Celebridades

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Depois de recusar vários convites para desfilar no Fashion Week, o cientista Mauro Rebelo foi fotografado no seu laboratório, no circuito OFF-Fashion, com seu tradicional look descolado casual‘. Mauro usava camiseta Hering verde exército, calça Redley (comprada 10 anos atrás quando ele ganhava em euro) e sapato Mr. Cat.
O detalhe fica por conta da sua chiquerérrima bolsa Diesel vermelha.
O paparazzi que flagrou o cientista disse que ouviu o borburinho logo que ele chegou. Os comentários variavam de ‘Que linda a sua bolsa‘ até o ‘Tá podendo hein professor!‘.
O cientista disse que a bolsa, vinda direto de Nova Iorque, tinha sido um presente… especial.
O comentário no laboratório era um só: “Quem dá um presente desse, tá querendo alguma coisa“.
Será?

Diário de um Biólogo – Domingo 08/03/2009


Acordei tarde e feliz. Desde ontem não faço nada além de comer, dormir e namorar.

Mas mais uma semana vai começar e o texto do blog ameaça fazer 15 dias estampado na vitrine. Havia me prometido lançar pelo menos um texto por semana, mas a coordenação da nova Biofísica para Biologia (BMB163) tem tomado todo o meu tempo. Como boa parte desse tempo foi gasto na criação de textos para auxiliar nas aulas, pensei: “Porque não colocar eles também no blog?”

Os textos são um pouco mais didáticos do que eu costumo a colocar aqui, mas talvez sejam até mais interessantes para os muitos estudantes que frequentam o VQEB. Quem sabe até eles não comentem mais os textos, que eu sei, por diversos canais (tem texto até com comunidade – pro bem e pro mal – no Orkut), ele lêem?

PS: Um beijo especial hoje para todas as mulheres por mais esse dia especial.

Diário de um Biólogo – Terça 28/10/2008

É inevitável: Todo cientista também será um contrabandista.

Já escrevi aqui e aqui sobre as dificuldades de importação de material científico no Brasil e como isso reduz nossa produtividade científica. Outra circunstância dificultadora importante foi criada nos últimos anos: a necessidade de permissões do IBAMA para trabalhar com a nossa Fauna e Flora. Você pode se sentar com a sua vara de pescar a beira do Paraíba do Sul e pescar alguns Cascudos para o almoço (a seu próprio risco) mas se for um estudante coletando Cascudos para estudar a poluição no rio, é preso sem direito a fiança. Quem me déra fosse assim em Brasília!

Tenho um aluno há dois meses nos EUA esperando por amostras de sangue de peixe que deveriam ser enviadas pelo sistema de exportação de amostras da Fiocruz, mas nesse tempo todo, não conseguiram a autorização do IBAMA. Se você colocasse na mala e trouxesse, não haveria problema nem mesmo com a alfândega mais chata do mundo:

– Are you bringing food or bevarages?
– No, just fish blood samples
– What are you doing with fish blood?
– Research
– Oh, ok. We don’t regulate fish blood. You are clear to go.

Simples assim. E você poderia fazer o seu trabalho.

Claro, devemos proteger nossa biodiversidade, devemos combater a biopirataria, mas a morosidade e a burocracia do IBAMA são um tiro no pé. É mais fácil um americano vir aqui e acessar nossa biodiversidade ilegalmente do que nós acessarmos ela legalmente.

Diário de um Biólogo – Domingo 11/05/2008

Nos próximos dias, se encerram 3 editais importantes para financiamento de pesquisa. Dois são editais apenas para jovens cientistas, uma iniciativa pelos quais eu e meus amigos temos lutado muito. Desde que eramos jovens…

Mas não posso deixar de notar no que se transformou minha atividade científica. Entre as aulas que tenho que dar, provas e trabalhos para corrigir, teses para ler, teses para corrigir, teses para avaliar, e os muitos editais por ano que temos que responder para conseguir dinheiro para sustentar o laboratório, praticamente não sobra tempo para fazer pesquisa

O pior é que o dinheiro dos projetos também não é suficiente para sustentar um laboratório, assim como o tempo para escrever os projetos. Então estou me tornando um mestre em “corte e costura” de projetos para poder atender a todos os editais. E todas as necessidades dos meus alunos.

Que venham os resultados!

