SETI versus Spore

Seedmagazine.com The Seed Salon

Will Wright, lendário criador de jogos eletrônicos como Sim City, consultou Jill Tarter, astrônoma do projeto SETI, ao longo do desenvolvimento do recente jogo Spore, que conta com uma fase com discos voadores e civilizações alienígenas.

Nesta discussão promovida pela revista SEED, os dois começam com Tarter provocando de forma um tanto dura o que Spore pode representar à educação científica. Mas então, logo fica mais claro que a astrobióloga é em verdade uma grande entusiasta do “Transumanismo” que vê na brincadeira um incentivo a que a humanidade manipule e controle sua própria evolução.

Confira a transcrição, em inglês: Seed Salon: Jill Tarter + Will Wright [via TDG]

As Bruxas da Recessão

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O Financial Times cita uma explicação, ou pelo menos, um fator para a febre de caça às bruxas na Idade Média: a economia.

Em particular, como o historiador Wolfgang Behringer sugeriu em 1999, a “Pequena Idade do Gelo” em que a temperatura média caiu até um grau, com suas conseqüências para as safras de alimentos, teria em seus anos mais severos influenciado movimentos sociais, como a caça às bruxas.

Em 2004, a economista Emily Oster, mais conhecida por trabalhos como o que traçou a correlação entre a hepatite B e “100 milhões de mulheres a menos” no mundo, abordou a hipótese com maior rigor e… a correlação estava lá.

Entre 1520 e 1770, décadas mais geladas acompanharam uma intensificação da perseguição às bruxas. E, talvez ainda mais interessante, Oster menciona as caças às bruxas que se estendem até hoje na África e Ásia, em países talvez não por coincidência miseráveis.

Estes trabalhos ecoam algo das idéias de Jared Diamond sobre a influência do ambiente sobre a história humana. E parecem mais do que razoáveis.

Referências
Climatic change and witch-hunting : The impact of the Little Ice Age on mentalities;
Witchcraft, Weather and Economic Growth in Renaissance Europe (PDF).

Pernalonga ou Patolino?

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O que você vê? Um coelho ou um pato? A ilustração ambígüa à direita é um ícone de mais de 100 anos da psicologia da Gestalt.

Por algum motivo bizarro, eu enxergava antes um outro coelho na imagem. Só depois de longa contemplação meditabunda percebi o coelho “certo”.

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Reversão dos pólos: o experimento

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Três metros de diâmetro em trinta toneladas que devem girar, porque este é um modelo em escala de todo o planeta Terra. E, girando, Dan Lathrop, da Universidade de Maryland, espera que a esfera gigante produza campos magnéticos induzidos em seu interior. Como nosso planeta faz, e esperamos que continue fazendo de forma estável por um bom tempo.

Esperamos, porque realmente não fazemos qualquer idéia segura a respeito do amanhã. Os pólos magnéticos do planeta poderiam se inverter, por exemplo, como já fizeram centenas de vezes no passado. A última inversão ocorreu há aproximadamente 700.000 anos, e ao longo dos últimos 200 milhões de anos, inversões têm ocorrido em média a cada 500.000 anos – mas sem nenhum padrão regular, isto é, 700 não é um número tão anormal. Mas já se desviou acima da média. Isso é bom? Ruim? Não sabemos ao certo.

Desde que o campo magnético terrestre passou a ser medido em detalhe, há meros 160 anos, o campo teve sua intensidade reduzida em torno de 10%. Isso é bom? Ruim? Não sabemos ao certo.

O que sabemos? Continue lendo.

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Imagem Astronômica do Dia

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Agora temos de volta a versão brasileira da famosa página do Astronomy Picture of the Day – APOD (Imagem Astronômica do Dia) à disposição, graças a uma iniciativa de astrônomos amadores de todo o Brasil. Nessa página, o leitor poderá ver a tradução do texto da página original em inglês, que é comentada por um astrônomo profissional.

