Tu sabes quanto tu vales?

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Uma querida amiga, que faz aniversário hoje, fez um pronunciamento inflamado em uma discussão entre amigos na semana passada:
“(…) é sim uma necessidade de deixar bem claro, que nós mulheres, exatamente por sermos fortes, bonitas e independentes, não estamos na prateleira esperando que um homem nos escolha (coitadinhas) e nos dê a honra de sua fálica companhia.”
Meus amigos que não tem treinamento em ciência são facilmente iludidos pelo que os cientistas chamam de ‘seleção de observação‘, que é quando prestamos atenção nos eventos que confirmam nossas expectativas, quaisquer que elas sejam, e ignoramos (ou desconhecemos) aqueles que negam. Eles são literatos, inteligentes e observadores perspicazes, mas por causa disso, acabam por encontrar padrões onde eles não existem, como no movimento das estrelas (astrologia) ou nas ações das outras pessoas (conspiração).

O texto completo desse post está no livro do blog ‘a verdade sobre cães e gatos’, a venda ao lado

Pra saber realmente "o que querem as mulheres"

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Abri o jornal, não pra saber sobre a guerra contra o tráfico de drogas no Rio, mas para procurar propaganda de colchões. Você sabia que pode comprar um colchão excelente em São Paulo, com frete grátis, pela metade do preço do mesmo colchão no Rio? Vi essa propaganda na revista do Globo semanas atrás e fui procurar de novo.
Mas não é disso que eu quero falar. Com eu tinha visto a propaganda do colchão em uma revista do Globo fui olhar o caderno Zona Sul, que era revista do dia no jornal. E nem precisei folhear para me deparar com a grande bobagem que era a reportagem da capa: “Palavra Feminina”.
A reboque da pouco-séria mini-série que a Globo está transmitindo, a revista perguntava a várias mulheres da Zona Sul, o que elas queriam.
Não é só que os depoimentos fossem banais, do tipo que Miss daria em concurso, como:
“Dinheiro no bolso e bumbum sem celulite” ou “Equilíbrio espiritual, mental e físico” ou ainda, “Independência financeira, sucesso profissional e amor”. É que toda essa idéia por trás de “o que é que as mulheres querem, é furada.
Explico o porquê. Primeiro, o que as mulheres realmente querem, é que ninguém saiba o que elas querem.
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Comecei a ler… Almanaque da Rede

