Sobre o autor de "A verdade Sobre Cães e Gatos"
Mauro Rebelo – e me perdoem o que soará como clichê – foi o primeiro sujeito que me fez ter interesse pela Ciência. Tema esse, recorrente de nossas conversas, sempre regadas a muito vinho – que ele analisa do ponto de vista científico enquanto eu me delicio com o sabor, apenas – desde há muitos anos. E mais que interesse, intensa simpatia, eu diria. E logo eu que sou o anti-cientista, o romântico, o religioso, o brasileiro até a última gota de sangue.
O agudo oposto da figura que em mim foi plantada, em tenra idade, como sendo a figura do cientista, ele é um apaixonado pelo que faz. Isso é fácil de saber, em se tratando dele: fala de Ciência, fala da Biologia e fala de seu trabalho com intenso brilho nos olhos e também com as mãos, que o Mauro gesticula como um carcamano eufórico – herança, talvez, de seu longo período de estudos na Itália. Quando se trata da fé, da religiosidade, do invisível, somos como somos no futebol: ele é Vasco, cético, ateu, materialista. Eu sou Flamengo, crente, fanático, macumbeiro.
Mas tem, o Mauro, outro talento, magnífico, dentre tantos: faz com que se apaixone pelo tema o mais desinteressado dos homens. Porque ele mistura, com rara maestria, seu saber científico, sua vivência, sua experiência no dia-a-dia, suas paixões e suas obsessões – quem não as têm? Falando, onde quer que esteja, ensina, como o mestre que é, sem a necessidade do espaço físico da sala de aula. Agora, escrevendo, dissemina, ainda mais, de forma ainda mais ampla, seu conhecimento – num livro que é didático sem ser catedrático. Só mais um lance de genialidade do Mauro. Imprescindíveis para o Brasil, um país onde a Ciência está longe de ocupar o espaço que a Ciência pede: Mauro Rebelo e este seu primeiro – oxalá! – livro. (Eduardo Goldenberg)
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