A página da APOD tem sua tradução para vários idiomas, de acordo com a disponibilidade e interesse dos astrônomos de cada país. Dentre os destaques da nova página brasileira está o layout completamente original; um grande grupo de tradutores (19 pessoas no dia da notícia, o que evita falhas na correção) e um eficiente sistema de tradução que permite a rápida postagem da versão de cada dia.

Os astrônomos amadores estão também traduzindo as páginas antigas do APOD, com uma audaciosa meta de traduzir todas as páginas do APOD para o português, além de já haver planos de uma página semelhante voltada às astrofotografias dos brasileiros.

Os interessados em colaborar com o projeto podem solicitar participação no grupo de discussão do APOD BR e entrar em contato com o administrador do grupo.

Contagem intuitiva

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Muitos devem ter ouvido aquela historinha sobre a capacidade de corvos contarem até quatro (consigo rastrear a origem da história pelo menos até Dantzig, 1930 [1]). Corvos são inteligentes [2], mas não sei até que ponto essa história é verdadeira. Papagaios cinzentos africanos, pelo menos, sabem contar [3].

E quanto a humanos? Como se saem em uma comparação numérica instintiva? Aqui tem um teste online para verificar sua habilidade: são exibidas por 200 ms (o tempo de uma piscadela) círculos amarelos e azuis de diferentes tamanhos. É preciso depois indicar qual das duas cores possuía mais bolinhas. Depois de 25 testes, a porcentagem de acertos considerada razoável é de 75%.

É um recurso relacionado com esta reportagem do NY Times: Gut Instinct’s Surprising Role in Math. A reportagem se baseia em um estudo publicado na Nature que mostra que a acuidade numérica não-verbal se correlaciona com o desempenho em testes matemáticos padronizados [4].

———————–
[1]Dantzig 1930 – Number, the language of science. London. George Allen & Unwin, 260 pp.
[2]Emery & Clayton 2004 – The Mentality of Crows: Convergent Evolution of Intelligence in Corvids and Apes. Science 306: 1903-7.
[3]Pepperberg 1994 – Numerical competence in a African gray parrot (Psittacus erithacus). J. Comparative Psychol. 108(1):36-44
[4]Individual differences in non-verbal number acuity correlate with maths achievement

Do Takata, na Ciencialist.

LHC Smörgåsbord: que, como, quando, para onde?

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Compilamos aqui links para explicações, imagens e vídeos sobre o Grande Colisor de Hádrons. Você nunca mais verá a física de partículas da mesma maneira.

Afinal, se alguém questionar “para que serve” tudo isso, além de indicar este post no Glúon, você pode lembrar que foi no mesmo CERN que o físico Tim-Berners-Lee criou a World Wide Web. Foi a tecnologia que introduziu os links e páginas à Internet, transformando um emaranhado nada amigável de arquivos e mensagens de computador em “páginas” com imagens e palavras clicáveis.

E tecnologia de informação é apenas um dos objetivos secundários destes cientistas “malucos”. A ciência é assim mesmo. Saiba ou não, você a ama, ou pelo menos não pode viver sem. Clique para mais.

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Sexo e Rebolados redux

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Na semana passada comentamos duas pesquisas sobre sexualidade divulgadas na mídia. Uma, relacionando o ronco de motores à excitação (sexual) era muito duvidosa, já a outra possuía resultados curiosos e havia sido publicada em um periódico revisado por pares. Cientistas podiam adivinhar o histórico de prazer de mulheres apenas pela forma como caminhavam.

A publicação em um periódico científico contudo não garante infalibilidade, e a Dra Petra Boyton tece uma série de críticas ao trabalho sobre orgasmos e rebolados, incluindo o tamanho (da amostra), a possibilidade do vazamento de informações (questionando o duplo cego) e talvez mais preocupante, como a pesquisa tem uma curiosa tendência a promover o sexo papai-e-mamãe entre homens e mulheres como a maneira correta de manter relações.

Em um trecho, o estudo de fato sugere que uma mulher que não tenha alcançado o prazer pode simplesmente “ainda não ter encontrado um homem da qualidade necessária”.

