A Barba e a Ciência

Seria a barba um sinal de sabedoria ou um meio de cultura que pode transmitir infecções? Grandes cientistas ostentavam barbas e bigodes poderosos. Fica bem a um médico usar barba ou é anti-higiênico? Por incrível que pareça existe um ensaio clínico sobre o assunto. Também existem estudos microbiológicos e um artigo em um site de ciência do qual peguei a foto acima.

De minha parte, às vezes deixo uma barba incipiente alardeando um descanso à pele. Confesso que no espelho, na dependência do humor, oscilo entre um George Clooney tupiniquim e um amarfanhado pós-plantonista. Infelizmente, nunca me senti mais inteligente.

O Cérebro Humano

Cover image, Cell, December 29, 2004; illustrator, Sean Gould. See also Dorus, S., Vallender, E.J., Evans, P.D., Anderson, J.R., Gilbert, S.L., Mahowald, M., Wyckoff, G.J., Malcom, C.M., and Lahn, B.T. 2004. Cell 119:1027–1040

Ao ler um artigo sobre genética evolucionista no Amigo de Montaigne, encontrei o artigo original de novembro de 2007, que cita o paper acima. Segue um trecho do texto de Bruce Lahn:

Accelerated evolution of brain genes in the descent of humans. To address whether the evolution of the human brain has left genome-wide genetic imprints, we systematically examined the evolutionary history of genes implicated in diverse biological aspects of brain function. This analysis showed that, on average, protein sequences of brain-related genes have evolved more rapidly in primates than in other mammalian taxa, and that this accelerated evolution is most dramatic along the lineage leading to humans. Moreover, when examining only the subset of genes that functions predominantly in brain development, the high rate of evolution in the human lineage becomes even more pronounced.

The above results argue that the remarkable phenotypic evolution of the human brain is correlated with accelerated evolution in the protein-coding regions of the underlying genes, particularly those involved in brain development. These results also argue that the accelerated evolution, visible across many genes, likely reflects the accumulation of a large number of advantageous mutations scattered across many brain-related genes in the course of primate and human evolution.”

O texto esbarra na teleologia cósmica a la Aristóteles. Não fica claro pelo texto, a evolução histórica dos genes relacionados ao advento do cérebro humano. Saber se o aparecimento do cérebro humano deixou pegadas genômicas parece querer encarar o problema pelo avesso. Ficamos com a impressão de que, devido ao um acúmulo de um grande número de mutações vantajosas, tivemos uma evolução acelerada.

Tais mutações são raras. Não seria pertinente perguntar se tais genes já não estavam lá e foram selecionados por algum fator que pressionou a evolução dos hominídeos nessa direção? Mostrar que temos genes para cabeça grande não é o mesmo que justificar nossa cabeça grande. A história do aparecimento do fator que causou a seleção é, no meu modo de ver, a pergunta evolucionária.