Roteiro Bioletim para divulgação cientíca

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Em 1993, quando um grupo de alunos de graduação em Biologia da UFRJ criou a Revista BIOLETIM, nosso objetivo era disponibilizar um espaço onde os estudantes pudessem escrever sobre suas pesquisas, iniciando-se na ‘arte’ da publicação de artigos.
Abre parenteses: Arte? Não, escrever não é uma arte, nem um talento inato. Escrever é prática! É treino! Não é inspiração, é transpiração! Mas até então a gente não sabia disso e a maior parte dos estudantes ainda não sabe disso também. É comum, por exemplo, vermos projetos de tese onde o aluno separa os dois últimos meses para ‘escrever a tese’. E quando chegam esses dois meses, ele senta em frente ao computador esperando que a iluminação divina se manifeste através dos seus dedos, enchendo a tela do computador com caracteres que façam sentido. Como se fosse psicografia. Fecha parenteses.
Quando re-editamos o BIOLETIM em 2007, numa versão online que favorecia ainda mais a publicação de artigos (porque afinal de contas uma revista online é muito mais barata que uma impressa), achamos que teríamos uma chuva de publicações. Só que não foi bem assim. Tinhamos um site bonitinho, de alta tecnologia, mas não tinhamos autores.
Há várias razões para isso e não vou discutir todas aqui. Mas uma delas, tenho certeza, é que escrever é mais difícil para os alunos do que eles pensam!
Por isso, criamos um roteiro para tirar o pessoal da inércia, do ‘branco’ que dá na hora de começar a escrever. O roteiro está disponível em português, online, no site do Bioletim. (você precisa estar logado no site para acessar)
Mas quando eu preparava uma das aulas do ISMEE, eu pensei que esse roteiro poderia ser útil não apenas para os alunos brasileiros, mas também para todo mundo. Por isso criei uma versão em inglês. Eu acho que ficou ótimo! O arquivo é um formulário eletrônico em formato .pdf e disponível para baixar aqui.
O ‘Roteiro BIOLETIM’ tem forte influência do método ‘Autoria‘ de escrita criativa criado pela escritora Sonia Rodrigues e se você quiser expandir sua prática em escrita, nós recomendamos fortemente o ‘Almanaque da Rede’, sobre o qual eu já falei aqui.
Faça o download. e escreva o seu artigo de divulgação científica. Qualquer dúvida, coloque um comentário aqui que a gente responde. E depois, mande pra gente publicar no BIOLETIM.

ISMEE's diary. Tuesday, October the 26th. 4th day.

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The day started with our first international guest, Dra. Joanna Wilson from McMaster University, Canada. She did a post-doc in whales’ P450 in John Stegeman’s laboratory in Woods Hole at the same time that I was there for an oysters’ P53 specialization. Joanna was the first one to accept our invitation, even though she would have to pay for all her travel costs and she also prepared an exclusive lesson for the course, following all the directives that we proposed. And it was an incredible lesson, with diverse situations involving marine mammals where the students had to analyze what types of samples could be taken, which biomarkers could be analyzed and which conclusions could be drawn. After coffee, Dr. Flávio Fernandes, coordinator of the national Navy’s ballast water monitoring program, gave an overview of the main problems with invasive species in Brazil and throughout the world. Huge problems unbelievably unfamiliar to marine biologists. We spent the afternoon on the beach. Yes, on the beach. Scientific conferences follow a weird logic: they are organized in beautiful places, but with such a tight schedule, that one can never get to enjoy the place. I didn’t want people to loose not even one lecture to go the beach, so I decided to include the beach in the program. We made a trip to the Cabo Frio Island, where the Brazilian Navy developed in the 80’s a project to raise marine organisms using upwelling water. The night lesson was canceled because we were all so tired.)