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Ontem fui assistir a Sonia Rodrigues falar sobre o seu novo livro, Estrangeira, na Livraria Saraiva do Praia Shopping. Eu não escondo de ninguém o quanto sou fã dela e o quanto aprendi com ela. Por isso, foi uma grata surpresa quando o Beto Largman pediu pra ela falar do Almanaque da rede, livro que a Sonia também está lançando.
O debate foi ótimo, porque a Sonia, além de escrever muito bem, fala muito bem. Comprei os dois livros e ganhei dois autógrafos, com dedicatórias. Comecei a ler “Estrangeira” no mesmo dia e fiquei impressionado, como só ela sabe deixar, com o sofrimento do amor.
Fui pro Almanaque da rede e ai fique impressionadíssimo. Como ela diz, na primeira página, “O que você tem nas mãos é a soma do que aprendi sobre escrever histórias e expressar opiniões. É o que aprendi nos livros que li e também nos livros, peças de teatro e roteiros que escrevi. Aprendi muito também nos jogos de Roleplaying game que pesquisei no doutorado em Literatura e nos jogos ‘Autoria’ que criei ou ajudei a criar.”
Tudo que você precisa pra re-aprender a escrever está lá. É, na minha opinião, ainda melhor do que o jogo ‘Autoria‘, porque o espaço pra escrever está lá, já que o livro tem um formato de agenda. “Um blog de papel”, como ela disse.
E aprender a escrever é isso: escrever, escrever e escrever! De nada servem as dicas se você não colocar a mão na massa. Todos os dias.
Mas enquanto ouvia a Sonia falar sobre transmídia, que é, como o nome diz, quando a história transcende a mídia e passa de um veículo para outro (como a personagem principal de Estrangeira, Eilenora, que tem perfil no facebook, um blog de verdade e está escrevendo uma graphic novel também) e discutindo com o público sobre o desafio de escrever para diferentes mídias, eu fui percebendo um monte de coisas.
Para a Sonia, escrever é escrever. Quer dizer, não existem diferentes formas de escrever, ainda que haja diferentes mídias. Claro que seu texto é de um jeito em um livro, de outro em um blog, no twitter ou quando escreve uma SMS. Mas o resultado não é ‘para’ a mídia e sim ‘por causa’ da mídia. Não deixe passar desapercebida a diferença.
O que é limitada é a mídia e não a forma de escrever. E se você escreve de um jeito para cada mídia, meu palpite é que você ainda não percebeu isso. Mas tá, e daí? Qual é o problema? O problema é que se você não percebeu isso, talvez seja porque não percebe as limitações das mídias.
Quais são as limitações? As vezes coisas simples, como o limite de caracteres do Twitter (140 caracteres) ou de um SMS (160 caracteres). E o Twitter está mostrando que é incrível o que você pode fazer com 140 caracteres se souber escrever.
A conclusão é que se você sabe escrever e sabe respeitar os limites das mídias, então poderá escrever, para sempre, em qualquer mídia que venham a inventar, o que quiser.
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Nessa hora (foto acima), Sonia estava novamente falando da “Estrangeira”, e foi então me toquei que, a mesma importância que respeitar os limites tem para ser criativo na escrita, tem para ser feliz.
Da mesma forma que muitas pessoas não conseguem escrever porque perdem mais tempo questionando o enunciado da pergunta do que trabalhando na história, muitas, as vezes as mesmas pessoas, passam mais tempo questionando a justiça das coisas da vida, dos limites que nos são impostos pelos outros, do que partindo pra outra, para serem felizes.
Perguntaram para a Sonia o que ela, com uma tese de doutorado em literatura e RPG, acha dos games. Lembrei, como muitas vezes lembro, da palestra do Roberto da Matta na FLIP: “O futebol salvou o Brasileiro! Ensinou ela a ter disciplina”. Sim, porque não importa o quanto o seu time deveria ganhar ou o quanto você queria que ele ganhasse. O jogo acontece entre 4 linhas, não vale colocar a mão e o que vale é bola na rede. Não importa o quanto você queira que o seu time ganhe, ou o quanto um minuto a mais ou a menos mudaria o resultado: o seu time tem 90 min pra ganhar o jogo. Nem mais, nem menos.
Nos games (sejam os videogames de hoje ou o WAR que eu jogava), ninguém pode mudar as regras e ninguém questiona a instrução. E todo mundo aceita. E por isso as pessoas superam as fases e os desafios.
Então porque nas perguntas de prova, entrevistas de emprego e, porque não dizer, no amor, as pessoas preferem ficar questionando a matéria do professor, a pergunta do entrevistador e, porque não dizer, as razões do amante. Tomam pau na prova, pé na bunda no emprego e… chifre. O resultado é que são menos felizes.
O “Almanaque da Rede” pode ajudar as pessoas a superar os desafios, respeitar os limites para escrever, escrever melhor e serem mais felizes!

ISMEE's diary. Sunday, October the 24th. 2nd day.

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The day started at 10am. Despite his name, Stevens Rehen was born in Rio. Today he is the head of National Lab of Stem Cells research at UFRJ. Who better than one of the 100th most promising young researchers in the world to talk about the challenges of the academic career? He discussed cases involving responsibility, authorship and ethics in science and finished his talk with a quote from the Brazilian poet Ferreira Goulart: “I do not want to be right, I want to be happy.”
The ‘Blue Amazon Cultural Centre‘ has a prime location, literally inside the Anjos’ beach, so nobody felt the need to go somewhere else for lunch, and the ‘brunch’ became the perfect integration for the group.
We return 14h. The writer Sonia Rodrigues has published over 20 books and has a lot of experience in teaching people how to write. Today she is launching a new book while coordinating the ‘Network Almanac‘ a initiative involving the Internet, writing and physics teaching.
“If you follow these simple tips will never have a writer’s block.”

She talked about the narrative model and the seven questions, the ‘seven magic’ , that help students to organize ideas to say whatever they want to say. The good thing about Sonia is that in the end of her classes everyone writes!
We finished the day with an unusual class, but one that should be present in any scientific meeting: ballroom dancing. Without knowing it, while playing Samba and Forró students were learning posture, balance and corporal perception. Very Important!
Visit the ISMEE’s youtube channel

