Onde está o cientista?
O carnaval está terminando e eu ainda não fiz o meu post sobre a(s) folia(s).
Eu ia falar, como todo ano, pra todo mundo usar camisinha, mas esse ano tenho um babado mais forte (mas por via das dúvidas, acabo de escrever um post curtinho e bonitinho falando pra todo mundo usar camisinha).
Eu vou chegar no babado forte, mas queria começar com essa foto clássica de Albert Einstein. Quando ele mostrou a lingua para o paparazzi que o estava atormentando no dia do seu 72o aniversário, acho que não pensou que estaria fazendo um desserviço a ciência. Ele só queria ser deixado em paz e quando o fotografo pediu para ele sorrir, botou a lingua pra fora. Mas acabou se tornando um símbolo da estranheza dos cientistas. Se juntou a tantas outras histórias, mais ou menos verídicas (como a que Einstein tinha apenas ternos iguais assim não precisaria se preocupar com o que vestir e podia utilizar a sua mente brilhante para coisas mais importantes), de como os cientistas são estranhos.
Quando comecei esse blog em 2005 um dos meus objetivos era justamente lutar contra essa imagem esteriotipada do cientista, que infelizmente persiste até hoje. Não que tenha algum problema ser estranhos. E é exatamente esse o ponto: de médico e louco todo mundo tem um pouco! Só que parece que os cientistas tinha mais de louco e isso foi afastando as pessoas, principalmente os jovens, da ciência. E isso não é bom. Principalmente porque não vejo nenhuma foto mostrando o quanto o Silas Malafaia é estranho (e perigoso) e quando 80% dos meus alunos de ciências biológicas se dizem evangélicos.
Ainda que muitas pessoas reclamem do seriado The Big Bang Theory justamente porque ele aumentaria esse esteriótipo, eu discordo. TBBT humaniza os cientistas, que tem suas estranhices esteriotipadas, mas tem problemas iguais aos de todo mundo e, ao contrário do Mackgiver, não são problemas que a ciência possa resolver.
Cientistas, principalmente os cariocas, gostam de cerveja, praia, futebol e carnaval. Entre outras coisas e não necessariamente nessa ordem. E estão em todos os lugares que as outras pessoas estão. Até no melhor bloco de rua do carnaval do Rio, a Orquestra Voadora. Você consegue encontrar o cientista?
Abre parênteses: Só temo que, se conseguir, acabe por confirmar o esteriótipo. Mas não me leve a mal, é carnaval! Fecha Parênteses.
Fazer ciência é legal!
Discussão - 2 comentários
Mauro Rebelo vc é assim nas suas aulas huahau??
Digo divertido, ok?
Acredito que quebra o estereótipo na hora!
Dá vontade de pular carnaval novamente!
Eu perdi os estereótipos com os Cientista na sala de aula da Faculdade. Observando uns professores que admitem os erros e que mostram que são humanos, quando estes expõem problemas e dizem não tem certeza de tudo, porém tem aqueles que lembram máquinas.
E os estereótipos vão além, chegam aos livros didáticos. Basta observar as fotos de alguns cientistas para perceber...
Sobre o TBBT eu concordo tua opinião, no entanto, ainda há a manutenção do estereótipo de que só se torna cientista aquele que tem dificuldade em se relacionar.