Diário de um biólogo – Terça, 26/10/2010 – Quarto dia do ISMEE

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Hoje começamos com nossa primeira convidada internacional, a Dra. Joanna Wilson da McMaster University no Canadá. Ela fez um pós-doc em P450 de baleias no laboratório de John Stegeman em Woods Hole na mesma época em que fiz especialização em P53 de ostras lá. Joanna foi a primeira a aceitar nosso convite, mesmo tendo que pagar todas as suas despesas de viagem e também preparou uma aula exclusivamente para o curso, seguindo todas as diretivas que havíamos proposto aos professores. E foi uma aula incrível, com diversas situações envolvendo mamíferos marinhos onde os alunos deveriam analisar que tipos de amostras poderiam ser aproveitadas, que biomarcadores poderiam ser analisados e que conclusões poderiam ser tiradas. Depois do café, o Dr. Flávio Fernandes, coordenador do programa de monitoramento de água de lastro da Marinha brasileira deu um panorama dos principais problemas com espécies invasoras no Brasil e no mundo. Problemas com os quais biólogos marinhos estão incrivelmente pouco familiarizados. A tarde fomos pra praia. Sim, para praia, porque congressos científicos seguem uma estranha lógica: são feitos em lugares lindos, mas com uma programação que nunca permite aproveitar o lugar. Eu não queria que as pessoas perdessem sequer uma palestra para ir a praia, então resolvi incluir a praia no programa. Fizemos uma excursão até a Ilha de Cabo Frio, onde na década de 80 a Marinha desenvolveu um projeto para cultivar organismos marinhos usando água da ressurgencia. A aula da noite foi cancelada porque estávamos todos mortos de cansados.

ISMEE's diary. Monday, October the 25th. 3rd day.

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The day started with Dra. Cristine Barreto, a marine biologist with PhD at the São Paulo University and posdoc at the London Imperial College that felt in love for education and today is the main Instructional Designer in Brazil. She was going to explain concepts such as ‘Information Architecture’, which I consider very important for young scientists, when a hipoglicemia crisis interrupted her class soon after it begun. After 1h of serum everything was ok and we are planning to offer her lesson online soon. As good biologists, the students were excited to know that a Humpback whales washed ashore on Búzios (near by city) and with the unusual sighting of a penguin in Arraial. On the afternoon, I lead the student’s “two minutes conference”. If on Sunday they had to write a paragraph about their work, today had they were challenged to convince an imaginary Bill Gates, who was coincidently in front of them at the bank line for next the 2 min, to finance their project. The activity, aimed to train abilities such as information selection and communication with the lay Public, was a success if you consider its potential to identify imperfections in the way students present their data. I believe it was useful for them to prepare the seminaries that would start on Wednesday. That night the students organized a great barbecue that not even the rain spoiled. The social event was not a great success only for those who tried to work or go to bed early.

Diário de um biólogo – Segunda, 25/10/2010 – Terceiro dia do ISMEE

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O dia começou com a Dra. Cristine Barreto, uma bióloga marinha com doutorado pela USP e posdoc pelo Imperial College de Londres, que se apaixonou pela educação e hoje é a maior especialista em Design Instrucional do Brasil. Ela ia apresentar novos conceitos como ‘Arquitetura da informação’, que eu considero importantíssimos para jovens cientistas, quando uma crise de hipoglicemia interrompeu a aula logo no início. Depois de 1h de soro tudo estava melhor e a aula será reposta online em breve. Como bons biólogos, os alunos ficaram excitados com a notícia do encalhe de uma baleia Jubarte em Búzios (município vizinho) e a rara aparição de um pingüim, ali mesmo, em Arraial. Na parte da tarde, conduzi com os alunos a ‘conferencia em dois minutos’. Se no Domingo eles tiveram de escrever um parágrafo sobre o seu trabalho, hoje tinham o desafio de convencer um hipotético Bill Gates, que coincidentemente se encontrava a sua frente na fila do banco pelos próximos 2 min, a financiar o seu projeto. O propósito da atividade era treinar habilidades como seleção de informação e comunicação com um Público leigo. A atividade foi um sucesso se avaliarmos o seu potencial para identificar falhas na comunicação dos estudantes e acredito que foi útil para a preparação dos seminários que começam na 4a feira. A noite os alunos organizaram um grande churrasco que nem mesmo a chuva atrapalhou. O evento social só não foi um grande sucesso para quem tentou trabalhar ou ir para a cama cedo.

Adeus à 'Perna Seca'

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A caminho do aeroporto, dou a última olhada na ala do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ que será implodida no dia 19/12/2010. Quando eu voltar, não estará mais lá.
A famosa ‘Perna Seca’ nunca foi ocupada desde que foi construída na década de 50, o que mostra que o descaso com infra-estrutura na UFRJ é muito mais antigo do que a minha experiência permite atestar. Nos últimos 10 anos tentaram ocupar, mas o custo para recuperar o edifício era mais alto que construir um novo. Então falava-se na demolição, mas os transtornos, que incluíam o fechamento do aeroporto do Galeão, não se justificavam até… ele quase cair sozinho alguns meses atrás. Então decidiram pela implosão.
Foram tantas e tantas tardes e noites matando aula, tomando cerveja, jogando sinuca e dançando lambada, samba e forró no Grêmio (o bar que ficava no 2o andar do edifício abandonado até ser fechado alguns anos atrás), que eu não podia deixar de prestar uma homenagem a ele.
Que vá em paz e não leve com ele o prédio do meu laboratório novo.