Deu na CBN

Depois da reportagem na Folha de São Paulo, a Rádio CBN que fez um entrevista comigo no Domingo as 12:15h sobre as dificuldades para importação de material para pesquisa no país. Quem estava na praia, pode ouvir a entrevista aqui. Ontem o editorial da Folha de São Paulo novamente chamou atenção para o dia-a-dia Kafkiano dos cientistas importadores. A luta continua!

I'm back!


No ano passado foi a mesma coisa. Chega Dezembro e a quantidade de provas, finais ou não, e prazos acabam impedindo que eu consiga me dedicar ao blog. Não vou dizer que é de todo ruim. Toda vez que eu encontro a Lina, namorada do Fefê, ela reclama: “Abandonou os seus leitores!” com seu sotaque argentino. Acabo redescobrindo que tenho leitores e que eles sentem minha falta.

Eu poderia listar minhas propostas para 2008, mas elas são as mesmas de 2007: fazer mais exercício (minha coluna está pior do que nunca), trabalhar menos, encontrar mais meus pais, comer melhor, dormir mais e viajar mais. Mas vou me contentar com apenas uma, que ouvi hoje: Não cometer os mesmos erros do ano passado! Que sejam erros diferentes! Assim como no ano passado, foi um final de ano difícil e uma passagem difícil também. Não fiz a viagem que eu queria e não fiz nenhuma outra viagem. E como por desencanto, 2008 chegou.

Baixo astral, né?! Mas minha acupunturista resolveu meu problema (não o dá coluna). Segundo ela, o ano que importa é o ano novo chinês. O que passou foi o ano do Javali, que, como eu tenho 36 anos, bate com o meu ano ‘não sei o que’, que é especialmente difícil. Truncado, com muitas solicitações e decisões, uma atrás da outra. Mas o ano que entra agora é o do Rato. Apesar da cultura ocidental desprezar o bichinho, parece que na cultura oriental ele é festejado. O ano do rato é de fartura e animação. Quem viu Ratatouille sabe do que eu estou falando. Pois é, então, o Ízio, grande baixista, mandou de novo um e-mail bacana sobre a virada do ano. Segundo as informações dele, o 1o de janeiro foi instituido por Julio César como o dia do ano novo em 46 A.C.

Se os chineses dizem uma coisa e os Romanos inventaram outra, eu posso muito bem fazer uma adaptaçãozinha pra espantar a tristeza. Então resolvi que meu ano ainda não virou. Só vai virar quando virar entrar o ano do rato, dia 7 de fevereiro.

Onde quer que eu esteja, e eu vou estar, vai estourar champagne!

Diário de um Biólogo – Segunda 01/10/2007

Foto de divulgação disponível no site oficial do filme
14h – 5a aula do curso de narrativa:

“Prof. Mauro Rebelo, o senhor concorda que essa cadeira é uma cadeira?”

Respondo que sim. Resolvi não polemizar lembrando a palestra do Enio Candotti, onde ele dizia que a diferença entre os políticos e os cientistas é que, para os primeiros, as verdades eram ‘consensuais’. Se decidissem que a cadeira, para o bem de todos, não deveria existir, então, apesar de poder ser medida e pesada, a cadeira não existia.

“Prof. Mauro Rebelo, com base nos seus conhecimentos de biologia, eu posso dizer que essa cadeira é uma baleia?”

Respondo “Não” pra deixar ela concluir.

“Então Prof. Mauro Rebelo, da mesma forma, o senhor não pode inverter a ordem das perguntas do modelo narrativo, criado e testado há 25 séculos. Simplesmente porque, ainda que o senhor não perceba a diferença, estaria tão errado quanto dizer que uma cadeira é uma baleia”.

A Sonia, impressionada com a capacidade da turma de ‘resistir’ para manter suas convicções, pergunta se eu iria examinar cientificamente essa questão algum dia, porque deveria ser fruto de alguma ‘deformação morfológica’, e escrever a respeito no blog. Ainda antes da aula terminar lembro que já escrevi sobre isso aqui. A resistência ao novo é importante para dar uma sensação de ambiente estável aos organismos, mas interfere na percepção da incongruência legítima.

