EnKhantador
(Figura: Percentual de jovens entre 18 e 24 anos na universidade em diferentes países. Note que o Brasil está muito lá embaixo. Fonte: Higher Education in Latin America and the Caribbean – UNESCO)
Adoro os dias em que eu aprendo coisas!
Hoje, quando acordei na casa dos meus pais em São Pedro da Aldeia, vi no Facebook que a Sonia Rodrigues tinha postado um texto excelente sobre o massacre de Realengo no blog Inclusão Digital. Aproveitei para ver mais coisas do blog dela. Tem tempo que eu percebo que preciso criar um RSS Feed para ver as atualizações dos (poucos) blogs que eu gosto_de/consigo_tempo_para ler. Aproveitei fui no Mail (o programa de e-mail do Mac) e aprendi a criar uma caixa de RSS/FEED. Agora acompanho todos em ‘tempo real’.
O primeiro texto da Sonia se chamava O Cliente e trazia uma discussão sobre o preconceito sobre o uso do termo em educação. O texto é muito bom e muito pertinente. Vale a pena ler. Me lembrou um texto que escrevi no material didático para um curso de formação de professores para EAD, que eu resolvi publicar hoje, aqui.
Mas, como acontece frequentemente, o texto me levou a outros lugares. A razão de ter escrito ‘Aluno, Alumni, Alumnus‘ é a incompreensível discussão, que existe porque eu já presenciei por mais de uma vez, com/entre pessoas que acham “quando o aluno é chamado de cliente a educação vira um negócio”. Ah, virar negócio não pode, mas não educar enquanto se debate o significado de ‘aluno’, pode.
Primeiro, como vocês podem ver no texto, ‘cliente’ não tem conotação comercial. Segundo, e dai se tiver, desde que o aluno aprenda? O texto da Sonia discute bem essa questão.
Até o ano 2000, o Brasil tinha 11% dos seus jovens entre 18 e 24 anos na universidade. Os dados são da UNESCO e do Banco Mundial. Quando o MEC lançou o prouni, a idéia era ter, até 2011, 30% dos jovens. Conseguimos, em 2010, chegar a 13,4%. A Bolívia tem 24%. Não vou nem dizer quantos tem o Chile e a Argentina, pra vocês não precisarem andar de cabeça baixa da próxima vez que forem passar um feriadão em Buenos Aires ou Santiago.
Abre parenteses: Foi incrivelmente difícil conseguir os dados para fazer a figura acima. Eles existem, mas são conflitantes, incompletos, ou estão escondidos em relatórios ou gráficos sem explicações de eixos e unidades. Como disse Hans Rosling na sua excelente palestra do TED ‘The best stats you’ve ever seen‘, “É imperativo que os dados estatísticos existentes para populações e países estejam facilmente acessíveis para pesquisadores e cidadãos”. Cheguei a encontrar uma reportagem do Estadão que dizia que o Brasil “Dobrou […] a taxa passou de 6,9% para 13,9% entre 1998 e 2008 […] segundo a UNESCO” mas a estatística da UNESCO diz que em 1998 o percentual de jovens era de 11%. Fecha parênteses.
Ao invés de discussões retóricas sobre Alunos x Clientes, nossos educadores, e cada um de nós, precisamos pensar maneiras de colocar 80% da população jovem na universidade! Sim, você precisa ir para a universidade, porque lá não se aprende só uma profissão, talvez nem se aprenda uma e talvez nem seja o lugar pra se aprender, mas lá você aprende a reconhecer a aprimorar as suas habilidades, que é o que você precisa para ter um, qualquer um, emprego! É isso que o projeto ‘Sei mais física’ da Sonia faz: ajuda a selecionar os jovens com talento para Física para que possam preencher a deficiência de 29.000 professores de física que o Brasil possui.
E é isso que faz a Khan Academy, que eu não conhecia. Aproveitei e assisti o video do criador, Salman Khan, no TED e fiquei chocado com a inventividade, inovação e alcance do projeto. Para mim, o ‘Sei mais física’ e a ‘Khan Academy’ são as primeiras inovações na sala de aula desde a invenção do quadro negro por James Pillans, no início do século XIX.