Pelas cores dos olhos teus

(“For the colors in her eyes” – See the comment section for an English version of this post)
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Não me canso de aprender coisas. Pelos mais diversos motivos.
Um detalhe dos belos olhos dessa bela moça me chamou a atenção: a íris do olho direito tem uma área de uma cor diferente. Enquanto os olhos são ‘medovača‘ (cor de mel em Sérvio), o quadrante direito superior é cinza.
Fiquei curioso e cheguei mais perto. Pra ver melhor.
Eu já tinha visto pessoas com olhos cada um de uma cor, mas apenas um parte? Nunca tinha visto. Primeiro fiquei interessado porque ela era linda, mas depois pensei que poderia ser um exemplo pouco documentado de aneuploidia ou de imprinting parental, que eu poderia usar nas minhas aulas de ‘relações gene ambiente’.
Fiz uma breve pesquisa e… não descobri nada! O Google aparentemente não sabe nada sobre ‘olhos de cores diferentes’. Tive que fazer uma investigação de verdade.
A região dos olhos que dá a cor a eles é a íris, já que a córnea é transparente, a pupila é preta (justamente porque os pigmentos da retina absorvem toda luz) e a esclera toda branca. A cor é dada principalmente pelo acúmulo de melanina, a mesma proteína que dá a cor a pele e aos cabelos, numa versão um pouquinho diferente apenas. Mas como a melanina só varia do preto ao marrom, o que dá a cor azul, verde, cinza e todas as variações entre elas? Bom, além da melanina, que está empacotada em compartimentos chamados melanossomos que modificam a cor dependendo da camada da íris em que se encontram, outros pigmentos gordurosos contribuem para as diferentes cores.
Aprendi que um olho de cada cor, ou heterocromia total, não é só uma condição rara, mas também é anormal. Quer dizer, na maior parte das poucas vezes que aparece, resultado de uma doença hereditária, como a ‘síndrome de Waardenburg‘, que é causada por uma disfunção da pigmentação vejam só, do ouvido, mas que também levam a despigmentação aos cabelos, pelos e olhos.
A cor dos olhos é muito mais complexa do que ensinam os nossos professores de biologia do ensino fundamental e médio, com aquela história de Aa (azão, azinho). Esses que seriam os alelos do gene EYCL3 (do inglês ‘eye color‘ – cor dos olhos), localizado no cromossomo 15, que determinaria a quantidade de melanina na íris e consequentemente se o olho seria castanho ou azul. Mas além da quantidade de melanina, ainda há a posição dos melanossomas e a quantidade de outros pigmentos. Pelo menos outros dois genes, também localizados no cromossomo 15, estariam envolvidos: EYCL1 e EYCL2.
(há um tempo queria escrever sobre o que determina realmente a cor dos olhos, mas ainda não tive tempo para decifrar o artigo na Nature)
Também aprendi que olhos cinzas são típicos dos Balcãs, que também é uma importante região produtora de mel, ainda que isso não tenha muita importância para responder a pergunta.
Aprendi ainda que existe uma pseudociência chamada iridiologia com enormes pretensões de precisão científica, mas que como as outras pseudociências, não sobreviveria a um exame mais criterioso (leia-se um estudo duplo cego). De acordo com esse mapa que eu encontrei (veja foto abaixo), a mancha no olho dela significa problemas no pescoço e pulmões, podendo envolver, respectivamente, os ombros e os seios. Mas olha como cada círculo quer dizer uma coisa e cada região quer dizer outra. É igual acreditar que Deus controla, ou mesmo monitora, todas as coisas que acontecem no seu dia-a-dia: é impossível que seja verdade.
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Quanto a chance de usar os olhos dela como exemplo nas minhas aulas de evolução ou biofísica, eu não podia estar mais enganado. Não há nenhuma evidência de que aneuploidia ou imprinting parental (que eu acabei estudando muito para escrever esse texto. Tanto que ficou muito grande e vou colocar o que aprendi em outro) estejam envolvidos no fenômeno.
Finalmente, aprendi que o caso dela é chamado de heterocromia setorial e, se não foi causado por um trauma (como uma pancada forte) ou uma infecção da íris, é um caso muito raro em humanos.
Podemos dizer que ela é uma raridade.