Pesquisas mais isentas, envolvendo grupos maiores e sexualmente diversos – mesmo como grupos de controle – confirmarão, refutarão ou refinarão o estudo em questão. A própria Boyton, meio que brincando, convida os leitores (e leitoras) de seu blog a enviar vídeos para que ela tente adivinhar seu histórico sexual.

[via Mindhacks, foto sxc.hu]

Atingido pelo feixe de um acelerador de partículas

Anatoli-Bugorski Anatoli Bugorski estava verificando uma peça quando inadvertidamente colocou sua cabeça em uma área do acelerador de partículas síncrotron U-70 pela qual o feixe de prótons acelerados passava. Era o fatídico dia 13 de julho de 1978, e com a falha dos dispositivos de segurança, Bugorski contou depois ter visto um flash “mais brilhante que mil sóis” enquanto prótons em velocidade próxima à da luz atravessaram sua cabeça. Mas não sentiu nenhuma dor.
O feixe de prótons atravessou seu crânio pelo lado esquerdo, e logo sua face inchou de maneira irreconhecível. Nos próximos dias a pele começou a descascar, mostrando a trilha que o feixe de partículas havia traçado através de sua face, crânio e cérebro.
Doses centenas de vezes menores de radiação são fatais, e Bugorski foi assim levado a um hospital em Moscou onde os médicos poderiam observar seu inevitável fim. Mas esta era a União Soviética, onde as partículas aceleram VOCÊ!!!
Anatoli Bugorski não só sobreviveu, como completou seu PhD sem apresentar virtualmente nenhum dano à sua capacidade intelectual – salvo a paralisia do lado esquerdo de sua face, incluindo surdez, e convulsões epilépticas ocasionais. Ele se casou e tem um filho, Peter. Foi entrevistado há pouco mais de dez anos em uma nota da revista Wired.
Dado o tamanho relativamente enorme dos prótons – quase 2.000 vezes maiores que os elétrons – eles não se dispersam muito ao atingir o corpo e são assim utilizados em radioterapias. O acidente de Bugorski acabou sendo uma demonstração inadvertida de tal. Embora a radiação fosse elevadíssima, esteve concentrada em um feixe que não se dispersou muito enquanto viajou pelo sua cabeça.
O caso lembra assim uma versão extremamente moderna do clássico de Phineas Gage – embora Bugorski não tenha relatado mudanças de comportamento e personalidade.
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Não há como saber ao certo se o brilho que ele relatou ter visto ao ser atingido foi real, isto é, se foi resultado do espalhamento de partículas e radiação resultado do feixe estimulando sua retina, ou se foi apenas imaginado, seja por ter os nervos fritados ou simplesmente em uma reação psicológica.
Mas é curioso notar que outros seres humanos atingidos por feixes de partículas energéticas em maior quantidade também relataram ver flashes. Os astronautas da Apollo 11 foram os primeiros a pisar na Lua, mas também foram os primeiros a relatar clarões de luz periódicos. Investigação ao longo das missões Apollo e até os tripulantes da ISS hoje estabeleceu que tais clarões não são imaginados: no espaço, raios cósmicos atravessando o olho dos astronautas podem estimular a retina diretamente ou através de radiações secundárias.
Parece um palpite razoável que ao sermos atingidos pelo feixe de partículas do LHC, a última coisa que veríamos seria um “brilho de mil sóis”.
[hat tip RicBit]

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Estruturas hiperbolóides

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Deputydog compila links e imagens de várias estruturas hiperbolóides, estruturas eficientes mais conhecidas em torres de resfriamento de usinas nucleares (como as dos Simpsons), ou mesmo da Catedral de Brasília.

Aplicadas inicialmente pelo engenheiro soviético Vladimir Shukov, não perca as suas muitas torres hiperbolóides, incluindo seu sonho não realizado de uma torre de transmissão 50 metros mais alta que a Eiffel, usando apenas um quarto do material.

Sinceramente, pode não ser tão graciosa – parece uma daquelas terríveis árvores gigantes de Natal, que não são realmente hiperbolóides – mas qualquer torre com 350 metros de altura já valeria pelo tamanho.

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