Ti-ti-ti! A fofoca como instrumento de ensino
Quando fomos para a África capacitar professores para a produção de material didático para o ensino a distância em Moçambique, vimos que o desafio seria grande. Tirando as questões relacionadas com infraestrutura, finanças e tempo, que estavam além do nosso controle, esbarrávamos na dificuldade relacionada a(s) língua(s), que eu já relatei aqui, e com a extrema formalidade dos docentes no trato conosco, com eles próprios e com os alunos. Com aquela formalidade toda, não se faz educação a distância. Mas e como convencer eles disso?
As boas aulas que demos com a nossa informalidade, não foram suficientes e vi que precisaria de mais argumentos, científicos, para convencê-los. Então montei uma apresentação, curta, mas embasada no ótimo livro “The Red Queen“, sobre o qual eu já falei aqui. O livro fala de evolução e quando eu o li, já tinha pensado que deveria organizar algumas idéias ali em um artigo, pra que pudessem ser aplicadas na educação.
Funcionou! Eu consegui que os professores rissem contando algumas fofocas sobre o meu companheiro de quarto, que não estava presente na aula, e depois de muita discussão conseguimos que eles escrevessem com um pouco mais de informalidade.
E agora, seis meses depois, o artigo está pronto e publicado no Bioletim. Não deixem de ler, tenho certeza que vão gostar e usar o que aprenderem em sala de aula. Ou em qualquer outra situação que queiram chamar a atenção de alguém.
Discussão - 3 comentários
Oi Mauro,
Me envia uma cópia?
Você citou o livro do Angelo Gaiarsa “Tratado Geral sobre a Fofoca”?
Obrigado,
Roberto
no artigo do bioletim eu só achei o resumo (mesmo após fazer o login).
como obtenho a versão completa?
Ok pessoal, havia um problema nas permissões do Bioletim impedindo a visualização do link. Agora eu já consertei. O artigo também pode ser baixado por aqui http://www.bioletim.org/sites/default/files/bioletim_01_01_19_2.pdf