Diário de um biólogo – Domingo, 24/10/2010 – Segundo dia do ISMEE

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O dia começou as 10h. Apesar do nome, Stevens Rehen é carioca e chefe do Laboratório Nacional de Células Tronco na UFRJ. Ninguém melhor que um dos 100 jovens pesquisadores mais promissores do mundo pra falar sobre os desafios da carreira acadêmica. Ele discutiu casos envolvendo responsabilidade, autoria e ética na ciência e terminou com uma frase do poeta brasileiro Ferreira Goulart: “Eu não quero ter razão, eu quero é ser feliz!”.
O Centro Cultural Amazônia Azul tem uma localização privilegiada, literalmente dentro da praia dos Anjos, por isso, ninguém sentia necessidade de ir almoçar em outro lugar, e o ‘brunch‘ virou um espaço perfeito de integração para o grupo.
Voltamos as 14h. A escritora Sonia Rodrigues tem mais de 20 livros publicados e muita experiência em ensinar as pessoas a escrever. Hoje ela está lançando um novo livro enquanto coordena o ‘Almanaque da Rede’, um projeto que envolve internet, escrita e ensino de Física.
“Se vocês seguirem essas dicas simples nunca terão ‘branco’ na hora de escrever”.
Ela falou sobre o modelo narrativo e as sete perguntas que representam os lugares do pensamento e ajudam o estudante a organizar as idéias para dizer o que quer ele que queira dizer. O bom da Sonia é que no final da aula dela, sempre, todo mundo escreve!
Terminamos o dia com uma aula inusitada, mas que deveria estar presente em qualquer encontro científico: dança de salão. Sem saber, enquanto praticavam Samba e Forró os alunos estavam aprendendo postura, equilíbrio, percepção corporal. Importantíssimo.

Visite o canal do ISMEE no Youtube

ISMEE's diary. Saturday, October the 23rd. 1st day.

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I woke up early, but I was already late.
And, I don’t know how, I managed to run out of gas in the center of Rio. In the end, we arrived in Arraial do Cabo before the bus bringing students and teachers, but, to my surprise, there was, parked in front of the Navy’s Cultural Center, an evangelist “Trio Elétrico“(1). I was about to sit and cry when they left to parade around the city and left us in the Lord’s peace. We arranged everything more or less in time to start the course with a little delay at 8 pm.
I prepared an informal and provocative opening, as I was hoping the entire course would be, a talk entitled ‘Science in a world filled with information’. Scientists discover things that change the world but did not yet realized that the Internet has changed the world in which they live. It not only serves to send and receive e-mails or as a repository for scientific papers. The Internet is a language and we cannot think about doing business, politics, science or teaching in the same way as before. We can no longer, for example, have the luxury of being boring, just because what we have to say is so important. If you are boring, nobody will pay attention to you and see how important it is whatever you’re saying.
Later that night I opened a bottle of ‘Prosseco‘. It was just the beginning, but after months of preparation, I had to celebrate a good start.
(1)Trio Elétrico is a big truck, with speakers all around and a band playing on the top, typical from the carnival in Bahia
Watch this (and some other talks) on the ISMEE’s youtube channel

Diário de um biólogo – Sábado, 23/10/2010 – Primeiro dia do ISMEE

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Acordei cedo, mas já estava atrasado.
Consegui, inacreditavelmente, parar no centro do Rio por falta de gasolina. Apesar de tudo chegamos em Arraial do Cabo antes do ônibus que trazia alunos e professores, mas qual não foi a minha surpresa ao ver, estacionado em frente ao Centro Cultural da Marinha, um trio elétrico evangélico. Fiquei desesperado, mas felizmente eles saíram em desfile pela cidade e nos deixaram na paz do senhor. Conseguimos ajeitar tudo mais ou menos em tempo para começar o curso, com um pequeno atraso, as 20h.
Preparei uma abertura informal e provocativa, como gostaria fosse toda a escola: A Ciência em um mundo saturado de informação. Os cientistas descobrem coisas que mudam o mundo, mas ainda não se deram conta que a Internet mudou a forma de mudar o mundo. Ela não serve apenas para enviar e receber e-mails ou como repositório de artigos científicos. A internet é uma linguagem e com ela não se pode pensar em fazer negócios, política, ensino ou ciência da mesma forma. Não podemos mais, por exemplo, nos dar ao luxo de sermos chatos, só porque o que temos a dizer é tão importante. Se você for chato, ninguém vai prestar atenção em você e ver o quão importante é o que você está dizendo.
No final da noite abri um ‘Prosseco‘. Tava só começando, mas depois de meses de preparação, tinha que comemorar um bom começo.

Veja o vídeo dessa (e algumas outras palestras do curso) no canal do ISMEE no Youtube

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