uma agenda para Teoria. Direito e Práxis, Rio de Janeiro, v. 7, n. 3, p. 798-837, 2016.

MENDONÇA, A. Por uma nova abordagem da interface ciência/sociedade: a tarefa da filosofia da ciência no contexto dos science studies. Tese de doutorado em Filosofia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

PROCTOR, R. N. Value-free science? Purity and power in modern science. Cambridge/Massachusetts: Harvard University Press, 1991.

QUEIJO OLANO, J. Ciencia de bajo tono: el surgimiento de la física en América Latina desde una mirada epistemológica (tese). Rio de Janeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2021. 

ROSE, H. “Hand, Brain and Heart: A Feminist Epistemology for the Natural Sciences.” Signs: Journal of Women in Culture and Society, 9(1): 73–90, 1983.

SMITH, D. “Women’s Perspective as a Radical Critique of Sociology.” Sociological Inquiry, 44: 7–13, 1974. 

TAVARES, H. e VIDEIRA, A. César Lattes, José Leite Lopes E O Nacionalismo Científico No Brasil Dos Anos 1940. rev. hist. (São Paulo), n. 179, a12418, 2020. https://www.revistas.usp.br/revhistoria/article/view/152409/159294