17h – Termina a aula. O Milton (coordenador da PG da Fiocruz) vem encontrar com a gente e começa um amplo debate, em frente ao prédio de Farmanguinhos, sobre resistência e criatividade, que debanda, inevitavelmente, para ‘estabelecidos e outsiders‘. Vejo que minha resistência com a professora é devido ao quanto ela pode ser tendenciosa em suas opiniões.

Vamos ao aeroporto buscar meu hóspede, um aluno de uma amiga pesquisadora do Ageu Magalhães, a Fiocruz de Recife, precisava de pousada por uns dias no Rio para apresentar seu trabalho na jornada de iniciação Científica e Pós-graduação.

No caminho para casa, a discussão já tinha passado por Paulo Lins e Ismael Beah na Flip e chegado em “Tropa de Elite”. Concordamos que só ‘pobreza de espírito’, aliada a pura babaquice, pode explicar alguns colunistas de ‘O Globo’ classificarem o filme de facista.

Acho que foi a única outra concordância do dia.

Diário de um Biólogo – Sábado 29/09/2007


“Você quer que eu vá com você?” A Rê perguntou enquanto tomavamos um café da manhã chic, comemorando que eu estava na lista dos “Jovens cientistas do nosso estado” divulgada pela FAPERJ no dia anterior.

“Não… porque você iria querer perder a sua tarde em museu de ciência decadente?”

Téééééééééééé!!!!!! Resposta errada!

Quando disse essa infelicidade, tinha em mente o museu montado em um galpão abandonado que restou das obras do metrô que revolveram nos anos 80 a Praça Saenz Pena, na Tijuca onde eu nasci e cresci.

Quando cheguei hoje no “Espaço Ciência Viva“, atrasado para a exposição dos resultados que meus alunos do curso “formação continuada para professores de 2o grau”, não poderia ter uma surpresa melhor. Um museu pequeno, simples, mas revigorado e bem arrumado. E o que é mais importante: cheio! E o que é mais importante ainda: cheio de crianças!

Todo último sábado do mês, o espaço organiza uma tarde temática, com um monte de professores, pesquisadores, alunos de pós-graduação, graduação, monitores e voluntários ensinavam uma orda de pessoas, de todas as idades, mas principalmente crianças, pelas diferentes opções de contato com a ciência do museu. Desde uma simples garrafa de Coca-cola cheia de água, com furos perto do gargalo, no meio e no fundo da garrafa, para explicar o efeito da pressão em grandes profundidades (ilustrada por fotos dos estranhos seres encontrados no fundo dos oceanos) até uma exposição sobre a visita de Einstein ao Brasil na década de 20, onde foram confirmadas as mais importantes previsões da sua teoria da relatividade espacial.

Sai de lá meio emocionado. Sei do esforço que os professores responsáveis por recuperar o museu fizeram para que ele esteja agora de volta a árdua missão e divulgar ciência para um publico cada vez mais metralhado com consumismo e misticismo.

No próximo mês, sou eu que vou chamar ela para ir.

Diário de um Biólogo – 5a feira 03/05/07


A Rê pediu pra eu levar ela até Far(away)manguinhos. O carro dela ainda não está pronto e lá fomos nós. Paramos pra tomar café na loja do posto, o que já está virando mania. Veja que não é qualquer posto e está é a mania. Acho que vou ficar cheio de manias quando ficar velho. Depois seguimos pela linha amarela enquanto apreciávamos o congestionamento que eu ia pegar pra voltar. O amor é lindo!

Chegando no fundão eu gastei uma grana em um drive externo para o computador do lab. Cansei de apurrinhação com os backups. Pelo menos em disco eu não vou mais ter problema de espaço. Depois passei o resto do dia preparando e corrigindo poster. Lembrei do tempo em que, depois de terminar o mestrado e antes de entrar no doutorado (e até mesmo um pouco depois) fazia um extra diagramando posters que meu pai imprimia na TecImagem. Eu era bom! Queria ter mais coisas para contar nesse último dia de diário, mas o dia passou e quando eu ví, já era hora de ir embora e nem tinha começado a fazer a aula de ecologia.

Fui tomar um chopp no Belmonte com alguns amigos da Rê mas não fiquei até tarde porque 100 páginas de “Dinâmica de Populações” me esperavam antes da aula as 8 da manhã do dia seguinte.

Preciso me organizar melhor. Preciso realmente voltar a fazer exercícios.

