Embaixadores do Brasil

Os cientistas, por necessidade de intercâmbio científico, maior disponibilidade de recursos ou algum outro motivo relacionado com sua carreira, em diversos momentos da sua vida se vê praticamente constrito a viver no exterior.

Durante muitos anos o protótipo do cientista, talvez baseado na personalidade agressiva e introspectiva de Newton, ou nos cabelos arrepiados de Einstein, tem sido do louco, que só pensa em trabalho e vive o tempo todo no laboratório. Por mais que muitos jovens pesquisadores brasileiros deixem suas famílias e amigos no Brasil para procurarem o salto em suas carreiras que pode ser proporcionado por uma estada junto a um grande grupo de pesquisa no exterior, a maior parte deles não se enquadra necessariamente nesse perfil, e a distancia pesa.

Os sinais dessa distância podem ser notados por toda parte: uma bandeira do Brasil aqui, um boné ali, uma camiseta de Porto Seguro vestida em um dia de inverno, a página do JB como default na Internet ou ouvir a Globo FM pra saber como vai o transito no Rio mesmo quando vc vive em Londres. É um tipo amenizado de “Banzo”, a melancolia que matava metade dos escravos nos navios negreiros antes de chegarem ao seu destino.

Nos defrontamos cada dia com a imagem construída que o Brasil tem no mundo: Uma mistura de mulatas, carnaval e paraíso tropical da alegria, com trafico de drogas, execução de meninos de rua e pobreza. Variando as concentrações de cada um desses elementos dependendo do pais onde se encontre. Isso também é produto da heterogênea população de brasileiros que se pode encontrar em toda parte. Um primeiro escalão de embaixadores, que ostentam uma riqueza que é representativa da nossa grandeza territorial, mas não da nossa sociedade, como a o palácio da embaixada Brasileira na Piazza Navona em Roma; seguidos pelos turistas ricos, pouco representativos também da nossa riqueza cultural. Ai temos um grande lapso na escala, que deveria ser formada pelos diferentes grupos de turistas de classe média, estudantes de universidades, jovens em intercâmbio e mochileiros, que são uma pequeníssima fração nesses tempos atuais, frutos da alta do dólar e da recessão econômica. Sobram ainda as putas, transexuais e capoeiristas, empregadas domesticas e… os cientistas!

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