Não vou terminar de ler… O Anjo de Darwin e a Erva do Diabo

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Quando me encomendaram uma resenha de livro pela primeira vez, me disseram:
“Se não for pra falar bem, eu não quero. Encontre o que há de bom no livro.”
Foi um grato exercício, porque poderia até ter falado mal (como eu já disse aqui, a crítica é mais divertida que a tolerância) de um livro incrível.
Mas como disse o Nick Hornby em 31 canções: “aquela noite me ensinou uma coisa importantíssima: estamos autorizados a ir embora! Me lembro ainda o sentimento de alivio e alegria que provei entrando no bar e se non tivesse ido embora do concerto do Led Zeppelin aquela noite (depois de um solo de bateria de 20 min em uma música), jamais teria percebido que existe também essa possibilidade.”
Por isso estou deixando esses dois livros sem terminar de ler. Meu tempo é curto, e os livros para ler, muitos.
Ganhei “O anjo de Darwin” de aniversário do meu querido amigo Richard, com quem tenho grandes conversas filosófico-científicas e comprei a “Erva do Diabo” depois que a minha querida amiga Alejandra me mandou uma citação do livro, que se propunha a contar os ensinamentos de Don Juan.
Mas John Cornwell, autor de “O Anjo de Darwin. Uma resposta Seráfica a Deus, um delírio”” (de Richard Dawkins) peca pela superficialidade dos argumentos que usa para criticar Dawkins. “Deus, um delírio” é um de livro de 475 páginas, e ainda que, como tantos livros do Dawkins esteja repleto de coisas que ele já escreveu em outros livros, não se pode dizer que seja superficial.
Para Cornwell, podemos comparar a nossa imaginação a um ‘Anjo da guarda‘, um ‘serafim criativo‘:
“Um dos mais belos conceitos da inteligência mortal é a idéia do Anjo; pois os anjos exemplificam, simbolizam e tornam inteligível a capacidade mental dinâmica conhecida como imaginação. (…) Assim como os Anjos são livres das restrições do universo físico, assim também as mentes criativas de cientistas talentosos são liberadas das leis do tempo, da física e até mesmo da lógica, para fazer conexões unificadoras entre elementos dísptares da natureza. Invoque, portanto, a suspensão da descrinça para imaginar a presença de um anjo especial para naturalistas e biólogos. Considere como se fosse do ponto de vista de um anjo da guarda, a imaginação de Charles Darwin.
Realmente não é necessário, não é mesmo?
Ele identifica corretamente vários momentos em “Deus, um delírio” onde Dawkins faz seleção de observação para argumentar cientificamente em prol do Ateismo. Porém, seus argumentos para rebater Dawkins são na melhor das hipóteses filosóficos (não necessitam de evidência) e na pior das hipóteses, uma opção pela liberdade de exercer o livre pensamento e a fé. Nenhum deles suficientes para uma mente analítica como a minha. Resolvi parar no final.
Já a “Erva do Diabo. Os ensinamentos de Don Juan“, livro publicado no final da década de 60 e que deu fama ao antropólogo CArlos Castañeda é eu não passei da página 40.
Tenho que confessar que me iludi e comprei o livro achando que o Don Juan em questão era o personagem do floclóre espanhol. A citação que a Ale me mandou foi:
“Qualquer caminho é apenas um caminho e não constitui insulto algum – para si mesmo ou para os outros – abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. (…) Olhe cada caminho com cuidado e atenção. Tente tantas vezes quantas julgar necessárias… Então, faça a si mesmo e a apenas a si mesmo uma pergunta: possui esse caminho coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso contrário, esse caminho não possui importância alguma”.
Quando vi que o livro era um tratado de antropologia, achei que poderia ser interessante ler a respeito. Mas ai me deparei com as seguintes passagens.
“(…) o conhecimento da feitiçaria se tornava imcompreensível decido as características extraordinárias dos fenomenos que ele experimentava. Pessoalmente, como ocidental, achava essas características tão fantásticas que era quase impossível explicá-las em termos de minha própria vida cotidiana, e fui forçado a concluir que qualquer tentativa de classificar meus dados de campo em meus próprios termos seria inútil. Assim, tornou-se óbvio para mim que os conhecimentos de dom Juan tinha de ser examinados em termos de come ele mesmo os compreendia; e só nesses termos ‘q que poderiamo tornar-se evidentes e convincentes. (…) No sistema de crenças de don Juan, a acquisição de um aliado [conhecimento], significava exclusivamente a exploração dos estados de realidade não comum que ele produzia em mim pela utilização de plantas alucinógenas. ele acreditava que, concentrando-me nesses estados e omitindo outros aspectos do conhecimento (…) eu chegaria a uma visão coerente dos fenômenos (…).”
Jamais poderei fazer isso. E para ser coerente (no mínimo), parei de ler o livro.
Mas deve ter, por ai, quem ache válido o conhecimento obtido apenas através do uso de plantas alucinógenas. Ah se tem!

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