Diário de um Biólogo – 4a feira 02/05/07

Odeio acordar cedo!

Chego no Fundão pra dar aula de Fisiologia Cárdio-Vascular pro curso de Odontologia. Meia duzia de gatos pingados na sala. Poderia dizer que ainda não tinham voltado do feriado, mas na semana anterior tinha sido a mesma coisa. Pior pra eles! Todo mundo se salva em fisiologia porque tiram nota boa em Cárdio. Não tem mistério. Eu e Célio não somos médicos mas sabemos fisiologia, por isso a gente ensina fisiologia e não clínica. Sabemos o que ensinamos e sabemos o que queremos avaliar se eles aprenderam. A prova não tem pegadinha. Sabe-sabe, não sabe-não tem muito como enrolar, a gente percebe na 2a linha. Depois do intervalo tem ainda menos gente na turma. Uma, duas piadinhas… ninguém nem ri. Falo da vazão do coração… ninguém se impressiona. Depois do intervalo tem menos gente ainda. Uma tristeza.

Volto pra minha sala e a quantidade de papel na minha mesa me assusta. Acendo a tela do computador e pipocam vários Post-it eletrônicos com milhares de coisas pra fazer. Fico mais assustado ainda. As coisas estão se acumulando: textos pra ler, artigos pra escrever, coisas pra fazer. Não consigo fazer tudo que eu quero. Eu sei que todo mundo tem esse problema, mas eu gosto de planejar o que eu consigo fazer e FAZER! então pra mim esse é um problema maior que para os outros.

A Silvia veio apresentar uma palestra sobre o trabalho dela na UENF. O títluo parecia chato mas a palestra foi interessante. Vários dinoflagelados (algas que causam a mará vermelha) tóxicos estão presentes ao longo de toda costa do Rio de Janeiro (e do Brasil). Fico pensando se os bichos (eu sei, algas não são bichos) vieram por água de lastro, como espécies invasoras, mas a Silvia acha que eles sempre estiveram aqui, só que ninguém procurou antes. Ainda penso na questão da biotransformação das toxinas pelos peixes, diminuindo a toxicidade (tenho que escrever sobre os P450 um dia). Isso é relativamente inédito e eu gostaria de saber como funciona nos moluscos bivalves.

Volto pra minha sala pra passar o resto da tarde perdido entre os papeis. Consigo discutir um pouco do poster do Rodrigo e, sem saber por onde começar, paro e vou almoçar. Encontro a Silvia e a Gisela almoçando. Fico pensando se faço picuinha por causa da Sala de aquários na Biomar mas deixo pra lá. Algumas fofocas sobre o povo de Rio Grande depois vamos pagar e voltar para o sub-solo. Os representantes da Labiocenter aparecem pra tentar resolver a questão da centrifuga. O fabricante colocou o chip errado e ela funciona no mássimo por 300 s. Fala sério, ninguém merece ter que ficar resolvendo essas porras. Preciso de uma secretária!!!

Decido mexer no artigo para o congresso. Procuro no diretório onde ele deveria estar mas não está. Quando procurei em casa jurava que estava no computador aqui do lab. Agora que estou no lab vejo que realmente está no computador de casa. Um dia ainda vão inventar uma rede como diretórios virtuais acessíveis fácil e rapidamente de qualquer lugar. Olho no relógio doido para ir embora, mas ainda tem análise hoje.

Fui pra Sara e depois peguei a Rê na Estácio em copa. Comemos em um Japa em Botafogo mas sem nenhum atrativo especial. nem mesmo o preço. Precisamos comer mais em casa.

Chego em casa e não consigo produzir direito também. Pelo menos a casa está limpa. A Denise (minha nova faxineira) foi um achado! Preciso liberar espaço no computador mas o gravador de DVD não funciona. Passo horas procurando na Internet o motivo e descubro, totalmente por sorte, que depois de intalar o iTunes o Windows XP para de reconhecer o gravador de DVD como tal, reconhecendo apenas como gravado de CD.

Ah, não!!!! Entro no site do curso a distância da UAB e tem um motim estabelecido. Corto cabeças pra lá e pra cá. Estou esgotado. Duplamente, porque produzi muito pouco. Melhor ir dormir. Amanhã tem que acordar cedo. E eu ODEIO acordar cedo!

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