O que é a vida?

A pergunta, simpática e difícil, foi feita por uma advogada que estava estudando direito biológico (o que quer que isso seja!).

A mais manjada das definições de ser vivo, que todo mundo lembra do 2o grau, é que ele nasce, cresce, se reproduz, e morre.

E na verdade, desde o segundo grau desse que voz fala, e provavelmente de muitos de vocês, a definição não mudou. Obviamente, estou ignorando qualquer discussão sobre vida metafísica e vida extraterrestre.

À definição de vida, na Terra, devemos adicionar o ponto de vista bioquímico (entidades que possuem metabolismo), genético (entidades com capazes de auto-replicação e evolução) e até termodinâmico (sistemas abertos onde a entropia tende a diminuir). Todos essas definições encontram problemas para explicar algumas exceções: algumas vezes máquinas apresentam essas mesmas características, outras vezes alguns seres vivos falham em apresentar alguma delas.

Mas para minha linda advogada, preocupada com os homens e não com os bichos, a questão era ainda mais complicada. Quando a vida começa? E meu primeiro pensamento foi de responder com outra questão: de que ponto de vista? Bioquímico, genético ou termodinâmico? Mas acho que advogados não gostam muito de pontos de vista diferentes e isso não resolvia o problema dela. Comecei a sugerir que era no momento da fecundação, mas essa vida não era independente. Depois falei do parto, mas no final já estava arriscando “aos 5 anos de idade” que é a idade a partir da qual acreditam que um ser humano seja capaz de se alimentar sozinho. Foi ai que ela me veio com uma outra pergunta: quando a vida acaba? Já estava me dando por derrotado quando então lembrei do “princípio Ana Karenina”.

O princípio não tem nada a ver com biologia, mas sim com romance. De acordo com ele, o um relacionamento entre duas pessoas só pode funcionar se uma série de fatores funcionarem concomitantemente. A falha em qualquer um desses fatores, leva ao fim do relacionamento. Por isso, que tantos relacionamentos terminam: é muito difícil encontrar todos os fatores necessários para que duas pessoas funcionem juntas.

Para que haja vida independente, é necessária a conjunção de uma série de fatores. E a falha em qualquer um deles, ainda que não diretamente, vai levar a morte.

Acabei gostando da definição. E (d)ela também!

Discussão - 4 comentários

  1. Anonymous disse:

    Mauro,Esse está do balacobaco! Sonia

  2. Chloe disse:

    E como essa história 'terminou'?
    Casou-se com a linda advogada?
    ; )
    C.
    PS. já viu que estou passeando pelo blog né? E estou gostando bastante. ; )

  3. Mauro Rebelo disse:

    Casei, mas terminou 🙁

  4. Chloe disse:

    Sorry... : \
    É a vida em sua constante mudança.
    C.

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