Adoro os dias em que eu aprendo coisas!
Hoje, quando acordei na casa dos meus pais em São Pedro da Aldeia, vi no Facebook que a Sonia Rodrigues tinha postado um texto excelente sobre o massacre de Realengo no blog Inclusão Digital. Aproveitei para ver mais coisas do blog dela. Tem tempo que eu percebo que preciso criar um RSS Feed para ver as atualizações dos (poucos) blogs que eu gosto_de/consigo_tempo_para ler. Aproveitei fui no Mail (o programa de e-mail do Mac) e aprendi a criar uma caixa de RSS/FEED. Agora acompanho todos em ‘tempo real’.
O primeiro texto da Sonia se chamava O Cliente e trazia uma discussão sobre o preconceito sobre o uso do termo em educação. O texto é muito bom e muito pertinente. Vale a pena ler. Me lembrou um texto que escrevi no material didático para um curso de formação de professores para EAD, que eu resolvi publicar hoje, aqui.
Mas, como acontece frequentemente, o texto me levou a outros lugares. A razão de ter escrito ‘Aluno, Alumni, Alumnus‘ é a incompreensível discussão, que existe porque eu já presenciei por mais de uma vez, com/entre pessoas que acham “quando o aluno é chamado de cliente a educação vira um negócio”. Ah, virar negócio não pode, mas não educar enquanto se debate o significado de ‘aluno’, pode.
Primeiro, como vocês podem ver no texto, ‘cliente’ não tem conotação comercial. Segundo, e dai se tiver, desde que o aluno aprenda? O texto da Sonia discute bem essa questão.
Até o ano 2000, o Brasil tinha 11% dos seus jovens entre 18 e 24 anos na universidade. Os dados são da UNESCO e do Banco Mundial. Quando o MEC lançou o prouni, a idéia era ter, até 2011, 30% dos jovens. Conseguimos, em 2010, chegar a 13,4%. A Bolívia tem 24%. Não vou nem dizer quantos tem o Chile e a Argentina, pra vocês não precisarem andar de cabeça baixa da próxima vez que forem passar um feriadão em Buenos Aires ou Santiago.
Abre parenteses: Foi incrivelmente difícil conseguir os dados para fazer a figura acima. Eles existem, mas são conflitantes, incompletos, ou estão escondidos em relatórios ou gráficos sem explicações de eixos e unidades. Como disse Hans Rosling na sua excelente palestra do TED ‘The best stats you’ve ever seen‘, “É imperativo que os dados estatísticos existentes para populações e países estejam facilmente acessíveis para pesquisadores e cidadãos”. Cheguei a encontrar uma reportagem do Estadão que dizia que o Brasil “Dobrou […] a taxa passou de 6,9% para 13,9% entre 1998 e 2008 […] segundo a UNESCO” mas a estatística da UNESCO diz que em 1998 o percentual de jovens era de 11%. Fecha parênteses.
Ao invés de discussões retóricas sobre Alunos x Clientes, nossos educadores, e cada um de nós, precisamos pensar maneiras de colocar 80% da população jovem na universidade! Sim, você precisa ir para a universidade, porque lá não se aprende só uma profissão, talvez nem se aprenda uma e talvez nem seja o lugar pra se aprender, mas lá você aprende a reconhecer a aprimorar as suas habilidades, que é o que você precisa para ter um, qualquer um, emprego! É isso que o projeto ‘Sei mais física’ da Sonia faz: ajuda a selecionar os jovens com talento para Física para que possam preencher a deficiência de 29.000 professores de física que o Brasil possui.
E é isso que faz a Khan Academy, que eu não conhecia. Aproveitei e assisti o video do criador, Salman Khan, no TED e fiquei chocado com a inventividade, inovação e alcance do projeto. Para mim, o ‘Sei mais física’ e a ‘Khan Academy’ são as primeiras inovações na sala de aula desde a invenção do quadro negro por James Pillans, no início do século XIX.
Discussão - 1 comentário
Estou absolutamente ENCANTADA com o método desse cara!!!