Cavalo marinho no mangue?!
“Ce pode faze o passeio pra vê os cavalu marinhu nu mangue. O pescadô pega e coloca na cabaça”
Discuti com o guia. Chico Science ia no mangue ‘Catá lixo, pega caranguejo e conversa com urubu”, mas já em 20 anos de biologia nunca tinha ouvido falar de cavalo marinho no mangue. Como todo mundo, sempre associei associei mangue a lama e as árvores Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicennia schaueriana. De todos os peixes que se criam nas áreas protegidas do mangue, nunca tinha ouvido falar do Hippocampus.
O passeio de canoa pelo braço de mar era o grande atrativo, mas lá estavam eles. Pequenos, marrons e sujos de lama, enroscados nas raízes das macrófitas aquáticas.
Antes de escrever esse texto faço uma pesquisa no oráculo e vejo que das duas espécies que habitam o Brasil, uma é quase exclusiva de manguesais: Hippocampus reidi. E que muitos grupos de pesquisa se dedicam a repovar os mangues do nordeste com esse simpático peixinho ameaçado de extinção.
Vivendo e aprendendo.
Discussão - 3 comentários
Pode parecer incrível, mas no que restava dos mangues da Baía da Guanabara, ainda existiam, no início da década de 1990, esses cavalos marinhos.
Que eles utilizam o mangue para a reprodução eu já sabia, porém não sabia da existencia de uma espécie que vive quase que exclusivamente nos mangues... não deveria ser chamado então de cavalo-MARINHO... Mas acho que essa retirada da água pra turista ver pode ser prejudicial.. já que são monogamicos e podem perder sua parceira de vista após retirada... Uma coisa interessante que já vi em documentarios é uma especie de tubarao frequentando um mangue... e um encontro de um tubarao com um crocodilo... surpreendente.. imagine tu pescando e derrepente vê um tubarao passando... rs... demais!
Vai convencer o resto do povo do barco de que não pode ver o cavalo marinho na cuia...Mesmo assim, eu li que eles são monogâmicos enquanto o parceiro está presente. Se o parceiro desaparece, eles podem estabelecer novo par.