Capacete do Magneto

Capacete do Magneto versão 1.0

Ontem dei uma palestra sobre o método de ensino que estou empregando na disciplina de Biofísica para Biologia na UFRJ, que eu carinhasamente chamo de ‘de muitos para muitos‘, a convite dos professores Stevens Rehen e Marília Zaluar no Instituto de Ciências Biomédicas, também da UFRJ. O nome do evento era “O Futuro da Educação”.

O evento foi de altíssimo nível! Curto, objetivo, preciso. Mas temo que tenha sido inócuo. As pessoas na universidade, docentes principalmente mas também muitos alunos, não estão preparados para mudanças. NENHUMA mudança! E ao que parece não estarão preparados nunca!

“Eles estão usando o capacete do Magneto para que nenhuma onda cerebral externa entre” disse outro professor. O mais engraçado é que esses, aqueles, professores nem vão entender a piada. Aposto que não conhecem o Magneto.

O pior é que nenhuma crítica relevante apareceu. Tenho certeza que o método que descrevi aqui no blog em mais de 10 posts tem falhas e fraquezas, e um momento desses é importante para que professores experientes te ajudem a encontrá-las. Mas não. Ao que parece, se limitaram a encontrar um ou outro erro nos vídeos que os alunos fizeram, além, é claro, de criticar o uso do Funk como instrumento de linguagem. O preconceito deixou manchas no carpete do auditório. Não, eu não gosto de funk. Aliás, detesto. Especialmente o Lek, lek, lek whatever. Mas dai a negar o funk como movimento cultural legítimo… vocês não vão me ver fazendo isso.

como é que se avaliava antes das provas? Como as provas foram criadas com a educação em massa. porque hoje se sabe que não funcionam e porque uma nova forma de avaliar não pode ser avaliada com a métrica antiga e sim com princípios fundamentais que são justamente como a neurociência está mostrando que se aprende e como se deve ensinar.

Criticaram o que eu já sabia que iam criticar: como avaliar o modelo. Na verdade essa é a minha dúvida. A deles foi Como avaliar a aprendizagem do aluno.

Porra… será que não me ouviram falar por 30 minutos? Esse modelo foi criado JUSTAMENTE porque o modelo vigente de avaliação de aprendizagem dos alunos, qualquer que ele seja, NÃO FUNCIONA!

Sei, esse post está parecendo choro de botafoguense… Ia falar sobre o método de avaliação, mas vou parar por aqui.

Discussão - 3 comentários

  1. Alessandra disse:

    alô, Mauro. Vc tocou no ponto-chave dessa coisa toda. O medo da mudança (parece até a Regina Duarte na educação). E ainda, talvez, esse fantasma esteja mais na universidade, simplesmente porque aprendemos que na academia o ensino "tem que ser sério".

  2. vinicius disse:

    Mauro, hj sou professor de ensino médio, estudei e ainda estudo na UFRJ. Apresento as mesmas questões aos colegas que lecionam para adolescentes e tb sou reprovado pelos mesmos. Inclusive cito seu exemplo de mudança como uma opção de sucesso. Acredito que a diferenciação deve ocorrer realmente dentro da academia para que a mudança possa ocorrer nos próximos formadores de professores. Aliás, me perdoe se estiver enganado, acredito que a grande aversão a mudança se dá por MEDO dos docentes, medo da falta de controle, medo das críticas e preguiça de ter que, a cada período, ter que adequar e revisar material e conteúdo de suas aulas. Convido-os a buscar o vídeo com titulo "RSA Animate – Changing Education Paradigms" para reflexão. Grande abço, continue o bom trabalho

  3. vinicius disse:

    Nos ultimos dias fiquei a pensar na questao apresentada sobre como avaliar o metodo. Como resposta aos haters, acredito q dá sim para se avaliar a aprendizagem, serão selecionados alunos q fazem prova e alunos q passam por outros metodos de avaliação. Os dois grupos deverão apresentar o quanto aprenderam (ou quanto resquicio de aprendizagem ainda resta) após um semestre, um ano, dois anos.. após terem concluído a disciplina.
    Quanto aprendizado pôde ser retido!?
    O que achas?

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