Conteúdo e Critério

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Sé pra dizer a verdade, tenho que confessar: não tinha mais tesão na sala de aula!

É triste, não é?! Eu andava fazendo de tudo pra não chegar a essa conclusão. Me enganava mesmo. “Ir dar aula é como ir pra academia. Eu vou triste mas volto feliz”… Tudo mentira. Eu ia relutante e voltava frustrado.

E acho que a reciproca era verdadeira. Sim, conseguíamos ter alguns momentos breves de pleno ensino e aprendizagem. Até de conexão, mas nada que justificasse a tortura mútua de 2h na sala, quase sempre vazia e quente (mesmo, por causa do ar-condicionado quebrado).

Alguma coisa tinha que mudar. Eu sei que muita gente acredita que tem que ser assim mesmo, que o problema é o salário do professor, que os alunos tem que se conscientizar da importância do ensino… mas eu não poderia passar os próximos 30 anos desse jeito.

Então comecei a pesquisar… Cristine Barreto e o CEDERJ, Sonia Rodrigues e o Autoria, Marlene Benchimol, Salma Khan e a sua Khan academy, Sugata Mitra e o computador no buraco da parede, Kenetth Robinson (obrigado TED!), Domenico de Masi (presencialmente ou a distância) e a fantasia x concretude… todos eles, uns com conhecimento, outros com ideias e outros ainda com exemplos,  contribuiram com o que vou mostrar agora. Mas o estopim para essa explosão veio de dentro. Uma implosão! Beck (Pavel Popoff) e o video do Piruvato. Os alunos estavam anos luz a nossa frente.

Então comecei a experimentar. E agora, depois de 3-4 anos, acho que chegamos a um modelo de ensino que pode trazer de novo a alegria para mim e para meus alunos. Mas, vocês sabem como é, resistência por todos os lados. Professores acham que fazem tudo direito e que os alunos que tem que mudar. Os alunos querem que o professor faça tudo e que eles aprendam por osmose, então também não querem mudanças… claro, salvo as excessões. Resistência, resistência e resistência. Estou até fazendo um curso a distância sobre ‘Como lidar com a irracionalidade alheia’ (é sério – veja abaixo – e o curso é espetacular!)

A Preview to “A Beginner’s Guide to Irrational Behavior” from Advanced Hindsight on Vimeo.

Então eu sabia que só mostrar exemplos do que está acontecendo pelo mundo, só alertar sobre o Tsunami que está vindo por ai com os MOOCs, e que vai arrastar todo mundo que insiste em nadar contra essa corrente. E vejam que não estou falando de ir ‘contra a corrente’ para defender a ética ou a cultura. Estou falando de algo que, como disse Thomas Friedman “tem potencial para tirar uma grade quantidade de pessoas da pobreza, pois pode lhes proporcionar uma educação acessível para que elas consigam obter um emprego ou subir de patamar no emprego que já têm. Nada tem mais potencial para atiçar mais de um bilhão de cérebros para que eles solucionem os maiores problemas do mundo.” Mas, mesmo assim, ia ter que usar argumentos fortes para, se não convencer, amenizar as críticas dos opositores.

Então comecei a fazer isso nesse post, ele ficou grande e depois enorme, e agora virou um conjunto de posts que estão postados a seguir, ou organizados no meu Pinterest.

Discussão - 1 comentário

  1. Interessante. Também estou de saco cheio desse modelo medieval de ensino, no melhor estilo senta ai que você não sabe nada. A internet está trazendo incríveis ferramentas. Espero que mais professores se sensibilizem por essa causa ...

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